Amigos do bairro do Rocha lembram timidez e simplicidade de Philippe Coutinho
Domingo, 01/07/2018 - 12:25
Ele é tímido, caseiro, teve apenas uma namorada com quem se casou e, nos últimos dias, tornou-se o nome de maior destaque da seleção brasileira. Quem vê o Camisa 11, Philippe Coutinho, brilhando na Copa do Mundo, não faz ideia de que, antes de cair nas graças do futebol europeu, ele vivia com a família num condomínio de classe média do bairro do Rocha, subúrbio do Rio. O jogador sempre preservou a amizade com os dois vizinhos da mesma faixa etária. Um deles, o estudante de Engenharia Igor Guedes, de 25 anos, conta que fala diariamente com o meio-campo pelo Whatsapp.

"A gente se fala todo dia. Philippe está muito feliz e a gente também por saber que ele tem sido apontado como um dos melhores jogadores da fase de grupos da Copa da Rússia. Temos mandado muita energia positiva pra ele e pedido para que faça o que tem de melhor. Tem dado certo", conta Igor.

Ainda segundo o amigo, os dois chegaram a jogar juntos no mesmo clube, o Sargento do Rocha, e passaram a infância com um grupo de meninos, praticamente todos da mesma idade, que sempre brincavam de pique e futebol:

"Com o passar do tempo, uns se mudaram e as amizades do condomínio foram diminuindo, até que criamos um laço mais forte eu, David e Philippe. Temos contato até hoje, tanto que me tornei padrinho dos filhos dos dois. Mas o Philippe sempre foi esse cara tímido, desde novo era muito focado nos compromissos que já tinha por ser tratado como uma joia do futebol brasileiro. Na minha concepção, ele está colhendo o que plantou, um cara que não perdeu a essência e que merece tudo que vem conquistando".

Outro amigo que também é tratado como um irmão por Coutinho é David Aguilar. A convivência dos dois começou quando tinham apenas 7 anos e perdura até hoje.

"Acompanho desde os primeiros passos. Sei como foi a batalha dele para chegar aonde chegou. Foi tudo por mérito dele. E ele também sempre falou que queria jogar no Barcelona e conseguiu", destaca David.

Os primeiros chutes ao gol do menino prodígio foram vistos de perto pelo diretor de esportes do Clube Sargento do Rocha, Gilberto Guará, de 73 anos. Ele lembra que Philippe foi levado pelo pai para começar a treinar, já que adorava brincar de bola na quadra de seu condomínio:

"Em 1997, criei a escolinha de futebol Chupetinha. Era para crianças de 4 a 6 anos. E ele ficou com a gente até uns 7. Mas era evidente que se tratava de um jogador acima da média. Quando saiu daqui, ficou por um ano disputando o campeonato de futsal na Escolinha da Mangueira. O próprio técnico o levou para jogar no Vasco da Gama e, um tempo depois, passou para o campo", conta Guará, alfinetando o colega de seleção de Coutinho: "Para o Philippe se tornar um Neymar, só nascendo em outra família. Ele é um garoto caseiro e comportado. Não gosta de farra como o Camisa 10".

Fissurado por futebol, o menino, hoje com 26 anos, era mesmo um moço de família. A antiga vizinha, Geize Marquês, de 70, conta que diariamente encontrava com ele e a namorada, Aine Coutinho, de chamego na porta da casa dela:

"Lembro dele na adolescência sentado na escada que dá acesso à minha casa com a namorada. Ele nunca foi de farra. Tinha um sorriso tímido. Lembro que, durante uma festa de Natal, quando ele veio visitar a família, pedi um autógrafo para o Philippe e ele começou a rir e respondeu: ‘Tia, é sério que você quer um autógrafo do moleque que te perturbava na infância?'. Ele é assim. Uma simplicidade só".



Fonte: Extra Online