Campeão do mundo e ex-zagueiro do Vasco, Fontana é nome de rua no Espírito Santo; conheça sua história
Sábado, 16/06/2018 - 13:57
Campeão capixaba, carioca, mineiro e mundial. Esse é o currículo do ex-zagueiro José de Anchieta Fontana, primeiro capixaba a participar e único a ganhar uma Copa do Mundo pela Seleção Brasileira, em 1970. História no futebol que terminou cedo e hoje é guardada pelo filho, Fabrício Fontana, nas lembranças em fotos, recortes de jornal e objetos usados pelo pai.

Nascido em Santa Teresa, em 1940, Fontana morreu cedo, aos 39 anos de idade, vítima de um infarto em 1980. O jogador já havia encerrado a carreira desde 1974, no Cruzeiro.

O começo de Fontana no futebol se deve muito à vinda da família do jogador para a Capital. O zagueiro começou carreira no Vitória-ES, em 1958, teve passagem pelo Santo Antônio, mas foi no Rio Branco-ES que conquistou o Capixabão de 1959 e 1962.

- Os irmãos dele jogavam profissionalmente e ele também desde criança jogava. O Espírito Santo tinha tradição e ele morava em Jucutuquara, perto do Estádio Governador Bley (onde o Rio Branco atuava), em Vitória - afirma o representante comercial e um dos três filhos do ex-zagueiro, Fabrício Fontana.

Do Rio Branco para o Vasco, Cruzeiro e Seleção

Atuando pelo Rio Branco, Fontana chamou atenção fora do Estado e foi parar no Vasco. No Rio, o zagueiro conhecido por ser duro e viril em campo, formou dupla com Brito.

A zaga foi uma das mais temidas no Brasil na década de 1960 e conquistou a Taça Guanabara em 1965 e 1967, além do Carioca de 1968 e do Torneio Rio-São Paulo de 1966.

No Cruzeiro, Fontana jogou em um time que tinha Tostão, Natal, Dirceu Lopes, Piazza, entre outros craques. Ainda no Vasco, foi convocado pela seleção de 1966, para a Copa do Mundo da Inglaterra, mas acabou cortado por lesão.

Na Copa do mundo de 1970 jogou uma partida completa como titular, na vitória sobre a Romênia, por 3 a 2. Único capixaba a ganhar uma Copa do Mundo, Fontana foi o primeiro do Espírito Santo a jogar um Mundial.

Outros dois também atuaram depois dele: o goleiro Carlos Germano, no vice em 1998, e o lateral-esquerdo do Paris Saint German Maxwell, em 2014.

Capixaba dá nome a rua em Santa Leopoldina

Uma das maiores lembranças de José de Anchieta Fontana no Espírito Santo está na rua que leva o nome dele em Santa Leopoldina desde 1980, um orgulho para a família e para os moradores da pequena cidade do interior.

- O nome dessa via era 15 de Novembro antes da mudança. É um privilégio pra gente, um jogador que atuou pela Seleção Brasileira e é capixaba - afirma o morador Icrebes Oliveira Alvarenga, de 57 anos.

Apesar de nascido em Santa Teresa, Fontana está enterrado no cemitério municipal de Santa Leopoldina, na Região Serrana do Espírito Santo. O jogador tinha forte relação com a cidade. A mãe e dois tios do jogador também estão sepultados no mesmo cemitério. O local chama a atenção de visitantes até hoje e fez parte do Circuito de Cemitérios, implantado para atrair turistas.

- Muitos vascaínos procuram esse túmulo, mas eu mesmo odeio falar disso porque eu sou flamenguista (risos). Mas é uma história que acabou aqui na cidade, né? - afirma o coveiro Adriano Freitas, de 39 anos, responsável pelo cemitério municipal.



Fonte: GloboEsporte.com