Basquete: Bial fala sobre volta ao Vasco, montagem do time, reforços, uso da base e trabalho com Christiano Pereira
Depois de 16 anos longe do Rio de Janeiro, o técnico Alberto Bial está de volta à Cidade Maravilhosa. E a missão não é nada fácil. O agora ex-técnico do Basquete Cearense é o escolhido para comandar o Vasco da Gama. Em uma coletiva em São Januário, na Zona Norte do Rio de Janeiro, nesta terça-feira, ele foi apresentado ao lado do presidente Alexandre Campello e do vice de quadra e salão Jorge Veríssimo, além de outros profissionais que farão parte de sua comissão técnica. O novo comandante falou sobre a felicidade em retornar ao clube onde foi treinador no final dos anos 90.
- Fui surpreendido, mas me veio uma tomada de sentimentos da mais pura alegria, de felicidade. Eu estava totalmente envolvido no começo de uma temporada nova no Basquete Cearense e aquilo me tomou. No mesmo momento, eu disse: "Sim, eu topo o desafio, me dê só uns momentos para articular as situações no Ceará", porque eu lá além de técnico era empreendedor, empresário e gestor. O Vasco tem uma história muito grande na minha vida - relatou.
Bial contou que, ao caminhar no entorno do campo de São Januário, passou pela piscina onde competiu como nadador com apenas sete anos. Depois, passou perto do escanteio, próximo à quadra de basquete, e lembrou de onde via os jogos com seu pai, em um banco corrido. Em seguida, olhou para trás do gol e tinha a quadra de basquete descoberta que ele jogava quando era infanto-juvenil. Mais tarde, foi técnico do Cruz-Maltino, dando início à mais vitoriosa geração da modalidade no clube.
- E mais que o Vasco, o Rio de Janeiro, uma cidade que, se eu não sou da gema, sou da clara, sou da casca, nasci em São Paulo, mas vim com dois anos para cá. Isso tudo me emociona muito, e o Vasco da Gama é muito grande, muito forte - comentou. Fiquei 16 anos fora. Nos últimos seis anos, estive no Basquete Cearense. E essa oportunidade é única, é meu presente antecipado de aniversário que está para chegar - completou.
Após falar sobre o sentimento de voltar ao Vasco, Bial focou em responder perguntas sobre a montagem do elenco para a próxima temporda. No NBB 10, o Cruz-Maltino montou uma equipe com medalhões que não conseguiu corresponder às expectativas. Dessa vez, a ideia é um pouco diferente. Ele confirmou que irá atrás de reforços de sua antiga equipe, o Basquete Cearense - Leozão e Davi Rossetto são os prováveis nomes - e que há pelo menos três estrangeiros no radar.
- Talvez com Basquete Cearense a gente mexa com um ou dois jogadores, até comuniquei eles. Em relação a estrangeiros, o Fernando me apresentou uma lista bonita, um mexeu bastante comigo e está bem encaminhado, acho que precisamos de uns três estrangeiros. Tem alguns clubes que já estão bem montados e no mercado há mais tempo, já estão estruturadas. Estamos saindo a campo e teremos uma equipe competitiva. Mesmo sendo uma equipe recentemente formada, não vejo problema algum de ela ter uma competitividade - relatou.
Outra ideia de Bial é fazer mais uso das divisões de base:
- Vou voltar ainda ao Ceará para ver umas coisas, mas vou ver uns jogos da base para ver como está. Vou ver jogos do juvenil, sub-17, sub-15 e por aí vai, para entender a essência e o futuro do Vasco da Gama.
Christiano Pereira, que foi técnico do Vasco da Gama após a saída de André Barbosa, será auxiliar de Alberto Bial. Ele, aliás, trabalhou nessa mesma função na década de 1990 com o novo comandante.
- O Christiano foi meu auxiliar há 20 anos, ele era técnico da equipe infantil do Vasco, e o auxiliar que seria naquela época, no dia que eu assumi, não ficou, e o Christiano foi chamado e quis trabalhar comigo. E trabalhamos durante aqueles anos, criando uma amizade sólida, muito bacana.
Bial foi campeão Carioca com o Vasco em 1997 e campeão Sul-Americano em 1998, dando início à uma época vitoriosa no Cruz-Maltino. Tem raízes no clube, 65 anos e assinou por uma temporada. Também passou por Joinville e nos últimos anos era um dos gestores do projeto do Basquete Cearense.
Após o fim do NBB 10, o futuro do projeto vascaíno foi colocado em xeque. Com dificuldades financeiras e vivendo uma crise política, o Cruz-Maltino demorou para quitar o salário dos atletas e ainda tem pendências com alguns jogadores das duas últimas temporadas.
Luiz Ferreira deixou o cargo de vice-presidente de quadra e salão, e mais de um mês depois Jorge Veríssimo assumiu o posto. O presidente Alexandre Campello sempre garantiu, inclusive ao GloboEsporte.com, que o basquete não terminaria. E não vai. Além disso, há informações de que o clube estuda a figura de um gestor para a modalidade.
Agora, o Vasco busca patrocinadores para montar o seu elenco. Caso tenha sucesso nas certidões negativas de débito, pode fechar com a Tim. Se não conseguir buscar patrocinadores privados, o grupo formado terá investimento bem menor que os R$ 8 milhões dessa temporada, quando chegaram reforços de primeiro nível mas a equipe não correspondeu, caindo nas oitavas de final para o Bauru por 3 a 1.
Fonte: GloboEsporte.com