Aos poucos o presidente do Vasco, Alexandre Campello, vai recompondo sua diretoria após a debandada de 13 vice-presidentes no dia 5 de maio por divergências políticas. Na última terça, o mandatário anunciou sete nomes para ocupação de algumas das vagas e que são oriundos de diversos meios profissionais, como Economia, Engenharia, Direito, entre outros.
A ideia do mandatário cruzmaltino é a de que outras pastas sejam oficializadas, mas a nova composição já se desenha com uma mescla entre ex-apoiadores dos candidatos Julio Brant e Fernando Horta. Conheça-os:
Diego Carvalho (Vice-presidente de Comunicação)
Foi o principal responsável por mapear e identificar as suspeitas de fraude na lista de sócios do Vasco que culminou na anulação dos votos da polêmica urna 7 na eleição do clube.
Formado em Engenharia Eletrônica e com cursos em Contabilidade e Gestão Esportiva, apoiou o ex-candidato Fernando Horta no último pleito e foi indicado pelo benemérito Otto de Carvalho, com quem fez uma parceria de investigação como oposição de Eurico Miranda no Conselho Fiscal do ano passado.
Nesta pasta, terá todo o poder para justamente fiscalizar e modernizar o fluxo de entrada de associados do clube e tem a missão de oferecer eleições limpas em 2020.
"Fico muito feliz por todo o esforço ter valido a pena (em relação às denúncias de fraude na eleição). Em minha visão, os problemas recorrentes que temos não são decorrentes de falta de efetividade da fiscalização e, sim, pelos interesses políticos relacionados à pasta. Por isso estou muito feliz com a missão dada pelo presidente. Ele confiou a mim a reorganização da pasta que deverá ter reflexo direto na melhoria dos sistemas, controles e incentivos para aumento da base de sócios estatutários", disse ao UOL Esporte.
João Marcos Amorim (Vice-presidente de Finanças)
Economista, tem 47 anos e pertence a uma consultoria que gere receitas e faz um trabalho de reestruturação financeira de empresas.
Chegou a ser membro do Conselho Fiscal como representante da oposição na gestão Eurico Miranda, mas não ficou até o fim do mandato. Também é ex-presidente do grupo político opositor "Cruzada Vascaína". Apoiou o ex-candidato Julio Brant na eleição passada na chapa e chega com o objetivo de obter novas fontes de receitas para o clube.
"Será fundamental que todos se empenhem ao máximo na captação de recursos. Diante dessa antecipação das cotas, a única solução é gerar novas receitas. Também já há um trabalho de redução de despesas", declarou ao "Expresso 1898".
Rodrigo Saavedra (Vice-presidente de Patrimônio)
Engenheiro no ramo de petróleo, fez carreira na Petrobras, onde lidera o grupo político "PetroVasco", que reúne funcionários da empresa e ganhou influência na eleição do ano passado ao lado do ex-candidato Julio Brant.
A aceitação do cargo foi dada após reunião entre os seus membros, que também deverão participar direta ou indiretamente da administração da pasta.
O grupo, aliás, emitiu um comunicado sobre o novo desafio.
"(...) Face a um dos momentos mais conturbados da história do clube, onde forças políticas obscuras tentam dominar o Vasco, a Petrovasco decidiu participar da atual gestão, apostando nesse momento de união de forças do bem em prol do Vasco. A ética, a transparência e a competência técnica serão os pilares da nossa gestão e a grandeza do Vasco será nosso maior compromisso".
João Ernesto (Vice-presidente de Relações Especializadas)
Trabalhou na mesma função na gestão de Roberto Dinamite e foi o responsável por criar um dos departamentos que ganhou mais elogios naquela administração: o Centro de Memória, que reúne uma série de documentos históricos do clube. O local se tornou importante para preservar e organizar itens importantes da história cruzmalina.
Outro marco de destaque de João Ernesto na pasta foi preparar um dossiê e obter o reconhecimento por parte da Conmebol do título sul-americano de 1948 como tendo sido o primeiro do continente.
Novamente à frente da vice-presidência, ele quer agora o reconhecimento da Fifa pelo que considera um bicampeonato mundial do Vasco, em 1953 e 1957.
Em 1953, a competição em questão foi o Torneio Rivadavia Correya Meier, com participações de Olímpia (PAR), São Paulo, Sporting (POR), Corinthians, Hibernian (SCO), Nacional (URU) e Botafogo.
Em 1957, o torneio foi o de Paris, onde o Vasco venceu na final o poderoso Real Madrid (ESP), de Di Stefano, por 4 a 3.
Paulo Gustavo Ganime (vice-presidente de Gestão Estratégica)
É formado em Engenharia de Produção e Economia. Tem como experiência profissional trabalhos na Shell (indústria de petróleo) e Michelin (indústria de pneus) nas áreas financeiras e de gestão de projetos, tendo trabalhado nos últimos cinco anos nos Estados Unidos e na França. Também é pré-candidato à deputado federal (Novo-RJ).
Apoiou Alexandre Campello na eleição do Vasco e já o auxiliava na diretoria, embora não tivesse cargo em vices-presidências.
Adriano Mendes (vice-presidente de Controladoria)
Quando Alexandre Campello tomou a corajosa decisão de negar a Eurico Miranda a assinatura do balanço de 2017, ele deu a competência de tal elaboração ao grupo político "Desenvolve Vasco", formado por funcionários do BNDES. E um dos grandes responsáveis pela formatação do elogiado documento foi Adriano Mendes.
Tiago Lezan Santanna (vice-presidente de Desportos Aquáticos)
É outro membro da Desenvolve Vasco e funcionário da BNDES. Comandará a pasta com a expertise de ser nadador da categoria máster do clube.
Fonte: UOL