Após 13 vice-presidentes ligados ao ex-apoiador Roberto Monteiro entregarem seus cargos, Alexandre Campello anunciou três novos nomes no Vasco. Para além das indicações, entretanto, o presidente mostrou uma "reaproximação" com seu antigo aliado Julio Brant.
- O João Ernesto (Ferreira) será o vice-presidente de Relações Especializadas, assim como o João Marcos Amorim deverá ser o nosso vice-presidente de Finanças (ambos do grupo Cruzada). O Rodrigo Saavedra, da PetroVasco, deve assumir o Patrimônio. As demais vice-presidências serão anunciadas durante a semana - declarou o presidente, após sessão do Conselho Deliberativo.
Antes da eleição de janeiro, Campello e Brant andavam lado a lado na política vascaína. Após uma união, formaram a chapa Frente Sempre Vasco Livre, que se tornou vencedora do pleito dentre os associados.
No Vasco, porém, as eleições são indiretas. Após a indicação dos sócios, os Beneméritos e Grande Beneméritos votam a chapa vencedora. Essa votação costumava ser apenas para referendar o resultado. Mas não em 2018. Com articulações de Eurico Miranda e Roberto Monteiro, Campello rompeu com Brant, o enfrentou no pleito e saiu vencedor, tornando-se presidente do clube.
Passados quatro meses, o mandatário teve outra ruptura, desta vez com Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo. E, com isso, iniciaram mudanças não só entre os vices, mas na política do clube.
Se já estavam um pouco mais alinhados na reunião em que Campello apresentou números do empréstimo do empresário Carlos Leite ao clube e o contrato da gestão anterior com o Grupo Lasa - patrocinador que não saiu do papel - os grupos de Brant e Campello estiveram do mesmo lado na polêmica reunião que ameaçava retirar o presidente do clube do poder na noite desta segunda.
- Eu acho que uma das minhas obrigações é não só mudar a gestão do clube, não só mudar a forma do clube se relacionar com patrocinadores, parceiros e sócios, é também pacificar o clube, apaziguar os ânimos - avaliou Campello.
A sessão extraordinária revelou alguns pontos: a antiga situação, liderada por Roberto Monteiro, virou oposição e se uniu a Eurico Miranda. Por outro lado, alguns nomes que têm como líder Julio Brant ficaram ao lado de Alexandre Campello. Por um placar de 98 x 94, Campello saiu vitorioso, assim como o "Sempre Vasco", grupo de Brant.
- A melhor maneira para botar em prática essas ações é pegar os melhores dentre os sócios ou conselheiros do clube para cada vice-presidência, de maneira que o Vasco saia beneficiado não só com eficiência, mas também com essa calmaria. Está na hora de abrir o diálogo com todos os grupos e acabar com essa guerra que só prejudica o Vasco - disse Campello.
Ao fim da sessão, oposicionistas comemoraram a vitória. Um deles, o deputado estadual Carlos Osório, em entrevista, se colocou à disposição do clube para ajudar.
- A votação permite ao Vasco mais estabilidade para seguir seu caminho. Somos oposição, mas não queremos o clube em uma situação de ser investigado em um momento delicado. Não vimos materialidade, foi tudo baseado em relatos. A oposição entendeu que era melhor não agravar a crise do clube. A oposição é a favor do Vasco - disse Osório, importante liderança entre beneméritos do clube.
E se não falou em "reaproximação" com Brant, Campello tratou de aproveitar o discurso e o momento oportuno para abrir as portas do clube para uma união entre vascaínos.
- Achei interessante a fala de um dos conselheiros, o Alexandre Lopes, que deu um discurso fantástico. O Vasco está se empobrecendo e se apequenando na política, e isso tem uma repercussão muito grande nos resultados, no crescimento do clube, na grandeza dele. É hora do vascaíno entender que é hora de unir forças para que a gente vença esses obstáculos.
Fonte: GloboEsporte.com