Roberto Dinamite foi convocado para duas Copas do Mundo para substituir jogadores cortados
Em comunicado oficial, a CBF confirmou que Daniel Alves não vai poder jogar na Copa do Mundo da Rússia. Aos 35 anos, o lateral-direito que esteve em 2010 e 2014 seria titular novamente, mas se tornou a primeira, e por enquanto única, ausência da lista de Tite por conta de lesão no joelho direito.
A situação triste não chega a ser uma novidade para o torcedor brasileiro, por 15 vezes desde 1970 o Brasil teve que lidar com cortes inesperados na véspera da Copa, em algumas ocasiões 24 horas antes da estreia. Alguns cortados fizeram muita falta, mas em algumas ocasiões, o substituto acabou brilhando, como foi com Aldair em 1994.
Alemanha, 2006
Cortado: Edmilson
Substituto: Mineiro
A última vez que a seleção precisou fazer um corte foi em 2006, na equipe então dirigida por Carlos Alberto Parreira. Edmilson, pentacampeão mundial em 2002, que na época jogava pelo Barcelona, teve uma ruptura no menisco do joelho direito durante um jogo-treino da seleção e precisou ser substítuiodo. Em seu lugar foi convocado Mineiro, volante autor do título mundial do São Paulo contra o Liverpool em 2005.
Coreia do Sul e Japão, 2002
Cortado: Emerson
Substituto: Ricardinho
Antes de conquistar o título, a seleção brasileira de 2002 teve uma das convocações mais contesdadas da história das Copas. Mesmo com apelo nacional, o técnico Felipeão resolveu deixar de fora nomes como Djalminha, Alex e, principalmente, Romário. Com o grupo já fechado, o volante Emerson, que era capitão da equipe, estava jogando de goleiro em um rachão, acabou machucando o ombro ao fazer uma defesa e foi cortado a 24 horas da estreia contra a Turquia.
Mesmo com as estrelas que haviam ficado de fora da convocação inicial, Felipão chamou Ricardinho, meio campo que estava no Corinthians para substituir Emerson. Mesmo tendo sido o última a juntar ao grupo, Ricardinho teve boa participação na Copa, entrando em três partidas, sempre no segundo tempo.
França, 1998
Cortados: Romário, Márcio Santos e Flávio Conceição
Substitutos: Emerson, André Cruz e Zé Carlos
Três jogadores convocados por Zagallo para a Copa da França precisaram ser cortados: o volante Flávio Conceição e o zagueiro Márcio Santos, que foram substítuidos por Zé Carlos e André Cruz, começariam a Copa como reservas. O corte mais dramático daquele ano, e talvez de toda a história da seleção, foi o de Romário. O Baixinho teve uma lesão na panturrilha e foi colocado como carta fora do baralho pelo então médico do seleção Lídio Toledo.
Revoltado, Romário não aceitou bem o corte e criticou a comissão técnica pela decisão. Ele acreditava que poderia estar em campo pela seleção, no mais tardar, no segundo jogo da primeira fase. Seu substituto foi o volante Emerson.
Estados Unidos, 1994
Cortados: Mozer e Ricardo Gomes
Substitutos: Aldair e Ronaldão
Mozer, Ricardo Gomes, Ricardo Rocha e Márcio Santos foram os zagueiros convocados por Carlos Alberto Parreira em 1994. Cerca de um mês antes do Mundial veio a primeira baixa. Mozer teve que ser cortado por conta de uma hepatite e Aldair foi chamado para o seu lugar. Depois foi a vez de Ricardo Gomes, que sofreu um estiramento em um amistoso na véspera da Copa, dando lugar a Ronaldão.
Tratados como 4ª e 5ª opções em um primeiro momento, Márcio Santos e Aldair se tornaram titulares devidos aos cortes e a lesões dos companheiros ‑Ricardo Rocha se machucou na estreia. O resultado foi uma dupla de zaga que acabou sendo reconhecida como um dos pontos mais fortes do tetracampeonato mundial.
México, 1986
Cortados: Mozer, Cerezo e Leandro
Substitutos: Mauro Galvão, Valdo e Josimar
Sob o comando de Telê Santana pela segunda Copa seguida, o treinador perdeu jogadores importantes da véspera da Copa. O zagueiro Mozer e o volante Cerezo tiveram problemas fisícos e tiveram que dar lugar a Mauro Galvão e ao jovem Valdo,do Grêmio, que ainda não tinha nenhuma experiência com a seleção brasileira.
Leandro também foi cortado em 1986, mas porque ele mesmo pediu dispensa. Ele justifica que a atitude aconteceu em solidariedade ao amigo Renato Gaúcho, que foi cortado depois de não respeitar o toque de recolher imposto por Telê Santana. O lateral-direito do Flamengo cometeu a infração junto com Renato, mas, em um primeiro momento, só o Gaúcho foi punido.
O substituto foi Josimar, que aproveitou a oportunidade fazendo dois belos gols no Mundial, um deles em chute de fora da área que é relembrado até hoje com um dos mais bonitos da história das Copas.
Espanha, 1982
Cortado: Careca
Substituto: Roberto Dinamite
Vivendo grande fase e cotado para ser o principal centroavante do time mágico de 1982, Careca acabou sofrendo uma lesão na coxa já na Espanha, quatro dias antes da estreia. Telê Santana convocou Roberto Dinamite, mas o atacane do Vasco não foi aproveitado nenhuma vez. A vaga de titular caiu no colo de Serginho Chulapa, que era muito contestado na época, e fez dois gols na competição.
Argentina, 1978
Cortados: Nunes e Zé Maria
Substituto: Roberto Dinamite e Nelinho
Vivendo um bom momento pelo Santa Cruz, Nunes brigava com Reinaldo, do Atlético-MG, pelo posto de titular do ataque do Brasil na Copa de 1978. Mas o atacante, que depois se tornaria ídolo no Flamengo, acabou se contundindo em um treino e precisou ser cortado. O mesmo aconteceu com Zé Maria, que seria o lateral direito titular daquele time.
Roberto Dinamite foi chamado para o ataque e fez três gols no torneio, enquanto Nelinho, que veio substituir Zé Maria, também aproveitou bem a chance, foi titular e fez um gol na decisão de terceiro lugar contra a Itália.
Alemanha Ocidental, 1974
Cortados: Clodoaldo e Wendell
Substituto: Mirandinha e Waldir Peres
Na primeira Copa-pós Pelé, um dos remanescentes da conquista do tri no México quatro anos antes acabou sendo cortado. Clodoaldo era um volante técnico e também um dos líderes daquela seleção que lutaria pelo tetra, mas uma distensão muscular o fez perder o Mundial. Em seu lugar foi convocado Mirandinha, do São Paulo, que foi bem aproveitado e acabou jogando quatro jogos, um como titular.
O goleiro Wendell também foi cortado depois da convocação, em seu lugar veio Waldir Peres.
México, 1970
Cortado: Rogério
Substituto: Emerson Leão
Ponta direita do Botafogo, Rogério tinha status de titular na seleção de 1970. Entretanto, quando chegou ao México com o restante do grupo, sentiu dores musculares e precisou ser cortado do elenco. Como era importante para o grupo, foi convidado a continuar na delegação, fazendo um papel de olheiro, observando as seleções rivais.
Quem foi convocado em seu lugar foi Emerson Leão, na época com apenas 21 anos, para ser o terceiro goleiro da equipe, que já contava com Aldo e, o titular, Félix. Se o substituto de Rogério foi um goleiro, o corte abriu espaço para Jairzinho na equipe principal, que aproveitou a chance e fez gol em todos os jogos daquela Copa e foi peça fundamental do tricampeonato mundial.
Fonte: O Globo Online