Grupo de Brant é contra impeachment, que favoreceria integrantes do Identidade Vasco
"O que se percebe é que existe claramente um movimento neste sentido". Foi com estas palavras que o presidente Alexandre Campello respondeu sobre a possibilidade de estar diante de um processo de impeachment após a saída de 13 vices de sua diretoria. E é justamente a pessoa que alega ter sofrido um "golpe" dele na eleição o principal responsável por evitar que o mandatário seja destituído do cargo.
Com seu grupo sólido e tendo cerca de 65 cadeiras no Conselho Deliberativo, o ex-candidato Julio Brant é, neste momento e para a surpresa de alguns, contra o impedimento mesmo tendo sido abandonado na aliança que tinha com Campello no dia em que deveria ser oficializado como presidente do Vasco.
Mas por qual motivo o ex-candidato é contra este movimento? Na visão dele e de seu grupo, o impeachment favoreceria apenas figuras que são ainda mais nocivas ao Vasco que Campello, como o presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro - apontado por muitos como o principal articulador da manobra que fez Campello romper com Brant e vencer o pleito - e os vices que saíram no último fim de semana.
Explica-se: de acordo com o estatuto do clube, num rito de impeachment o sucessor imediato é o primeiro vice-presidente geral do clube, no caso, Elói Ferreira, que debandou da vice-presidência de relações especializadas.
O mesmo, todavia, já informou à pessoas próximas que não tem a intenção de ser mandatário. Neste cenário, o segundo na linha sucessória é justamente Roberto Monteiro, pessoa que desperta mais pavor entre os membros da "Sempre Vasco".
A postura foi debatida internamente, uma vez que Campello sequer chegou a procurar Julio.
Uma mudança de posicionamento só acontecerá por parte da "Sempre Vasco" caso se apresentem provas concretas de fraude na gestão envolvendo o atual presidente.
O cenário ideal para eles é que se comprovem irregularidades na perícia que corre no banco de dados dos sócios - apreendido ainda na gestão Eurico Miranda - e a Justiça decrete a anulação da eleição. Deste modo, uma nova votação teria que ser convocada e todos os cargos eleitos seriam anulados, incluindo os de Campello, Monteiro, Elói, entre outros.
Campello sofre pressão por perícia no HD
Levantando a bandeira da transparência após contratar empresas de auditoria e apresentar um elogiado balanço financeiro detalhado demonstrando a real situação do Vasco, Alexandre Campello ainda é cobrado por um maior apoio à perícia que tem sido feita nos bancos de dados apreendidos.
"A maioria dos grupos já declarou apoio independente disso (perícia do HD). Já repeti várias vezes que não tenho nenhuma objeção à pericia do HD, só não entendo utilizar essa perícia com a intenção de anular a eleição. Isso não vou concordar porque é ruim para o clube", declarou Alexandre Campello.
Já há, porém, entre seus novos pares, quem recomende ao presidente que de suporte à perícia. Na visão destas pessoas, essa ação poderá sucumbir com as imagens de Eurico Miranda e Roberto Monteiro e, no fim das contas, Campello ainda sairá fortalecido mesmo com o risco de ter sua eleição anulada.
Maioria do Conselho, hoje, é contra o impeachment
Com este posicionamento atual de Brant e companhia, os aliados do presidente somam na matemática "campellista" os cerca de 65 conselheiros do ex-candidato, 11 conselheiros do próprio mandatário e mais de 50 do grupo que decretou apoio nesta segunda a Alexandre e que é liderado por figuurões da política vascaína como Fernando Horta, José Luiz Moreira, Otto de Carvalho, José Carlos Osório, Jorge Salgado, Antônio Peralta e Faues Mussa.
Vale lembrar que por conta da idade avançada ou da situação de saúde de alguns natos, nunca as votações do Conselho Deliberativo conseguem reunir os 300 conselheiros (150 eleitos e 150 natos).
Base para os novos VP's é da ex-chapa de Fernando Horta
Durante a reunião que selou o apoio de medalhões da política do Vasco a Campello, alguns nomes foram sugeridos para assumirem as pastas vagas deixadas pelos 13 ex-vice-presidentes. Dois deles já estão muito bem encaminhados, são eles: Cláudio Gomes - publicitário e sócio da rede de restaurantes "Balada Mix" – para a VP de Comunicação, e Carlos Fernandes Araújo, o "Carlinhos" – dono de uma construtora – para a VP de patrimônio.
Em comum está o fato dos dois terem apoiado o candidato Fernando Horta na última eleição. Outros nomes da ex-chapa do presidente da escola de samba Unidos da Tijuca deverão ser indicados e nomeados nos próximos dias.
Fonte: UOL