Julio Brant analisa situação política de Alexandre Campello e diz que aceita conversar
O presidente do Vasco está isolado, Neste sábado, Alexandre Campello recebeu a renúncia de 13 vice-presidentes do grupo Identidade Vasco — clique aqui e leia. Agora, o mandatário vascaíno busca se aproximar de Fernando Horta, ex-vice-presidente do clube, que concorreu nas recentes eleições; e Otto de Carvalho, que presidiu o Conselho Fiscal e foi pré-candidato em 2017. Segunda-feira, eles e José Luiz Moreira, o ex-vice de futebol conhecido como "Zé do Táxi"; se reunirão para definir o apoio, que deverá mesmo acontecer.
Campello ainda não conversou com Júlio Brant, que fazia uma oposição mais radical a Eurico Miranda e por ele foi derrotado nas urnas. O resultado foi fruto de uma articulação com o ex-mandatário e Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo e que integrou a maior organizada do clube, a Força Jovem, a partir dos anos 1980, se tornando um de seus líderes. Os vices que se afastaram são ligados a ele, que capitaneia o Identidade Vasco e segue como forte aliado de Eurico Miranda.
A possibilidade de os agora rivais de Campello tentarem o impeachment é real, utilizando a venda do Paulinho como motivo — clique aqui e leia mais. Por isso ele articula um bloco no Conselho Deliberativo. Há outros grupos dispostos a ajudar, como Malta, Cruzada, Expresso, Vira Vasco etc. O Sempre Vasco, de Brant, ainda está reticente, mas será procurado para uma aproximação.
Sem alternativa, o atual presidente se vê forçado a buscar apoio em quem derrotou nas eleições justamente com a manobra eleitoral feita por Monteiro e seu antecessor no comando do clube. Uma aliança desfeita principalmente após a publicação do balanço que escancarou a desesperadora situação financeira do Vasco após a última gestão de Eurico. O blog conversou com Júlio Brant antes de seu celular tocar e do outro lado surgir a voz de Campello, algo que deverá acontecer. O oposicionista vascaíno disse como vê esse momento do clube.
Já esteve com Campello? O rompimento com Eurico Miranda e Roberto Monteiro aconteceu mesmo.
Julio Brant: Campello não me ligou e não falamos. Acho que o rompimento é, de fato, real. Pelo que sei, Campello descumpriu o acordo que o elegeu alinhavado pelo Monteiro com Eurico.
Qual sua opinião a respeito dessa situação e da carta de renúncia dos 13 vice-presidentes?
Julio Brant: Isso mostra que a composição feita em cima da hora para impedir nossa eleição não tinha qualquer fundamento; fosse de gestão, fosse político. E agora o Campello conseguiu o inacreditável: brigar com a gente, com o Monteiro e com o Eurico. Situação difícil a dele.
Não vê como uma chance de uma guinada se direção no clube?
Julio Brant: Não, pois a composição do Conselho continua a mesma. Muito fracionado e com uma cisão política agora mais profunda. Antes era uma situação de equilíbrio entre oposição e situação. Hoje são quatro grupos: Nós, a maioria; Monteiro, ainda representativo e com a presidência; Eurico, 30 eleitos, mais os beneméritos; e Campello com mais ou menos oito conselheiros. É uma situação jamais vista no clube.
Você aceitaria conversar com Campello?
Julio Brant: Converso com todos, sempre.
Dentro das circunstâncias, acha que uma nova esperança pode surgir, afinal, Eurico Miranda está sendo enfrentado?
Julio Brant: Ele está fortalecido. A única forma de enfraquecer essa ordem é uma nova eleição, com base na apuração da fraude. Não vejo chances com a composição atual.
Fonte: Blog do Mauro Cezar Pereira - ESPN.com.br