Juniores: Conheça Marrony, promessa do Vasco que deve se juntar aos profissionais no 2º semestre
O time dos Santos estava na final do campeonato local de Volta Redonda. Aqueles torneios de várzea, disputados até o último pedaço de campo. Foi então que o técnico Baianinho lançou mão de sua arma secreta para o jogo decisivo: o próprio filho, Marrony, um moleque de 15 anos.
Pois o Marrony foi lá e fez o gol de empate no tempo normal. Nos pênaltis, o Santos venceu e levou o título. Ganhou tradição: são duas taças em três disputadas. Mas o jovem Marrony nunca mais jogou pelo time do pai. Ele estava a caminho de São Januário, aonde chegou em 2015, depois de uma rápida experiência no Cruzeiro.
Quatro anos depois, Marrony é um dos destaques do sub-20 do Vasco. Atacante que consegue aliar altura e velocidade, ele desandou a fazer gols em 2018. É tratado como uma das principais promessas da categoria, um dos candidatos a seguir os passos de Paulinho - vendido nesta semana ao Bayer Leverkusen, da Alemanha.
Vizinho de Dedé
O jovem, porém, tem outras referências. A começar por Dedé, zagueiro que cresceu no bairro vizinho ao seu em Volta Redonda e foi ídolo do Vasco. O principal é o próprio primo de Marrony, Ricardo Santos, que atua no Cerezo Osaka, do Japão.
- Um jogador em que me inspiro muito é o Neymar. Mas eu tenho um jogador que é meu primo, o Ricardo Santos, que joga no Japão. Todos que perguntam eu falo que é meu ídolo. É um jogador na família. Sempre que sabe de alguma coisa fala comigo, para manter a cabeça no lugar, manter o foco. Meu ídolo no mundo é o Neymar, mas a referência é o Ricardo Santos. Sempre que dá ele me chama no WhatsApp. Eu tive a base, ele não chegou a ter base. Foi batendo de porta em porta até que conseguiu - contou o menino.
Ricardo é o exemplo mais bem sucedido de uma família que Marrony garante que tem o futebol no sangue.
- Minha família é fabrica de jogador. Um monte de primo. A gente tem um time lá, que é o Santos. Botamos o nome por causa do Ricardo. Tem mais família. Meu pai é o técnico, meu irmão é zagueiro, o outro é lateral-esquerdo. Depois que vim para o Vasco perdi esse vinculo, mas participo. Vou a todos os jogos.
Nome sertanejo
A paixão no sangue de Marrony não vem só da bola. O nome dele é inspirado - isso mesmo - no cantor Marrone, da dupla sertaneja Bruno e Marrone. Uma ideia da mãe, fã do gênero musical.
- Minha mãe é muito fã, escuta muita música sertaneja. Escutava Bruno e Marrone, Jorge e Mateus. Acho que foi um jeito de homenagear. Eu gosto, é meio diferente. É bacana. Os que têm nome diferente costumam ser bem famosos, como Neymar - ponderou.
A fama de Marrony é tão grande que, quando ele chegou para a entrevista, o amigo Rafael França, volante do sub-20, provocou:
- Pede para ele cantar!
Marrony não cantou, mas em campo vem tendo boa performance. São oito gols no ano, desde que o técnico Marcos Valadares o tirou da ponta esquerda e o passou para a direita. Canhoto, ele passou a finalizar mais.
- Desde o começo do ano eu venho jogando pela esquerda, fiz boas jogadas. Agora, o treinador me testou pela direita e está dando super certo. Venho jogando assim. Muitos gostam que eu jogue assim, porque falam que eu tenho qualidade para cortar no meio e chutar. Mas se for para escolher, eu estou mais acostumado na esquerda.
Renovação nos planos
O bom desempenho de Marrony chamou a atenção da diretoria. O atacante tem contrato até 2020, mas o Vasco iniciou conversas para estender o compromisso.
- Já estamos pensando em renovação, já falamos com ele. Pensamos em fazer a extensão permitida, de três anos. É uma coisa que está na pauta. Marrony está muito bem. Eu faço uma projeção boa para ele no profissional. É um atleta com o nosso perfil. Jogador longilíneo, rápido, extremo. Tem produzido resultados excelentes - disse Carlos Brazil, diretor da base.
A ideia é que Marrony comece a se ambientar ao profissional no segundo semestre de 2018. Com cuidado, para que esta nova promessa do Vasco possa render frutos nos passos de Paulinho.
- Já conversamos com o empresário, com o pai dele, para que haja um entendimento dessa transição, a forma como vai ser feita, sem ansiedade. Nosso pensamento é que comece a fazer essa transição no segundo semestre. Treinando, voltando, fazendo jogos em que não tenha tanta responsabilidade - completou Brazil.
Pelo visto, o Santos, time da família em Volta Redonda, não terá mais sua arma secreta.
Fonte: GloboEsporte.com