Vasco venceu o Racing por 3 a 2 no El Cilindro em 1997; Luisinho, Mauro Galvão, Nasa e Ramon relembram
Clubes pioneiros e entre os mais queridos de seus respectivos países, Vasco da Gama e Racing Club medem forças pela Conmebol Libertadores na próxima quinta-feira (19/04), às 19h15 (de Brasilia), no Estádio Presidente Perón, em Avellaneda. Válida pela terceira rodada do Grupo 5, a decisiva partida não será o primeira entre os Gigantes da América em solo argentino.
Ao longo da história, vascaínos e alvicelestes duelaram oito vezes, sendo três delas em Buenos Aires. O último encontro aconteceu no dia 21 de outubro de 1997, pela Supercopa da Libertadores, dois meses antes do Almirante alcançar o Tricampeonato Brasileiro. Na ocasião, por estar envolvido com a disputa do título nacional, o treinador Antônio Lopes não escalou força máxima.
- Mesmo tendo o Campeonato Brasileiro como objetivo principal, o grupo foi para essa partida buscando representar da melhor forma possível a tradição do Vasco. Nossa equipe tinha atletas formados na base e que possuíam muita identificação com o clube e a torcida. O desejo de todos de se firmar no Vasco era enorme. Jogamos com muita motivação e empenho. Fora de campo, até que as coisas foram tranquilas. Dentro de dele, porém, a rivalidade faltou mais alto. A pressão foi grande, tinha muita gente no estádio, mas isso não nos intimidou em nenhum momento - relembrou o ex-volante Luisinho Quintanilha.
O Gigante da Colina atuou no "El Cilindro" sem algumas peças importantes, casos, por exemplo, do goleiro Carlos Germano e do atacante Edmundo. Mesmo desfalcado de duas de suas referências, o Vasco da Gama não adotou uma postura defensiva, muito pelo contrário, procurou encarar o Racing Club de igual para igual. A estratégia surtiu efeito e a equipe de São Januário saiu de campo vitoriosa.
- Enfrentar times argentinos é sempre complicado, pois eles jogam um futebol praticamente do mesmo nível do Brasil, com muita técnica. Além disso, demonstram uma vontade e uma garra acima do normal. São os adversários mais difíceis desses torneios internacionais. Tive a oportunidade de enfrentar o Racing na época que era jogador pela Supercopa e recordo que encontramos dificuldades, mas soubemos aproveitar as chances que tivemos e saímos de lá com a vitória. Acredito que o Vasco encontrará um ambiente de muita pressão. É preciso segurar o ímpeto inicial deles e ir soltando o time aos poucos - afirmou o ex-zagueiro Mauro Galvão.
O triunfo cruzmaltino sobre o clube do bairro de Avellaneda foi pelo placar de 3 a 2 e começou a ser construído ainda na etapa inicial, por Ramon. Os argentinos empataram no início do segundo tempo, mas Nasa tratou de recolocar o Almirante em vantagem logo em seguida. O Racing chegou a igualar o placar outra vez, mas no apagar das luzes, Luis Cláudio finalizou com perfeição e decretou a vitória brasileira.
- O grupo era incomparável. Existia um companheirismo e uma sintonia muito grande entre todos nós. Encarávamos esses jogos na Argentina com sangue nos olhos. Quando se defende uma instuição grande como o Vasco, tem que ser dessa forma, o empenho precisa ser total, até porque você tem uma responsabilidade enorme. Nós sabíamos o peso dessa camisa. Eu, particularmente, até por ter encontrado muita dificuldade antes de chegar no clube, encarava cada jogo como se fosse o último. Eu defendia o Vasco com toda minha alma e coração sempre. Nessa partida, não foi diferente e acabei sendo abençoado com um gol. Foi um dia inesquecível - disse o ex-volante Nasa.
Se repetir o resultado conquistado há 21 anos, o Gigante da Colina igualará o Racing em número de pontos e encerrará a rodada entre os líderes de sua chave. Autor do primeiro no duelo pela Supercopa, o ex-meio-campo Ramon acredita que o time vascaíno possui plenas condições de conquistar os três pontos em Avellaneda. Hoje treinador da Tombense (MG), o ídolo afirmou que o Almirante está no caminho certo.
- Jogar na Argentina, diante do Racing, tem sempre um grau de dificuldade tremendo. Os jogos são muito complicados. Foi assim em 1997, quando vencemos e eu tive a felicidade de marcar um gol. Apesar de estar na Tombense, tenho acompanhado o clube e classifico o trabalho do Zé Ricardo como belissímo. O Vasco possui um time muito organizado e tem bons valores. Uma pena ter perdido o Paulinho num momento tão importante. A partida não será fácil, as dificuldades serão enormes, mas o time vem jogando um bom futebol e acredito que o torcedor pode ficar bem confiante para esse jogo - concluiu Ramon Menezes.
FICHA TÉCNICA
Racing Club (ARG) 2 x 3 Vasco da Gama
Supercopa da Libertadores- 2ª fase
Data: 21/10/1997
Local: Estádio Presidente Perón, Buenos Aires (ARG)
Árbitro: Eduardo Dluzniewski (URU)
Gols : Ramón, 41/1ºT (Vasco); Garcia, 06/2ºT (Racing); Nasa, 13/2ºT(Vasco); Delgado, 21/2ºT(Racing); Luís Cláudio, 42/2ºT(Vasco da Gama)
Expulsão: Galvan (Racing)
Racing Club: Caceres, Navas, Galvan, Arce, Zanetti, Garcia, Michellini, Cordobá, Mandra (Delgado), D'Amico (Villalonga) e Diez. Treinador: Carlos Babington.
Vasco da Gama: Márcio, Válber (Luís Cláudio), Odvan, Mauro Galvão e Felipe (Pedrinho); Luisinho (Fabrício Eduardo), Nasa, Juninho e Ramon; Mauricinho e Evair. Treinador: Antônio Lopes.
Fonte: Site oficial do Vasco