Adversário do Vasco nesta 5ª-feira, Racing foi 'salvo' da falência por seus torcedores
Quarta-feira, 18/04/2018 - 07:04
Naquele ano, o Racing somava US$ 30 milhões (cerca de R$ 94 milhões na cotação atual) de dívidas. A Justiça argentina, que já havia constatado a quebra do clube uma temporada antes, decretou a falência da instituição no dia 4 de março de 1999. A noite ainda teve agressões e protestos ao então presidente Daniel Lalín, no episódio mais triste da centenária história do clube.

Se não fosse sua torcida, o Racing teria acabado ali, naquele 4 de março de 1999. Mas como "se" não existe... Três dias depois, a equipe receberia o Talleres em sua casa, pela estreia do Torneio Clausura. A "hinchada" ignorou a decisão judicial e lotou El Cilindro mesmo sabendo que ninguém entraria em campo – o clube celeste, afinal, não existia naquele momento.

Foram mais de 30 mil torcedores em campo naquela tarde histórica. E a primeira de muitas pequenas conquistas. Dias depois, a Justiça reverteu a decisão e deu nova chance ao Racing para se reerguer. O processo judicial da falência só foi encerrado em 2008. Desde 2009, 7 de março é tratado pelo clube como "Día del Hincha de Racing".

No Vasco...

A "extrapolada" da torcida cruz-maltina não evitou uma falência, mas escreveu um dos principais capítulos da história do clube: ajudou, com investimentos de torcedores de todas as classes sociais, a construir São Januário, inaugurado em 1927.

Tudo começou com a compra de um terreno de 65.445 m² em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, adquirdo definitivamente em 28 de março de 1925. Mas não bastava ter o local para o estádio se não tivesse recursos para construí-lo. Foi aí que o Vasco iniciou campanhas para adquirir fundos e tirar o plano do papel.

Uma delas foi a "Campanha dos 10 mil", focada em aumentar o número de sócios do clube para que, assim, a arrecadação fosse maior. Houve, também, venda de títulos para torcedores, que no futuro receberiam os valores com juros. Essas, com ajuda de portugueses e torcedores fanáticos, foram as duas principais fontes de renda para que São Januário saísse do papel.

As obras do estádio começaram em 1926, com 6.600 barris de cimento e 252 toneladas de ferro comprados com a ajuda da torcida. Apenas 11 meses depois, em 21 de abril de 1927, Vasco e Santos inauguram São Januário. Até 1950, a casa cruz-maltina foi a maior do Rio de Janeiro. Até 1940, a maior do Brasil. E até 1930, a maior da América do Sul.

Nos braços de seus torcedores, Vasco e Racing se encontram nesta quinta-feira. Para seguir com ar na Libertadores, o time comandado pelo técnico Zé Ricardo precisa vencer: está com apenas um ponto no grupo 5, contra quatro do adversário argentino, líder.



Fonte: GloboEsporte.com