Não seria exagero nenhum afirmar que uma segunda versão da "SeleVasco" conquistou o quarto título do Campeonato Brasileiro para o Cruzmaltino. Em 2000, com um elenco recheado de craques, a grande maioria deles com passagem pela Seleção Brasileira, o Gigante da Colina se impôs dentro das quatro linhas, não deu chances para os adversários e retornou ao topo do futebol nacional após três anos.
A temporada, entretanto, não começou da forma que o clube de São Januário esperava. O Vasco da Gama chegou nas finais do Mundial de Clubes, do Campeonato Carioca e do Torneio Rio-São Paulo, porém não levantou nenhuma dessas taças, o que provocou mudanças no comando técnico. Oswaldo de Oliveira, que vinha de uma boa passagem pelo Corinthians, foi o escolhido para comandar o estrelado elenco.
Liderado por Romário, que encerrou aquela temporada como artilheiro do mundo e do Brasil com 76 gols, o Almirante fez a quinta melhor campanha da fase de classificação na Copa João Havelange, com direito a vitórias expressivas sobre rivais de grande magnitude. Nas oitavas de final, o Bahia apareceu como adversário e o favoritismo foi justificado. Após empate em Salvador, o Cruzmaltino venceu por 3 a 2 em São Januário.
O rival nas quartas de final foi o Paraná Clube e o Gigante da Colina tratou logo de abrir uma vantagem considerável no jogo de ida. O triunfo por 3 a 1 fez o time vascaíno entrar em campo mais relaxado em solo paranaense. O Tricolor da Vila até fez uma boa apresentação e balançou as redes com Reinaldo, porém não conseguiu reverter o placar e se tornou mais uma vítima da nova versão da "SeleVasco" na Copa João Havelange.
Equipe de melhor rendimento na fase de classificação, o Cruzeiro, dirigido por Luis Felipe Scolari, foi quem apareceu no caminho cruzmaltino na semifinal. O favoritismo da Raposa se tornou ainda mais forte quando o Almirante após a primeira partida terminar empatada em 2 a 2 em São Januário. Poucos acreditavam na eliminação dos mineiros dentro do Mineirão, ainda mais após a direção vascaína substituir Oswaldo de Oliveira por Joel Santana.
O que ninguém poderia prever, porém, era que entre os jogos da ida e da volta da semifinal um verdadeiro milagre fosse acontecer: a virada histórica contra o Palmeiras, na finalíssima da Copa Mercosul, em que o Vasco perdia por 3 a 0 e virou para 4 a 3. A memorável partida, que passou para a história como "A Virada do Século", encheu o grupo de motivação. O resultado? Vitória por 3 a 1 em pleno Mineirão, diante de um público de 64.287 pagantes.
Sensação da importante competição nacional, o São Caetano, vice-campeão do Módulo Amarelo e responsável pelas eliminações de Fluminense, Palmeiras e Grêmio, foi o rival cruzmaltino na finalissíma. O duelo de número 1 foi disputado no Parque Antártica e acabou empatado em 1 a 1. A decisão ficou para o Rio de Janeiro, onde o Gigante da Colina contaria com o incentivo de sua apaixonada torcida.
Em virtude da queda do alambrado de São Januário, a segunda partida, realizada no dia 30 de dezembro de 2000, precisou ser interrompida aos 23 minutos da etapa inicial e, após uma longa disputa nos bastidores, foi remarcada para o Maracanã, praticamente três semanas depois. Na ocasião, com gols de Juninho Pernambucano, Jorginho Paulista e Romário, o Vasco da Gama bateu o São Caetano por 3 a 1 e alcançou seu quarto título nacional.
FICHA TÉCNICA
Vasco da Gama 3 x 1 São Caetano
Campeonato Brasileiro 2000- Final
Data: 18 de janeiro de 2001
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Márcio Rezende De Freitas
Público: 60.000
Gols: Juninho Pernambucano, 28'/1ºT (Vasco); Adãozinho, 36'/1ºT (São Caetano); Jorginho Paulista, 39'/1ºT (Vasco); Romário, 07'/2ºT (Vasco)
Vasco da Gama: Hélton, Clébson, Júnior Baiano, Odvan, Jorginho Paulista, Nasa, Jorginho (Henrique), Juninho (Paulo Miranda), Juninho Paulista (Pedrinho), Euller e Romário. Treinador: Joel Santana
São Caetano: Silvio Luiz, Japinha (Gilmar), Daniel, Serginho, César, Claudecir, Esquerdinha (Zinho), Ailton (Leto), Adãozinho, Wagner e Adhemar. Treinador: Jair Picerni.
Fonte: Site oficial do Vasco