Tão logo assumiu o comando do Vasco, o novo presidente do clube, Alexandre Campello, anunciou sua prioridade no início de gestão: colocar os salários em dia. Quase dois meses após sua posse, no entanto, a promessa está bem longe da realidade. Nos últimos dias, funcionários e jogadores completaram três meses de atrasos nos vencimentos. O Cruzmaltino deve os pagamentos de dezembro, 13º salário e fevereiro – além das férias.
Insatisfeitos, os funcionários encontram apenas promessas. No início de março, ao buscarem explicações, escutaram que ao menos um mês seria quitado até o último dia 9. Poucos antes do dia previsto, nova projeção: pagamento até o dia 13. Novamente, nada feito. Em uma última forma, a promessa de que o salário de dezembro seria depositado na última sexta-feira (16). Mais um dia sem movimentações na conta daqueles que aguardam o dinheiro.
O atraso também ocorre nos pagamentos aos antigos funcionários e prestadores de serviços e que celebraram acordos trabalhistas na Justiça. As parcelas de janeiro, fevereiro e março que quitam as dívidas do clube com as partes não foram pagas.
Neste caso, não há previsão. No contato com o clube, os credores escutaram que a atual gestão não pretende regularizar os pagamentos de acordos antigos e que os profissionais devem procurar a Justiça para buscar uma nova negociação.
Oficialmente, o clube informa que não vem realizando tal pagamento porque todos os acordos estão sendo analisados. Tal posição, no entanto, não foi passada aos credores. Ao menos cinco ex-funcionários confirmaram ao UOL Esporte que o Vasco mandou buscar a via judicial.
Questionado sobre as previsões passadas aos funcionários, o clube de São Januário informou que ao menos uma folha salarial deverá ser regularizada na próxima semana – antes do dia 23. O Vasco conta com a entrada de aproximadamente R$ 4 milhões referentes ao mecanismo de solidariedade da Fifa da venda de Philippe Coutinho ao Barcelona. Segundo a diretoria, restam trâmites burocráticos com a Federação Inglesa para que o dinheiro esteja disponível.
Em situação delicada, Alexandre Campello alega que pegou o clube com cofres vazios e sem crédito junto a bancos - herança da tumultuada e questionada gestão de Eurico Miranda. Negociações com as instituições financeiras seguem em andamento para que empréstimos sejam capazes de regularizar os pagamentos. O grupo de comando atual socorreu a operações com o empresário Carlos Leite para quitar o mês de janeiro antes dos jogos da Libertadores.
O clube ainda informou que desligou 112 – e contratou outros 15 – dos cerca de 700 funcionários que o Vasco tinha na época de Eurico Miranda. Nas contas do departamento financeiro, isso representa uma economia de R$ 15 milhões por ano com salários e encargos. Parte desse valor é referente às rescisões dos jogadores Nenê e Luis Fabiano – ambos com vencimentos na casa dos R$ 300 mil mensais.
Fonte: UOL