Alan Kardec é especulado no Corinthians, mas pai diz que jogador segue na China: 'Ganha muito dinheiro lá'
O nome de Alan Kardec passou a ser bastante especulado no Corinthians nos últimos dias. O interesse do atual campeão brasileiro, inclusive, chegou aos ouvidos do pai do centroavante, que também se chama Alan Kardec. Em entrevista ao Blog, por telefone, seu Kardec admitiu satisfação com a notícia e revelou que gostaria de ver seu filho jogar no último time grande de São Paulo que lhe falta no currículo. Porém, seu Kardec avisou que a chance de ele ser contratado neste momento é mínima, já que o contrato com o Chongqing Lifan, da China, só termina em dezembro. No bate-papo, o pai do goleador também falou que sonhava em ver Kardec virar ídolo como Evair no Palmeiras e admitiu a sensação de estar devendo em relação ao São Paulo. Para completar, ele revelou bastidores da vida na China, com direito a bichos de até R$ 300 mil por vitória e uma carteira cheia de dinheiro que voltou às mãos do jogador intacta.
BLOG: Qual a chance de o Alan Kardec deixar a China agora?
ALAN KARDEC: Meu filho tem contrato até dezembro e os chineses fizeram uma proposta de renovação, com valores bem atraentes, mas a gente está avaliando. Por mim, ele renovaria por mais três ou quatro anos, porque o país é espetacular e ele tem uma condição financeira extremamente favorável.
Mas é viável tirá-lo do Chongqing Lifan neste momento?
Tem alguns clubes pesados, da Europa, tentando. Mas eles vão ter de esperar até julho, quando será possível assinar um pré-contrato. O que dá para dizer é que, neste momento, os chineses não o liberariam de jeito nenhum.
A ideia de voltar ao Brasil lhe agrada?
Tenho 60 anos de idade e o Alan Kardec é filho único. É óbvio que queria estar mais próximo dele e da minha neta. Às vezes, a gente tem vontade de voltar. Mas ele ganha muitoooooooo dinheiro lá. É simplesmente absurdo na comparação com o Brasil. Sem contar os bichos.
São muito grandes?
Muito. Teve um jogo em que cada jogador tinha direito a R$ 300 mil pela vitória. R$ 300 mil. Esse valor foi a exceção, mas pagam sempre R$ 20 mil, R$ 30 mil, R$ 50 mil por cada vitória. Tenho vontade de ver meu filho aqui no Brasil de novo, mas dá para esperar um pouco diante dessa realidade.
E o Kardec está disposto a ficar até o fim da temporada lá?
Ele tem uma cabeça boa demais e está totalmente ambientado. Não foi reserva em nenhum jogo e pode escrever: vai fazer uma grande temporada, porque ele está muito focado. O Alan vai arrebentar.
Além dos bichos e dos salários, tem mais coisas bacanas na China?
Se você me perguntar se é melhor morar nos Estados Unidos ou na China, vou responder China. É um baita país. Outro dia, meu filho esqueceu a carteira com muito dinheiro dentro. Tinha mais ou menos R$ 25 mil. Ele deixou a carteira na cestinha de uma bicicleta enquanto foi almoçar. Aí, quando foi pagar a conta, percebeu que estava sem a carteira. E ela ficou no mesmo lugar, com todo o dinheiro, apesar do enorme movimento na rua.
Você gostaria de vê-lo jogar no Corinthians?
Seria um orgulho, porque ele já jogou no Santos, no Palmeiras e no São Paulo. Já pensou? Meu filho se tornaria um dos poucos a jogar nos quatro grandes de São Paulo. Mas repito: só dá a partir de 2019.
O Kardec deixou o Palmeiras de forma polêmica, indo para o São Paulo. Hoje, quatro anos depois, o que pensa sobre a mudança?
O Palmeiras foi o lugar em que mais fiquei triste de ele ter saído. Foi uma paixão avassaladora. Queria que meu filho tivesse virado um Evair no Palmeiras, mas não houve a renovação por causa de R$ 5 mil. Expliquei na época para o Paulo Nobre (então presidente alviverde) que sou homem de uma palavra só. Mas o Paulo entendeu que não dava para chegar no valor pedido.
Ficou alguma mágoa com o ex-presidente do Palmeiras?
Pelo contrário. É alguém por quem tenho profundo respeito. O Paulo Nobre é o responsável direito pelo ótimo momento do Palmeiras, por tudo o que investiu e pela forma como comandou o clube. Fiquei muito feliz meses atrás quando vi o Paulo dando entrevista em um programa e admitindo que o Alan e eu não tivemos culpa na saída do Palmeiras. Ele assumia a responsabilidade.
E qual avaliação faz da passagem pelo São Paulo?
O primeiro ano foi muito bom, mas, a partir de uma lesão, ele teve dificuldade para jogar. De qualquer forma, a gente tem um carinho enorme pelo clube. E ficou a sensação, pelo menos para mim, de que ficamos devendo para o São Paulo. Por causa dessa contusão, que o impediu de ser mais útil. Até hoje, fico aborrecido quando vejo que o São Paulo não venceu um jogo.
Fonte: Blog do Jorge Nicola - Yahoo