A mobilização por Valdiram, internado numa clínica de reabilitação nesta sexta-feira, superou as rixas entre clubes. O mutirão para ajudar o ex-jogador contou não só com membros da diretoria do Vasco, mas também com um grupo de flamenguistas. São sócios do Rubro-Negro engajados na luta antidrogas.
Eles organizam o evento Pelada Rubro-Negra, na Gávea. Além de se reunir para jogar futebol, ajudam dependentes químicos. Foi o caso de Mendonça, ex-atleta do Botafogo, internado em 2017 por conta do alcoolismo graças à ação deles.
— Nosso lema é: independentemente do clube, o importante é ajudar o ser humano — diz Júnior Thomé, que viabilizou a vaga para Valdiram na clínica de Vargem Grande.
A notícia de que Valdiram vivia nas ruas de Bonsucesso, divulgada pelo EXTRA, chamou a atenção de Júnior. Ele entrou em contato com Alexandre Milagres, diretor de saúde preventiva do Vasco, que, por sua vez, é um militante na luta contra o tabagismo. Os dois articularam um trabalho em conjunto para ajudar o ex-jogador.
Com o apoio de José Pinto Monteiro, vice-presidente social do Vasco, Sônia Maria Andrade, 2ª Vice-Presidente Geral, e Antônio Carlos Pinto, diretor de educação, Milagres viabilizou os exames médicos no Hospital dos Servidores, condição para que Valdiram fosse aceito na clínica de reabilitação. Enquanto isso, Júnior e Fábio Justino, também membro da Pelada Rubro-negra, localizaram o ex-jogador nas ruas de Bonsucesso. Mas foi preciso que a assistente social cruz-maltina, Iara Costa, entrasse em cena para convencer o ex-atleta a aceitar a internação.
Este processo de convencimento contou com a colaboração de dois ex-jogadores. Um deles foi Aílton, campeão carioca com o Fluminense, em 1995, e amigo de Valdiram. Ele falou com o colega por telefone. Passou apoio e prometeu visitá-lo na clínica. O outro é Adílio, campeão mundial com o Flamengo, em 1981. Ele também faz parte da campanha Pelada Rubro-negra e foi outro a conversar com o ex-vascaíno por telefone.
Vítima de alcoolismo e do vício em outras drogas, Valdiram está internado na clínica Jorge Jaber, em Vargem Grande. Não há prazo definido para a alta médica. Mas, em média, o tratamento dura cerca de três meses.
Fonte: Extra Online