São Januário e Libertadores não se conectam somente nas estrofes cantadas pela torcida, na música que mistura a fama de "caldeirão" do estádio com o gol de falta marcado por Juninho Pernambucano na semifinal contra o River Plate, em 1998 — em Buenos Aires, não custa lembrar. O retrospecto vascaíno prova que seu campo costuma ser sinônimo de vitórias no torneio continental.
Desde a primeira participação na Libertadores, em 1975, o Vasco fez 34 jogos como mandante; 29 deles foram em São Januário. Ali, o time tem quase 70% de aproveitamento. Conseguiu 18 triunfos e só perdeu seis vezes.
Na campanha do título de 1998, por exemplo, as sete partidas no Rio foram no estádio. A primeira, 3 a 0 sobre o Grêmio, trouxe uma guinada à campanha do Vasco, que patinava na fase de grupos. No mata-mata, cairiam Cruzeiro, Grêmio, River e Barcelona de Guayaquil em casa, pavimentando a rota do título.
É verdade, no entanto, que a imagem temida de São Januário não colou de modo imediato na Libertadores. A campanha vitoriosa no Sul-Americano de 1948 aconteceu toda em Santiago, no Chile. Em 1975, na primeira vez que São Januário recebeu um jogo da Libertadores, Vasco e Cruzeiro empataram em 1 a 1. Até a década de 1990, em seis jogos, o time carioca perdera dois e vencera três.
As derrotas servem de alerta para frear uma euforia natural depois da goleada sobre o Concepción (CHI) no jogo de ida. Nas três últimas eliminações, os tropeços em casa tiveram peso decisivo. Em 1999, o time caiu nas oitavas depois de levar 4 a 2 do Palmeiras. Dois anos depois, a queda veio nas quartas de final, contra o Boca Juniors, que se impôs por 1 a 0 no Rio.
Em 2012, um empate sem gols com o Corinthians em São Januário se mostrou insuficiente para o Vasco, derrotado por 1 a 0 no jogo de volta das quartas de final. Naquele ano, por sinal, o cruzmaltino estreou em casa perdendo para o Nacional (URU) por 2 a 1. O caldeirão ferve, mas não resolve sozinho.
Fonte: O Globo Online