Rogério Peres, VP jurídico do Vasco, comenta apreensão de HD: 'Querem manter vivo um processo político'
Segunda-feira, 29/01/2018 - 21:14
Como parte da investigação que corre na esfera criminal a respeito da acusação de fraude na entrada de novos sócios no Vasco, a Delegacia de Defraudações da Polícia Civil obteve nesta segunda-feira pela manhã o disco rígido que estava apreendido pela Justiça desde agosto do ano passado. A intenção é realizar uma perícia nos dados da secretaria do clube para identificar se ocorreram ou não as irregularidades apontadas na denúncia feita pelo grupo de Julio Brant.

A ordem de recolhimento do HD pela polícia veio depois que o desembargador Jaime Dias Pinheiro Filho, da 12ª Câmara Cível, determinou que o objeto fosse devolvido ao clube. Advogados da antiga gestão, de Eurico Miranda, tentaram recuperar o banco de dados semana passada, mas não tiveram êxito por causa da troca de presidente. Ficou determinado que a nova diretoria deveria dar nova procuração para que o objeto fosse retomado. Isso, de fato, foi feito, porém, esta manhã os advogados da nova gestão foram surpreendidos com a presença da polícia civil e oficiais de Justiça, prontos para levar o disco rígido para a delegacia.

O movimento causou estranheza à nova diretoria do Vasco, conforme relata o vice jurídico Rogério Peres. Segundo ele, é uma tentativa do grupo de Julio Brant de retomar o processo eleitoral do clube.

- Tudo aconteceu de forma meio obscura, com a presença de uma delegada no local, de um oficial de Justica. Eu entendo que eles querem manter vivo um processo político que já acabou. Duvido que eles estariam fazendo tanta questão da perícia no HD se tivessem vencido a eleição do clube. Isso tudo apenas causa instabilidade para o Vasco - lamentou.

Derrotado na eleição do último dia 19, o grupo político de Julio Brant acusa Alexandre Campello de agir contra a perícia do HD para proteger Eurico Miranda, ex-presidente cujo apoio foi fundamental para a eleição de Campello na reunião do Conselho Deliberativo. Peres garante que o clube tentou reaver o banco de dados por outros interesses:

- A questão é mais complexa, não serve uma leitura simplista como essa. Existe uma determinação judicial para cumprir. Temos que entender o que há dentro do HD, precisamos dele para fazer o recadastramento dos sócios do Vasco.

A diretoria do Vasco tem se reunido desde que o banco de dados foi para a polícia civil para decidir qual será o próximo passo. Já o grupo de Brant acredita que as informações contidas no disco rígido poderão incriminar integrantes da antiga gestão vascaína. Desde agosto que tentam realizar a perícia do material. Em novembro, audiência no Tribunal de Justiça, com presença do desembargador Jaime Dias Pinheiro Filho, determinou que o HD fosse mantido fechado.



Fonte: Extra Online