Rubens Lopes, presidente da FFERJ, mediou 'trégua' entre Eurico e Brant
Quinta-feira, 18/01/2018 - 08:18
Tudo bem que os discursos não estão afinados, o diálogo é restrito e as ideias são, na maioria das vezes, totalmente antagônicas. Mas pode-se dizer que o dia 17 de janeiro de 2018 foi marcado por uma breve trégua na conflituosa relação entre Eurico Miranda e Julio Brant. E um dos grandes responsáveis por isso foi Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), velho aliado do experiente cartola, mas que colocou o andamento do recém-iniciado Campeonato Carioca em primeiro lugar.

A preocupação do dirigente com uma possível não realização da partida entre Vasco e Bangu, nesta quinta-feira, às 19h30, começou cedo, tão logo as primeiras notícias davam conta de que esta possibilidade era real.

A princípio, sua solução encontrada foi transferir o jogo para o estádio Nilton Santos. Na concepção de Rubinho, toda a operacionalização do duelo seria facilitada por lá, já que o Vasco vive um período de vacância no poder, com a administração sendo compartilhada por três pessoas - por determinação da Justiça - até a posse do novo presidente na segunda-feira (22).

No desenrolar da tarde, porém, Eurico Miranda aceitou se reunir com Brant e Fernando Horta - o outro administrador - e o consenso foi de manter a partida para São Januário, faltando o aval de Rubens Lopes.

Inicialmente, só Brant iria ao encontro do dirigente na Ferj. Chegando lá, porém, Rubinho comunicou que se faria necessária a assinatura de Miranda com a concordância de manter o jogo lá e com portões fechados. Julio, num primeiro momento, ponderou ser difícil a ida de Eurico até a federação. Além do distanciamento entre eles, o cartola cruzmaltino ainda sofreu com dores ao longo de todo o dia.

Foi então que Rubens Lopes ligou pessoalmente para Eurico e sugeriu sua presença na entidade. Miranda aceitou, mas rechaçou logo em sua chegada a ideia de que havia sido "convocado".

"Ninguém me convoca para p... nenhuma! Eu venho por livre e espontânea vontade", esbravejou. Veja o vídeo abaixo.

Lá dentro, se reuniu, além de Rubinho e Brant, com o comandante do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe), o major Silvio Luiz. Ponderou, ordenou, mas concordou não só com as condições para a realização do jogo como também por se responsabilizar não só em relação à partida diante do Bangu como também contra o Nova Iguaçu, no domingo (21).

Na saída, Julio Brant considerou o primeiro contato com Rubinho como "muito bom" e o classificou como "parceiro" no caso. Além disso, demonstrou otimismo, mantendo esperança até mesmo de que, até domingo, encontrará Eurico mais receptivo.

"Não entramos no mérito das informações, mas creio que abrimos um canal, um diálogo, e creio que possamos ter acesso a algumas informações. Não espero que tenhamos informações mais profundas porque não dá tempo. E também nem é esse o objeto da juíza, que exigiu que se tomassem decisões para o clube e não se fazer uma auditoria do clube", salientou.

Mas em seguida veio Eurico e, com seu jeitão, deixou claro que essa "paz" tem dia e hora para acabar, possivelmente na próxima segunda-feira (22) quando, ao que tudo indica, Julio Brant irá tomar posse e Miranda irá para o outro lado da moeda: a oposição.

"Que diálogo? Eu não tive qualquer tipo de diálogo com este senhor. O problema é o seguinte, eu tinha um jogo marcado, uma decisão esdrúxula, e quem seria responsável pelo jogo? Por mim, tudo bem. Pode ser até a juíza, mas que se faça o jogo. Agora, chegou-se à conclusão que não tinha como fazer o jogo, que alguém tinha que ser o responsável e, para variar, e sei como as coisas acontecem, a responsabilidade cai aqui para mim", disse.

Eurico dá recado a Brant: 'É pagar a conta'

Consenso houve, mas esperar uma transição totalmente pacífica é sonhar alto demais. E isso ficou claro quando Eurico Miranda foi questionado se ocorreu mais algum diálogo além da logística para a partida entre Vasco e Bangu. Sem mostrar constrangimento por escancarar a situação do clube, deu o recado para Julio Brant:

"Qual era outro assunto que tinha de ser tratado? Administrativo eu já disse o problema. É para qualquer um chegar lá, botar o dinheiro e pagar as contas. Este é o assunto administrativo. Não tem mais outro assunto. É pagar a conta, porque a máquina está montada".



Fonte: UOL