Antes em lado opostos, Eurico Miranda, Julio Brant e Fernando Horta são os três nomes responsáveis por administrar o Vasco enquanto a decisão oficial de quem será o novo presidente não sai. Mas parece que ainda não falam a mesma língua. Enquanto Eurico já fez questão de tirar qualquer responsabilidade em decisões compartilhadas, Brant acredita que é possível haver uma administração conjunta.
- Tenho certeza que é possível. Somos três grandes vascaínos que amam e querem o melhor para o clube, e que sabem que esse é um momento delicado. Temos que sentar, ter uma conversa pacífica, de união para tomar as decisões necessárias para que aconteçam os jogos de amanhã e de domingo, que os funcionários fiquem tranquilos, para que a próxima administração encontre o clube minimamente operacional.
Julio Brant tentou entrar em contato com Eurico, ao saber que concederia entrevista coletiva nesta quarta-feira, mas não teve sucesso. Quando Brant chegou ao local, a conversa com jornalistas já estava acontecendo. Mas, o encontro entre os dois acontece no fim da tarde desta quarta para tentarem entrar em acordo no comando cruz-maltino.
- Eu só vi que ele tinha chegado depois que eu tinha entrado. Ele chegou e anunciou uma coletiva, que foi surpresa para vocês e para mim. Quando cheguei a coletiva já estava acontecendo. Tentei ligar para ele reteiradas vezes, mas ele não atendeu.
Confira mais tópicos da entrevista de Julio Brant:
Qual o objetivo do documento protocolado hoje?
O objetivo da carta foi pontuar que ainda não recebemos a intimação da justiça, mas que apesar disso estamos à disposição do Eurico e do clube para começar a discutir as medidas administrativas necessárias para que o clube funcione e ande bem, de maneira estável.
Eurico diz que você quer deixar a responsabilidade com ele.
Pelo contrário, estou aqui para pegar a responsabilidade dele. Não tem sentido nenhum (a declaração do Eurico). Só estou pontuando que só posso assumir as responsabilidades dele no momento em que eu seja intimado pela justiça no caso relacionado à decisão que foi tomada ontem, e depois que o conselho votar na sexta-feira e eu for eleito pelo Conselho. São dois momentos.
Por que não o procurou?
Porque ele não estava aqui. Eu tinha que tomar uma decisão. Eu só vi que ele tinha chegado depois que eu tinha entrado. Ele chegou e anunciou uma coletiva, que foi surpresa para vocês e para mim. Quando cheguei a coletiva já estava acontecendo. Tentei ligar para ele reteiradas vezes, mas ele não atendeu.
É possível tomar decisão em conjunto?
Tenho certeza que é possível. Somos três grandes vascaínos que amam e querem o melhor para o clube, e que sabem que esse é um momento delicado. Temos que sentar, ter uma conversa pacífica, de união para tomar as decisões necessárias para que aconteçam os jogos de amanhã e de domingo, que os funcionários fiquem tranquilos, para que a próxima administração encontre o clube minimamente operacional.
Eurico disse que não vai assumir a operação do jogo de amanhã. Você assume?
Ele vai estar descumprindo uma decisão da justiça, que é muito clara. A responsabilidade é dos três, então ele não tem escolha. Ele tem que assumir a responsabilidade. Não é uma decisão dele. Decisão judicial se cumpre, não se discute.
Você assume sua parte?
Só depois que ele me disser o que se passa que eu vou poder falar.
Procurou o Eurico várias vezes e ele não te atendeu. Vai acontecer agora?
Única garantia que tenho é meu otimismo. Nós como vascaínos temos uma obrigação com o clube, com a instituição. O que me faz ter certeza que ele vai sentar e discutir com a gente as questões do clube é que ele é vascaíno e quer o melhor para o clube.
Eurico afirmou que não será candidato e sua chapa deve lançar outro nome. O que você pensa sobre essa dança das cadeiras?
A gente teve uma eleição bonita aqui em São Januário. Os sócios torcedores vascaínos manifestaram seu desejo de mudança, de uma nova administração. Minha visão como conselheiro do clube é que esse desejo deve ser respeitado, é soberano. Os conselheiros têm total liberdade para tomar a decisão que quiserem. Mas tenho para mim que a decisão esperada é a decisão tomada pelos sócios aqui em São Januário.
Se não conseguir falar com o Eurico, você e Horta estão se movimentando para garantir o jogo de amanhã?
Sim, sem dúvidas. Minha intenção em conversar com o Horta nesta manhã foi essa, de alinhar uma posição e tentarmos juntos ter essa conversa com o Eurico para que os três decidissem em conjunto. Vamos torcer para que isso aconteça.
Meu desejo é que as decisões sejam tomadas de forma unânime pelos três.
Hoje é o último dia de pagar as passagens aéreas para o Vasco viajar para o Chile na Libertadores. Eurico disse que não vai fazer o pagamento, já que não é mais presidente. Como fica?
Na verdade, o último dia foi ontem para o Vasco pagar essas passagens e não perder a exclusividade. Podemos pagar a reserva a qualquer momento. Só significa que não tem mais a garantia das vagas na viagem. É uma das nossas preocupações. Por que não foi pago antes? Ele sabe há muito tempo que o Vasco iria jogar na Libertadores.
Incomoda a demora para assumir o Vasco, e isso pode atrapalhar o ano?
Atrapalha muito o andamento do clube. Quanto mais se mexe com Justiça, mais complicado vai ficando o processo. É ruim para a instituição Vasco da Gama que se judicialize tudo que acontece no clube. As questões do Vasco têm que ser resolvidas dentro do Vasco.
Fonte: GloboEsporte.com