Basquete: Presidente da Associação dos Atletas Profissionais de Basquete fala sobre atrasos de salários no Vasco
Em crise e, provavelmente, sem o armador David Jackson, o Vasco joga nesta segunda-feira, às 20h, contra o Joinville, no Centreventos Cau Hansen, em Santa Catarina. Noticiado pelo GLOBO na última quinta-feira, o atraso de três meses de salários já era conhecido pela Liga Nacional de Basquete (LNB), que organiza o NBB e estava em contato com o clube de São Januário. Reincidente, o Vasco já havia contraído dívidas com atletas na temporada passada — a primeira dele no NBB — e só conseguiu inscrever-se para a atual edição após quitar os atrasados.
"A Liga criou há cerca de quatro temporadas o Livro de Dívidas, mecanismo que impede que qualquer clube que possua dívidas com atletas e comissão técnica possa disputar a temporada seguinte do NBB. O Vasco precisou quitar todas as pendências da última edição para participar do atual campeonato", informou a LNB por e-mail.
Por causa do atraso no pagamento da temporada em vigor, Jackson comunicou à diretoria do Vasco que não atuará mais pelo clube. Segundo o "Globoesporte.com", a One Orange Sports, que agencia a carreira do americano, reuniu-se com o vice-presidente de desportos de quadra e salão do Vasco, Fernando Lima, e dera dois dias de prazo para o pagamento da dívida. Como não obteve garantia, o jogador optou pelo desligamento. Mas é possível renegociação se houver pagamento.
E o problema está no radar da Associação dos Atletas Profissionais de Basquete (AAPB).
— Entramos em contato com alguns deles e estamos à disposição para qualquer intervenção junto ao clube e à liga. Nossa expectativa é que uma solução seja apresentada pelos dirigentes nos próximos dias — declarou o presidente da entidade, o ala-pivô Guilherme Teichmann, do Minas.
A situação é insólita para boa parte do time. Afinal, o Vasco foi o clube que mais se reforçou nesta edição do NBB justamente por contratar jogadores que ficaram sem clube após problemas financeiros que fizeram o Brasília desistir do campeonato. Com isso, contratou o armador Fúlvio e o pivô Lucas Mariano, ambos da seleção brasileira, e o ala-pivô Guilherme Giovannoni, com longa carreira na seleção. Também chegaram o alas Gui Deodato, do Bauru, Dedé Stefanelli, do Franca, Gustavo, do Pinheiros; o ala-pivô americano Chris Hayes, do Vitória, e o pivô Renato, do Paulistano.
DIRIGENTE EM SILÊNCIO
Do elenco anterior, nono no NBB, ficaram Jackson, Nezinho e Bruninho, além do técnico Dedé Barbosa. Apesar dos reforços, decepciona no Brasileiro: tem três vitórias em 10 partidas. Antes favorito ao título, está em 11º entre 15 participantes.
Procurado pela reportagem, Fernando Lima se negou a falar sobre o tema. Líder da oposição e que ainda aguarda decisão judicial sobre a urna 7 da eleição, Julio Brant defende que cada esporte seja autossustentável.
Em entrevistas anteriores, Lima falou com orgulho de ter reforçado o time com salto de 35% na folha salarial, em relação a 2017, cujo valor foi de R$ 6,3 milhões (R$ 8,5 milhões no total).
Contra o Joinville, o Vasco tem ao menos um alento: o rival está ainda pior: tem duas vitórias em 10 jogos. Lesionados, Fúlvio e Gui Deodato estão fora.
Fonte: O Globo Online