Acusado de aliciamento diz que funcionários do Vasco têm 'cota' de novos sócios a conseguir
Está nas mãos da polícia civil áudio que revela detalhes de como teria ocorrido a entrada de novos sócios no Vasco antes da eleição do último dia 7 de novembro. Cláudio Marcelo de Oliveira, acusado por Otávio dos Santos Pires de ter oferecido associação gratuita com a condição de voto em Eurico Miranda, afirmou em conversa gravada que funcionários do cruzmaltino que recebem altos salários possuem uma cota de novos sócios a bater. O esquema garantiria a manutenção do grupo à frente do clube.
De acordo com Cláudio Marcelo, conhecido em Magé, onde mora, como o Grilo da Oficina, quem recebe mais em São Januário fica encarregado de bancar até 20 novos sócios "apadrinhados" para o Vasco.
"Eles pagam normal, todo mês. Assim, todo mundo com salários acima de R$ 10 mil, vamos botar assim, cada um apadrinhou dez cabeças. Dez cabeças são R$ 450, que debita de cada um dos funcionários de alto padrão lá, entendeu? Assim, é apadrinhado de dez a 20, dependendo do salário da pessoa. Por isso, aumentou o número de sócios. Mas é pago em dinheiro, tem de entrar no caixa, tudo direitinho".
Instrução aos sócios
Procurado pelo Jogo Extra, Cláudio Marcelo não foi encontrado para dar explicações a respeito do áudio. Em outra resposta na conversa com Otávio, ele ainda explica que esses novos sócios seguem com as mensalidades pagas mesmo depois da eleição: "Preciso da sua foto, mané. E da sua mãe, para fazer a carteirinha. Acho que vai ficar paga a mensalidade até março ou abril do ano que vem. Tem de pagar normal, novembro, dezembro... Não podem parar de pagar agora. Tem de pagar mais cinco meses ainda".
A Delegacia de Defraudações investiga a denúncia de associação irregular no Vasco, que pode ter interferência direta no resultado da eleição para a presidência do clube. Eurico Miranda já prestou depoimento. Grilo da Oficina também já compareceu à Cidade da Polícia. Lá, garantiu que é torcedor do Vasco, apesar de ter fotos com a camisa do Flamengo em dia de jogo no Maracanã. Ele também negou a acusação de aliciamento. Entretanto, em conversa com Otávio depois da eleição, garantiu que estava instruindo os sócios angariados por ele a como proceder caso fossem questionados pela polícia ou pela imprensa.
"Estou orientando meu pessoal. O que eu arrumei, o que deve ser umas 12, 13 cabeças. O meu pessoal, estou orientando já. Os demais, têm de ser quem arrumou. Cada um resolve seu problema para lá".
A diretoria do Vasco não se manifestou até o fechamento da edição. Está programada para a manhã deste domingo, na praia de Copacabana, na altura do posto 2, uma manifestação pela anulação da urna 7 da eleição vascaína.
Fonte: Extra Online (texto), Reprodução Internet (foto)