Se o futebol por si só gera polêmica pela paixão que desperta nos torcedores mundo afora, imagina então a arbitragem. O curioso é que a sua principal função é garantir a imparcialidade e o jogo limpo durante as partidas para que o resultado final seja o mais justo possível. No entanto, como se trata de um esporte dinâmico e rápido, no qual as decisões devem ser tomadas pelos árbitros e assistentes em frações de segundo, nem sempre as interpretações para validar vários lances e gols, assim como penalizar os atletas, geram consenso. O uso do vídeo promete atenuar, mas não solucionar o problema por completo.
Divergências à parte, o Espião Estatístico* fez uma análise dos 1.883 cartões distribuídos ao longo dos 380 confrontos na Série A deste ano. Entre os cinco motivos que mais provocaram cartões estão carrinho (325 - 311 amarelos; 14 vermelhos), calço (302 - 289 amarelos; 13 vermelhos), reclamação (239 - 227 amarelos; 12 vermelhos), agarrão (176 - 173 amarelos; 3 vermelhos) e atitude antidesportiva (156 - 147 amarelos; 9 vermelhos). Em 2016, tivemos mais calços (328) que carrinho (317). As outras três razões mantiveram as mesmas colocações. A diferença é que a quantidade de reclamações (221) e atitudes antidesportivas (141) foi menor, enquanto o número de agarrões (208) foi maior.
Se compararmos com a edição anterior, o campeonato deste ano apresentou um aumento considerável na quantidade de cartões por cera (114 a 85), braçadas (83 a 47) e excessos cometidos durante a comemoração de gol (47 a 18). Ao mesmo tempo tivemos uma redução no número cartões por cotovelada (13 a 24) e, sobretudo, trombada (100 a 139). Entre os jogadores que mais provocaram cartões para os adversários estão os atacantes Bruno Henrique, (Santos), com 22; Rildo (Coritiba) e Lucca (Ponte Preta), ambos com 19, além de Petros (São Paulo) e Apodi (Chapecoense), com 18 cada. Entre os árbitros, aqueles que mais deram cartões foram Wagner Reway, Raphael Claus e Anderson Daronco (98), seguidos por Dewson Fernando Freitas da Silva (92) e Wagner do Nascimento Magalhães (89).
No total, os árbitros aplicaram 1.806 amarelos - média de 4,75 por duelo - e outros 77 vermelhos - média de 0,2 por jogo -, o que representa 56 a mais em relação aos 1.827 dados no ano passado. Dentre os clubes que mais tiveram jogadores advertidos estão Coritiba e Atlético-MG, ambos com 107. Na sequência aparecem Vasco (106), Chapecoense (105), além de Vitória e Santos (97). Wellington (Vasco), Lucas Lima (Santos), Judson (Avaí), Romero (Corinthians) e Joel Carli (Botafogo) foram os recordistas de amarelos, todos com 12.
Por sua vez, o Grêmio, que conquistou o tri da Taça Libertadores e que na opinião de muitos especialistas praticou o futebol mais bonito do país na temporada, foi a equipe que menos recebeu amarelo - 71 ao todo. O São Paulo vem logo atrás, com 72, seguido por Atlético-PR (76) e Flamengo (77). Atual campeão Brasileiro, o Corinthians fecha o Top 5, com 82 advertências. No quesito jogadores expulsos, nenhum time sofreu mais com este tipo de punição que a Ponte Preta. Foram nove: Rodrigo, Fernando Bob, Elton e Naldo duas vezes cada, além de Renato Cajá. A dupla Ba-Vi recebeu sete vermelhos, enquanto Coritiba e Cruzeiro, cinco. Lembrando que Elias (Atlético-MG) e Daniel Guedes (Santos) também foram expulsos duas vezes.
Coincidência ou não, duas das equipes com maior número de expulsões - Macaca e Coxa - foram rebaixadas. Realidade bem diferente do Timão, cujo elenco comandado pelo técnico Fábio Carille teve apenas um jogador que foi para o chuveiro mais cedo no decorrer da campanha vitoriosa: o volante Gabriel, no triunfo por 3 a 0 sobre o Bahia, pela nona rodada. Se levarmos em conta o total de faltas cometido pelos 20 clubes participantes da Série A, o Coritiba foi o líder, com 711 infrações. O Atlético-MG ocupa a segunda posição (676), somando nove faltas a mais que o Vasco (667). A Chapecoense ficou em quarto (643), seguida pelo Vitória (632). O curioso é que embora não seja uma regra, o ranking de amarelos foi exatamente o mesmo do número de faltas.
Fonte: GloboEsporte.com