A expectativa era grande. O dia amanheceu com os vascaínos contando as horas para estar em São Januário. Quando o momento enfim chegou, foi construída uma atmosfera indescritível. Negros, brancos, pobres, ricos, crianças, adultos, idosos. Não havia distinção de classe social, raça ou idade, todos eram um só e estavam unidos na busca pelo objetivo traçado no início do Brasileiro: a classificação para a Taça Libertadores da América.
Não se tratava de um dia comum. E se tinha alguém que insistia em duvidar disso, mudou de ideia antes mesmo da bola rolar. As ruas do entorno do lendário estádio cruzmaltino se transformaram em arquibancada. Um corredor foi formado para recepcionar os jogadores, que de dentro do ônibus registraram o show, digno de prêmio nos principais concursos do segmento. Os atletas ali tiveram a certeza de que o Caldeirão iria ferver. Ou melhor, já estava fervendo.
No vestiário, uma nova emoção. Zé Ricardo deu ao grupo o maior e melhor dos combustíveis: a história do Vasco. O clube que lutou pela inclusão social, a instituição que construiu sua casa com a ajuda dos torcedores, o time mais precursor do país. Não há dúvidas. O Gigante da Colina é protagonista nas obras que relatam os momentos marcantes do esporte mais popular do mundo. O momento, porém, era de reconstrução. E foi com a enorme vontade de selar a mesma que os jogadores pisaram no gramado.
O relógio disparou, a redonda rolou, o Vasco batalhou e chegou ao gol ainda no primeiro tempo. O paraense Yago Pikachu cruzou na medida para o carioca e prata da casa Paulinho testar com consciência. Jogada com a cara do Vasco, uma síntese de um clube nacional, detentor de uma das maiores torcidas do país. Um equipe que se faz imortal devido aos inúmeros corações infantis presentes no mundo inteiro.
O que era improvável para alguns, estava se tornando realidade. Era o Vasco mais uma vez mostrando que o impossível é só questão de opinião. E que carregar a cruz de malta no peito credencia qualquer um a realizar feitos de magnitude. A vaga estava próxima, mas ainda faltava a pincelada final. E ela foi dada por quem nasceu em São Januário. Por Mateus Vital, pelo filho da Viviane, uma estrela vascaína que ilumina os céus. O que foi abraçado transformou o Gigante em classificado.
Dever cumprido. Missão finalizada.
E a alegria, podem ter certeza, não é só vascaína. O continente está em festa. A Libertadores não esconde a satisfação. O primeiro campeão da América, o maior vencedor sul-americano do Rio de Janeiro, está de volta!
Fonte: Site oficial do Vasco