Indefinição de Horta no dia da eleição foi determinante para que pleito fosse parar na Justiça
Sexta-feira, 10/11/2017 - 07:02
Fernando Horta hesitou mais uma vez. Em 2011, já consagrado como o presidente que transformou a Unidos da Tijuca numa potência do carnaval carioca, cogitou ser candidato à presidência do Vasco caso recebesse o apoio político de Eurico Miranda. O acerto não aconteceu e ele desistiu de concorrer. Em 2014, flertou com Julio Brant, mas depois fechou com Eurico, com a suposta promessa de que seria o candidato à presidência este ano. Depois de adiar o sonho de comandar o clube duas vezes, Horta resolveu bancar sua candidatura este ano, em voo solo, mas, na terça-feira, ao perceber que seus votos não seriam suficientes, ele hesitou novamente. Sem querer, teve sua parcela de responsabilidade na ida da eleição vascaína para a Justiça.

Isso porque o candidato não tomou uma decisão contundente. Ficou no meio termo entre a desistência estratégica e a persistência honrosa. Seus votos nem se transferiram completamente para Brant e nem garantiram a vitória esmagadora de Eurico. Da forma que foi, ficou para a perícia judicial em cima da famigerada urna 7 - na qual Eurico teve 386 votos de vantagem - definir o próximo presidente do clube de São Januário.

Para ficar mais claro: Eurico Miranda, ao considerarmos a urna sob suspeita, venceu Julio Brant com 116 votos de vantagem. Caso Fernando Horta tivesse levado até o fim sua ideia de manter a candidatura, provavelmente teria tirado mais votos de Brant, com quem disputava o rótulo de opositor de Eurico. Caso a superioridade do atual presidente tivesse sido de 387 votos, a urna sub judice não faria diferença para o resultado da eleição e já na madrugada de quarta-feira o dirigente teria sido reeleito.

Da mesma forma, se o processo para convencer Fernando Horta de que era preciso desistir não tivesse levado três horas, como foi, por conta da hesitação do candidato, a transferência de votos dele para Julio Brant certamente teria sido maior. Sem a urna que foi para análise da Justiça, o candidato da oposição teve vantagem de 250 votos sobre Eurico. Mais 137 votos a favor de Brant teriam sido suficientes para abrir vantagem de 387 e assim garantir a eleição independentemente dos associados sob suspeita.



Fonte: O Globo Online (texto), Reprodução Internet (foto)