Eurico chega e começa a falar:
- Eu quero desmistificar todas essas informações que estão sendo veiculadas e que com certeza não são verdadeiras. Eu tenho que falar alguma coisa antes e vocês sentirem que isso não é de hoje.
- Nós fomos para esse processo eleitoral e acredito que não tenha tido um que não tenha tanta transparência. Transcorreu na maior tranquilidade, apesar de terem sido feitas ameaças a sócios para que não comparecessem. Receberam ligação para que não comparecessem porque tinha a possibilidade de ter confusão ou de serem presos por estarem de forma irregular.
- E durante o processo eleitoral, aconteceu um fato que envergonha a história do Vasco. Já tinha havido antes negócio de união, Julio Brant e Campello. E tinha o Fernando Horta, um dos principais denunciantes, que é o presidente do Conselho Fiscal. Durante o processo eleitoral eles resolveram que o senhor Horta retira a candidatura e manda os que votariam nele votar no Julio Brant. Não sei mediante que acordo. Mas foi feito um acordo.
- Eu não preciso falar do dia da eleição, propriamente dito. Foi tudo constatado. Nós tínhamos uma decisão também baseado não sei em que, mas tínhamos uma relação com 691 nomes. Houve uma decisão judicial para que diante daquilo que estavam argumentando que seriam irregulares. Foi feita a votação em separado e era essa também a determinação da Justiça, mas que os votos seriam devidamente computados, como foram. Tudo obedeceu as determinações.
- Daí começaram uma série de ilações sobre o resultado e etc. Teve o resultado, ele foi proclamado e agora tem o questionamento de uma urna e que essa urna está sub-judice. Isso não quer dizer que isso impeça a proclamação do resultado.
- Eu não fiquei nada eufórico e dizendo que sou o presidente do Vasco. De repente o outro candidato disse que ele era. Espere as coisas acontecerem para poder dizer as coisas nesse sentido. Esse é um ponto.
- O que eu vou esclarecer, e será qualquer dúvida a respeito das acusações que são feitas, e todas feitas de maneira leviana. O Vasco tem como responder a todas elas. Dito isto, se vocês sabem como é a eleição do Vasco, há uma eleição do Conselho e esse Conselho elege o próximo presidente. A primeira coisa que tem que ser colocada é que o meu mandato expira em 16 de janeiro de 2018.
- Ficou devidamente esclarecido que eles diziam que tinha uma série de associados sem CPF. Teve uma audiência no juizado do torcedor que definiu claramente as razões de não terem CPF. Porque era de sócios que não fizeram o recadastramento e não fazendo isso, não apareceria o CPF. Se não comunicar o falecimento não pode dar isso aqui. Dois dias antes um candidato identificou mais de 180 sócios falecidos.
- Em primeiro lugar, por uma decisão dos conselhos devidamente constituídos, ela deixaria de existir a partir de janeiro de 2016. Então aderiram uma quantidade de sócios que quiseram participar como sócios gerais. Isso era uma decisão e foi feito.
- Aí vieram outras indagações. O que tem que se levar em consideração é que tínhamos um cadastro de sócios que era de fora. Nós rescindimos o cadastro com essa empresa e passamos a fazer tudo. Porque alguns dados eram fornecidos pela empresa, então tivemos que ordenar tudo isso. Mas aí começam a perguntar o motivo da adesão grande de sócios.
- Eu distribuiria e tudo bem. Não tem que ter justificativa e só pode ser feito pelo presidente. As colocações sobre telefone e endereço, está aqui para ver e se quiserem fotografar: Endereço, General Almério de Moura, que é o Vasco e com o telefone do Vasco. Essa é a ficha de Felipe.
- Agora, dizer que eles foram feitos pela diretoria é de uma leviandade de toda prova. Se a gente quisesse fazer sócios, faríamos como a administração passada. Eu poderia distribuir títulos de bem feitor remido, como ele fez: Edmundo, Pedrinho e Felipe. Tem outros, mas só trouxe esses.
- Não tem a assinatura do preposto e tem a assinatura do presidente. Mas isso é uma resposta sobre endereço e telefone. Endereço e telefone de Pedrinho idem. Pedrinho não tem CPF.
- No caso do Edmundo, ele atualizou o endereço recentemente. Os outros não atualizaram. O pior de tudo é que no caso do Edmundo não tem assinatura nem dele nem do proponente. O que não invalidou. Isso é uma resposta a alguns casos.
- Eu não sou obrigado, quando me associo, a dar meu telefone, tornarem meu telefone público. Se é normal, isso não quer dizer. Não tem cadastro irregular. Eu não estou invalidando isso. Estou dizendo que o que acontece aqui, aconteceu com outros.
Enquanto Eurico Miranda fala, dirigentes e assessores acompanham perto da porta de entrada da sala de imprensa.
- O senhor João Ernesto Ferreira da Costa paga seis. Vem sempre pagar no caixa do clube para seis associados. O que tem de irregular nisso? Nada. O senhor Diego de Carvalho membro do conselho fiscal paga para ele e mais quatro. Isso é só para mostrar que não tem irregularidade.
- Fala-se de dois sócios que seriam Flamengo. Não tenho como impedir isso. Mas um dos que vocês falam e que a imprensa noticiou é sócio do Vasco desde 2000. Divulgaram os sócios do Flamengo? Alguém sabe os nomes? Não vou divulgar, mas estão aqui. O outro é sócio desde 2013. Não fui eu que admiti. A oposição alegava que a urna 7 deveria ser anulada porque flamenguistas votavam.
- Estatutariamente, o sócio é apto a votar tendo um ano de associação. Ele resolveu falar sobre 2015, sobre a alegação de que esses sócios entraram no clube e que esse dinheiro não entrou no clube, o que é uma afirmação leviana. Em primeiro lugar, ele era membro do conselho fiscal e o balanço foi assinado por ele e pelos membros.
- Agora vamos falar sobre a decisão: eu estranho porque também tomei conhecimento da decisão. Eu tomei conhecimento da decisão pelos sites. Eu não fui intimado ainda. E tem mais, esse processo está em segredo de justiça
- Eu tomei conhecimento pelo o que vocês informaram e eu não sei se é definitivo porque não fui intimado. Eu não tenho que ser intimado, mas sim o presidente da Assembleia Geral, que vai tomar as providências. Mas eu quero adiantar que todos os documentos que estão na decisão vão ser fornecidos, sem qualquer problema, além dos comprovantes de que o dinheiro está contabilizado. É o que vai acontecer. Eu estou adiantando uma coisa que eu tomei conhecimento por vocês (imprensa).
- Está tudo aqui. Se me derem 24 horas está tudo aqui. É só eu colocar uma equipe e isso é tranquilo.
- Qual o problema de alguém querer pagar a mensalidade do outro? Não vejo problema nenhum, muito pelo contrário. Se eu puder pagar para 20, 30, 40, não vejo problema nenhum.
- Quando você assina não quer dizer que tenha se associado no domingo, isso é na ficha. Isso é cadastro (pessoas que se associaram num domingo). Se você assinou e quer entrar no domingo, isso vai entrar na segunda-feira. Isso é querer buscar pelo em ovo.
- Eu não estou contestando e querendo que dê a fonte. Seja qual for a fonte, não existe fonte para segredo de justiça. Quando se fala nisso em um processo, é limitado a quem tem acesso a isso. Se o advogado que forneceu o acesso... Quem se sentir atingido deve buscar a reparação. Se meu nome estivesse na lista, eu buscaria a reparação. Não quem está ligando, mas como essa lista chegou.
- Eu tenho que estar com meu telefone desligado e recebo até 50 ligações em que os caras não falam nada. Já tive gente ligando para gritar Flamengo, mas isso é o de menos. Ultimamente eu tenho desligado o telefone e quando ligo tem cerca de 70, 80 ligações.
- A primeira coisa que eles contestam, eles colocam numa lista, que são benfeitores remidos e sócios proprietários. Não são 691 sócios-gerais.
- Tudo é feito com outra intenção. Em 2009, primeiro ano da administração do Dinamite, teve uma eleição. Na eleição posterior, 534 que se associaram, foram votar. Eu te garanto que aqueles que se associaram no primeiro ano da administração do Dinamite e eles vieram votar, eles se associaram para votar em quem? O que importa, na verdade, e quando Julio Brant fala isso, em dezembro e novembro, quando eram os dois últimos meses, mas teve no mês de outubro, setembro... e se for necessário eu dou o número dos que se associaram.
- Não sei para votar em mim ou não. E o que é a grande inverdade é que dá a impressão de que eles se associaram é de que não houve o pagamento. Isso tudo está devidamente comprovado e vai ser também na justiça. Na verdade, todos que se associaram, ingressou o dinheiro.
- Não ficou claro e não vai ficar claro nunca. Se eles se associaram com a intenção de votar em mim, chegaram lá e votaram. O que eu vou fazer? Não fui eu que mandei se associar e não paguei a associação. Não teve a votação para outros candidatos? Aquilo tá perfeito, mas quem votou em mim tá sob suspeita?
O vice-presidente de marketing, Marco Antonio Monteiro, pede a palavra:
- Nós herdamos um contrato tercerizado e só nos livrávamos disso em novembro. Era a segunda empresa tercerizada. Todos os poderes foram avisados e só poderíamos lançar o sócio-torcedor no ano seguinte. Então, todas as pessoas naquela reta final do segundo semestre, a gente esperava os dados. A base de dados estava em São Paulo. A gente ia fechar sócio geral. Eram associações baratas e fechamos porque viria o sócio-torcedor.
- Isso passou no conselho fiscal, de beneméritos e deliberativo. Se você fizer uma urna em separado de 2009, daria Brant hoje com facilidade. Isso é absolutamente natural. Em 2016, a gente estendeu isso até agosto. Mas não tinha o título mais barato. Se fosse para distribuir, benfeitor remido poderiam ser distribuídos 50 por mês. Tem um movimento de eleitores daquela urna.
O vice de marketing segue falando:
- Se eu fosse um dos que estavam na urna suspeita eu ficaria constrangido. Porque era identificado com adesivo diferente e ficava circulando por São Januário. Quem escolheu a dedo aquilo foi o presidente do Conselho Fiscal.
Eurico retoma a palavra:
- Eu coloquei três como benfeitor remido. Título de campeão se dá a campeão. A profissional não se dá título de campeão. Aqui tem a condição de sócio campeão, mas é do amador. Então, à rigor, você daria benfeitor remido a todos os campeões. O fato de ganhar o título não quer dizer que fez algo pelo clube.
- Quando se dá um título de benemérito, é quando se presta um serviço ao clube. Benfeitor remido é intransferível. É que isso foi um título lançado lá atrás, nos anos 1980. Quando entrou a administração nova de Alberto Pires Ribeiro, foram vendidos quase três mil títulos. Aqueles foram pagos. Não se dá indiscriminadamente. Eles receberam o título, às vezes do pai para o filho. Isso tem que ter autorização da presidência para acontecer.
- As fichas todas são de transferências. Mas só aquele que recebe o título de proprietário, mesmo que o pai tenha sido remido, quem recebe o título tem que pagar de novo a mensalidade dali para frente. É o que diz o estatuto.
Marco Antonio Monteiro volta a falar:
- Em vários outros meses, categorias mais básicas em maio junho e julho, teve quase 400 acessos. Futebol é o carro chefe, mas as escolas tem que ser sócio para participar daqui. Quando a gente extinguiu os outros, sobrou o sócio geral porque era mais barato
- No Vasco tem muito isso. Quando o Vasco começa a precisar de ajuda, o Vasco tem um número maior de associados. Agora, por exemplo, teríamos que ter uma associação em massa.
- O que eu quero dizer é que isso vem lá de trás. O associado e o torcedor de maneira geral pode ser induzido. Mas ele tem que fazer o juízo. Você pega os candidatos todos que se atacaram mutuamente e eu não fiz nada disso. Claro que eles tinham que atacar a mim também, mas eles se atacaram mutuamente. Evidentemente que atacavam a mim, mas isso é mais velho que andar para frente. Não me incomodo com isso.
- Aí o associado e o torcedor vêem acontecer o seguinte: o sujeito vai para a eleição e no meio da eleição ele vai apoiar o outro. Eu quero só que alguém me explique que isso pode acontecer. Eu já vi casos de gente que tira a candidatura antes, mas depois? Que acordo foi feito?
- Para acontecer isso foram fazer um acordo. Eu retiro, mas se você ganhar vai ter que me dar isso ou aquilo. Quem é o autor dessa ação foi o que retirou a candidatura. Mas como são ações combinadas... Eu estou muito tranquilo e volto a afirmar com a maior convicção que eu estou aqui e participei para passar o processo de reconstrução do Vasco. Encontrei uma terra arrasada no patrimônio e financeiro. E só estou continuando porque não deu tempo.
Vasco x São Paulo, em São Januário, preocupa?
- Estou preocupado, extremamente. Já fui, especificamente no futebol. O Vasco foi extremamente prejudicado. Foi prejudicado técnica e financeiramente. Fico preocupado por manifestações hostis que possam ter.
- É a lei, mas o estatuto aqui é mais forte. Eu não tenho tempo nem de me formar, mas como tenho tempo de formar novos líderes? O Vasco consegue superar todos aqueles que aqui passam no sentido de prejudicá-lo porque o Vasco é maior que tudo isso. Ele enfrenta e passa.
- Eu vou voltar para o futebol porque é o que o pessoal mais gosta. Todos aqui achavam que o Vasco iria brigar para não ser rebaixado. A resposta está aí e com as dificuldades que foram colocadas. Aqui sempre foi assim: contra tudo e contra todos. Quem está atualmente na presidência do Vasco não é muito forte, mas está com as costas bem largas.
- Os que vieram votar na eleição passada viram como era e viram como ficou São Januário. Eu chamo para vir ao jogo se for para incentivar o time. Se for para vir com clima de hostilidade, que fique em casa. Não tenho dúvidas que vai continuar o patrocínio da hostilidade no Vasco pela oposição. Tudo isso foi superado e o futebol está aí.
- Ata da Assembleia vai constar que a urna 7 está sub-judice. Mas isso não influi no resultado. Se for comprovado que os sócios são irregulares, é uma coisa, mas isso depende de comprovação. Mas não tenho dúvidas que esteja um ou dois irregulares. Com relação a parte do Vasco não pode acontecer com nenhum. Da parte do Vasco, todas as suas contribuições estão aqui.
- Se alguém pagou, o importante é saber se o dinheiro entrou. E o volume é tão pequeno que eu não me preocupo com a orgiem do dinheiro. Vai pagar 300 reais, qual o crime?
Fim de entrevista coletiva.
Fonte: GloboEsporte.com