Veja comparação de Zé Ricardo no Urubu e no Vasco, jogadores que ganharam e perderam espaço
Sexta-feira, 27/10/2017 - 21:28
Flamengo e Vasco se enfrentam neste sábado, às 19h (de Brasília), no Maracanã. A partida, válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, será cercada de expectativa por causa de um personagem especial: o técnico Zé Ricardo.

Ex-Flamengo e agora no Vasco, o treinador reencontrará pela primeira vez, agora como adversário, a equipe que o projetou para o futebol nacional. Demitido do Rubro-Negro no início de agosto e contratado pelo Cruz-Maltino no fim do mesmo mês, Zé é elogiado por onde passa. Os números e mudanças, porém, mudam bastante.

Veja, abaixo, impressões dos dois clubes com e sem Zé Ricardo, números e jogadores que ganharam ou perderam espaço com a chegada ou a saída do treinador:

Impressões

No Flamengo

Zé deixou o comando do Flamengo em agosto, sob pressão e vaias por parte da torcida. Internamente, o clima foi considerado insustentável e nem mesmo o presidente Bandeira de Mello, entusiasta do treinador, conseguiu o manter no cargo. Os pedidos pela troca no comando eram grandes e ganharam da vontade, também, do diretor de futebol Rodrigo Caetano.

Diversos jogadores, nas redes sociais, enviaram mensagens a Zé Ricardo, querido pelo elenco rubro-negro pela forma de trabalhar e lidar com eles no dia a dia - Diego e Guerrero foram dois deles. Até o presidente Eduardo Bandeira de Mello lamentou a saída.

Além de Bandeira, o novo vice de futebol do Flamengo também encheu a bola de Zé Ricardo. E disse até que gostaria de conhecer o treinador, hoje no Vasco.

- Defendi muito o Zé Ricardo. Achava que era um técnico que tinha um futuro grande no Flamengo e, mesmo com problema de não ter alcançado os resultados e ter saído, gostaria que permanecesse no Flamengo. Fizesse parte do grupo.

Eu não o conheço pessoalmente, nunca fui apresentado. Tenho uma ótima impressão do Zé. Parece ser um cara inteligente, dedicado, trabalhador. Gostaria de conhecê-lo pessoalmente, inclusive. E essa é a opinião (sobre o Zé) de todos aqui dentro, então acho que foi realmente ruim (a saída) - disse o vice de futebol, em entrevista há duas semanas para o GloboEsporte.com.

No Vasco

Desde que Zé Ricardo foi anunciado pelo Vasco até esta sexta, foram apenas 66 dias. Apesar do curto período, o técnico já conquistou a admiração do elenco, funcionários, diretoria e da exigente torcida. Com seu jeito calmo e equilibrado, deu mais harmonia ao grupo, em contraste com o estilo mais enérgico de seu antecessor Milton Mendes.

No trabalho de campo, os 15 dias iniciais sem jogos por causa das partidas das eliminatórias da Copa do Mundo foram importantes para ele ter a chance de implementar sua filosofia desde a primeira vez que o time atuou sob seu comando. Transformou o sistema defensivo, antes um das mais vazadas da competição, em confiável. Além disso, teve papel importante na retomada de espaço de Nenê na equipe.

Os jogadores, como o volante Jean, não economizam nos elogios. Ele destacou a parte estudiosa do treinador, que apresenta aos atletas, inclusive individualmente, uma boa quantidade de informações sobre os adversários.

- O Zé é fenomenal, do bem, todos gostam dele. Quando ele saiu do outro clube recebeu mensagens dos outros jogadores parabenizando. Quando ele chegou nós sabíamos do potencial, mas nos surpreendemos pela maneira de estudar o adversário, apresentar para nós e individualmente. Chama cada jogador, conversa e faz com que o grupo produza mais - disse Jean.

Jogadores que ganharam e perderam espaço

Ganharam espaço no Flamengo pós-Zé:

Juan - o zagueiro, depois da chegada de Zé Ricardo, virou titular absoluto e não perdeu mais a vaga. Só não joga quando é poupado.

Cuéllar - o volante ganhou a posição que era de Márcio Araújo, voltou a ser convocado para a seleção colombiana e correspondeu às expectativas.

Paquetá - meia nas categorias de base, o jogador passou a ser escalado como centroavante na ausência de Guerrero e agradou.

Perderam espaço no Flamengo pós-Zé:

Rafael Vaz - com a entrada de Juan no time titular, o zagueiro, muito contestado antes, virou reserva e pouco jogou.

Márcio Araújo - também bastante contestado, o volante perdeu a vaga para Cuéllar e tem entrado algumas vezes no decorrer da partida. Deve ser titular contra o Vasco, já que o colombiano está suspenso.

Rodinei - o lateral-direito costumava disputar posição com mais frequência com Pará, mas Rueda, depois de apostar um pouco em seu futebol, o colocou no banco.

Ganharam espaço no Vasco com Zé:

Nenê - chegou a ser reserva na época de Milton Mendes, mas, logo em sua chegada, Zé Ricardo deixou claro que seu time teria Nenê como figura principal.

Madson - era banco de Gilberto, que perdeu espaço depois de sofrer lesão. Madson, que em um treino discutiu com Milton Mendes, voltou a ser titular com Zé Ricardo e subiu de produção.

Yago Pikachu - teve seu pior momento no Vasco durante o período de Milton Mendes, mas com a chegada de Zé Ricardo foi aos poucos retomando espaço. Primeiro, entrando durante os jogos e depois, ganhando a vaga de titular.

Perderam espaço no Vasco com Zé:

Bruno Paulista - quando finalmente ganhou condição de jogo, o volante logo teve status de titular de Milton Mendes. Mas desde que Zé Ricardo chegou, foram poucas as oportunidades.

Guilherme - das muitas pratas da casa a que Milton Mendes deu oportunidade, Guilherme foi um dos que mais tiveram chances. No entanto, foi pouco utilizado por Zé Ricardo (entrou apenas contra Sport e Coritiba).

Manga - o colombiano nunca se firmou como titular, mas em determinado momento foi considerado uma espécie de 12º jogador. Isso antes da chegada de Zé Ricardo. Seu único jogo disputado sob o comando do treinador foi contra a Chapecoense.

Números no Brasileirão

Flamengo

Aproveitamento com Zé: 50,8%
Aproveitamento pós-Zé: 56%

Média de gols por jogo marcados com Zé: 1,4
Média de gols por jogo marcados pós-Zé: 1,3

Média de gols sofridos por partida com Zé: 1
Média de gols sofridos por partida pós-Zé: 0,8

Vasco

Aproveitamento pré-Zé: 42,4%
Aproveitamento com Zé: 62,5%

Média de gols por jogo marcados pré-Zé: 1,04
Média de gols por jogo marcados com Zé: 1

Média de gols sofridos pré-Zé por partida: 1,5
Média de gols sofridos com Zé por partida: 0,6



Fonte: GloboEsporte.com