Basquete: Lucas Mariano se espelha no ex-vascaíno Nenê, diz que pensa na NBA, mas admite que tem muito a evoluir
A caminhada de Nenê Hilário, do Vasco à NBA, é revisitada por Lucas Mariano a cada vez em que ele entra em quadra. Reforço do Cruz-Maltino para a temporada, o melhor pivô do NBB 9 tem metas ousadas na carreira. Aos 24 anos, quer seguir os passos do seu ídolo. Em 2002, aos 19 anos, um franzino Nenê deixava São Januário rumo aos Estados Unidos para jogar no Denver Nuggets. Pés no chão, o goiano sabe que a estrada é longa, mas acredita ter potencial para atingir a liga americana de basquete. Para isso, não tem vergonha de dizer que precisa emagrecer e evoluir tecnicamente, agregando para o seu jogo fundamentos cada vez mais presentes em pivôs de referência, hoje não mais restritos ao jogo de garrafão.
- Daqui três anos pretendo estar na NBA, com a minha mulher bem estável com ela (risos) e uns dois filhos. Tenho potencial para a NBA. Vou realizar todos os meus sonhos. A longo prazo quero estar fora do Brasil, ir para a NBA. Estou treinando, focado. A temporada no Brasília me fez olhar muita coisa. Da oportunidade que tenho. Humildemente, tenho que melhorar bastante o meu físico. Eu sou uma pessoa bem aberta. Sei onde preciso melhorar, onde estão meus defeitos. Não tenho uma meta de peso, mas quero olhar no espelho e me sentir bem. Estar bem fisicamente, correr mais - contou o pivô, que a curto prazo coloca-se totalmente voltando para o Vasco e para o NBB 10.
Na última temporada, Lucas Mariano foi eleito o melhor pivô do NBB. Recentemente, esteve na seleção brasileira que disputou a AmericaCup e dentro do Brasil, é tido como uma unanimidade na posição, tanto é que foi talvez o jogador mais disputado no mercado após a confirmação da desistência do Brasília do NBB. Com planos ousados, Lucas se espelha em Nenê Hilário. Aos 35 anos, o brasileiro é um dos mais respeitados veteranos da NBA e exibe físico e técnica invejáveis.
- Me espelho no Nenê, que é um monstro. Você vê ele, com a idade que tem, fisicamente muito bem, inteiro, definido. Ele é um espelho. Vejo os jogos dele e que ele saiu do Vasco, era um garoto, e conseguiu ir para fora. Quero seguir os passos dele e fazer minha história também. Tenho muito do jogo dele, que é jogar de frente, um bom passe, e ele é um animal. Conheço ele. Já joguei com ele na seleção. É um cara nota 10. Sempre fala comigo quando encontro na seleção, me diz que preciso melhorar - conta Lucas Mariano.
Atento à evolução do jogo, o pivô sabe que não há mais espaço para o jogo unidimensional. Pivôs presos ao garrafão são cada vez mais descartáveis no basquete de alto nível, onde claro, há exceções. Por isso, acredita que precisa melhorar em todos os fundamentos.
- Preciso ficar mais rápido, a gente sabe como é o jogo fora do país, não é parado, o que faço aqui, no poste baixo. Preciso correr bem a quadra. No basquete europeu, o pivô chuta de três, faz bom bloqueio, vai na quadra inteira, é peça fundamental para o time. Na NBA também. Não posso ficar com um jogo unidimensional, só jogar de costas, não marcar, não correr. Peguei essa temporada passada, vi o que tenho de bom, guardei para mim. E o Dedé (técnico do Vasco) é uma pessoa incrível, que quer o meu bem, me quer fora do país. Vou correr atrás disso - garante Lucas.
Com a seleção de técnico novo, o pivô sabe que também precisa mostrar serviço no Vasco para ser lembrado nas próximas convocações, a começar pela estreia do Brasil nas eliminatórias para o Mundial de 2019. A seleção pega o Chile no dia 24 de novembro, em Osorno, e a Venezuela no dia 27, no Rio de Janeiro. O treinador croata Aleksandar Petrovic já avisou que só quer atletas completamente dedicados ao país e ao jogo.
- Quero representar meu país e ajudar a seleção brasileira. Um técnico com a cabeça que o Petrovic tem, com visão diferente, que já está no basquete europeu há muito tempo. Esteve na Rio 2016 com a Croácia, também na Eurobasket, e ele já disse que o Brasil precisa melhorar tecnicamente, fisicamente. Ter mais disposição. Vai ser um grande começo. Espero fazer parte. Quero demonstrar que estou trabalhando e ter a chance de vestir a camisa do Brasil.
Fonte: GloboEsporte.com