Além dos tradicionais cantos da torcida do Vasco nos estádios, já se tornaram comuns os latidos durante o jogo. Tudo não passa de uma referência ao volante Jean, cão de guarda do time de Zé Ricardo. Maior ladrão de bolas do Brasileirão, o jogador confessa escutar em campo e brinca com a relação com o torcedor.
- Já escutei, escuto sempre. Tem muito torcedor que acha que isso me deixa mais ansioso dentro de campo. Já acham, "agora ele vai matar todo mundo" (risos). Não é assim! Tenho controle. Nas jogadas que faço consigo escutar o grito, mas na hora da decisão não penso no que está vindo de fora, mas no companheiro e em fazer o melhor.
Vivendo bom momento na carreira, Jean é só sorrisos ao falar do carinho da torcida e da sequência de jogos. Lembra ainda, durante coletiva em São Januário, que Guiñazu, referência pessoal na posição, era outro lembrado com os gritos nas arquibancadas.
- O torcedor acha que vai me deixar empolgado demais e atrapalhar, pelo contrário. Filtro bem, é uma conexão entre jogador e torcida, e fico feliz demais. Chegar no Vasco, num clube dessa grandeza, e ter isso. O único jogador que teve era o Guinazu, e o cara era indiscutível.
Neste sábado, às 19h (de Brasília), o volante será titular contra o Flamengo, valendo uma vaga no G-7 do Brasileirão. Na partida de ida, em São Januário, cumpriu suspensão e foi desfalque. Em busca da primeira vitória contra o rival no ano, promete "dar a vida" dentro de campo.
- Quem não quer jogar um clássico? É o clássico de milhões. Fiquei maluco fora de campo (no jogo de ida), vontade de estar em campo, ajudando, vivendo isso. Principalmente por ser em São Januário, independente do que houve. Tive oportunidade de jogar esse clássico pelo Carioca, e te falo que é uma experiência única. É muito bom, mas quando a gente ganha (risos). Vamos dar a vida para sair com a vitória.
Veja outros trechos da coletiva:
Zé passou algum conselho especial sobre o Flamengo?
O Zé é um cara esperto. Como esteve lá (no Flamengo), conhece, chega na gente e fala "melhor fazer isso, por esse lado, porque acontece isso". Para os volantes ele dá um toque sobre os meias. Mas você não quer que eu abra o jogo, né (risos)?
Ensinamentos com o sobe e desce no Brasileiro
Amadurecemos no momento certo, nossa equipe se tornou cascuda, competitiva, tem errado menos na reta final do campeonato. Os resultados têm mostrado isso. Deixamos escapar pontos importantes, mas o principal temos feito, andar para frente. O mais importante é somar, não estávamos fazendo isso. Sabemos o momento certo, sempre buscamos os três pontos, mas quando acontece um empate, somamos e estamos na briga pela Libertadores. Temos clássico sábado e segue o baile.
Maior vantagem para o clássico?
A maior vantagem é o descanso. Viemos numa batida grande, jogo contra Avaí desgastante, Botafogo, Atlético-GO, questão de uma semana. Desgasta um pouco, contra o Coritiba foi corrido. O principal para o clássico é estar focado, trabalhando, mas essa baixada de carga de jogos também. O Flamengo pode chegar mais desgastado. Para mim a maior vantagem é essa.
Líder de desarmes
É uma coisa que venho conquistando há algum tempo, pelo meu perfil, minha maneira de jogar. Quando no Paraná ainda, totalmente diferente, Série B, tinha destaques com relação a isso. Na Série A falo que está sendo válido para mim, porque tenho aprendido muito. Bom roubar bola, ter o número expressivo, mas bom saber o momento certo. Cada jogo que passa tenho aprendido mais. Foi bom.
Fonte: GloboEsporte.com