Padronização da localização dos bancos de reservas acabará com tradição de São Januário
Em documento enviado aos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, a Confederação Brasileira de Futebol formalizou a data em que vai acabar com uma tradição histórica do Estádio São Januário.
Ocorre que, em manual enviado às equipes, a CBF avisou que os bancos de reservas de todos os estádios deverão estar localizados na faixa lateral do campo, de maneira próxima ao centro do campo de jogo. Isso, já a partir da temporada 2019.
O fato vai dar trabalho ao Vasco, que tem o banco de reservas atrás do gol, no que é uma superstição que existe há tempos em São Januário. E que geralmente irrita os técnicos que vão ao estádio.
Em 2013, por exemplo, Paulo Autuori era um dos que não escondia a insatisfação por ter que ficar no local. O técnico, inclusive, deixou claro que não aceitaria a justificativa de tradição ou superstição para trabalhar na linha de fundo. Mas não teve jeito.
No ano anterior, Abel Braga, então no Fluminense, detonou o banco vascaíno. "É horrível. O local é horrível, isso não existe mais, é muito ruim para o treinador. Porque você manda a mensagem, mas parece que o negócio não chega", esbravejou.
Outro que reclamou publicamente foi o técnico Geninho, no que acabou sendo uma das causas de tanta superstição.
O técnico pediu para Eurico Miranda mudar o banco de lugar, em 2004, no que foi atendido. Contudo, dias depois, o Vasco perdeu por 3 a 0 para o desconhecido 15 de Campo Bom e foi eliminado da Copa do Brasil.
"Na linha de fundo o treinador fica perdido, sem noção de distância e profundidade. Na época, solicitei a mudança ao Eurico, e ele atendeu. Foram quatro ou cinco jogos assim, mas talvez a eliminação tenha pesado. Como todo mundo sabe, no futebol a superstição tem algum peso. Mas acho que a posição do banco tem a ver com a história de São Januário", disse Geninho.
A tradição vascaína, agora, está com os dias contados.
Fonte: ESPN.com.br (texto), Reprodução Internet (foto)