Ação do Ministério Público pode tornar Eurico Miranda e Fernando Horta inelegíveis
Sábado, 16/09/2017 - 10:29
A ação ajuizada pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) na última quarta-feira, pedindo o afastamento do presidente do Vasco, Eurico Miranda, põe em risco as candidaturas do atual mandatário e também de Fernando Horta, um de seus principais opositores, no pleito de novembro. Isto porque um dos efeitos pretendidos pela ação é tornar inelegíveis os membros da atual diretoria, que tem Eurico como cabeça e tinha Horta, até mês passado, como "número 2" oficial. Hoje adversários, os antigos aliados cairiam abraçados em caso de vitória do MP.

No documento do MP, ao qual O GLOBO teve acesso, consta o pedido de "destituição definitiva" de presidente, vice-presidentes e diretoria do Vasco. Antes de lançar chapa em oposição a Eurico, Horta atuou como vice-presidente geral desde o início da atual gestão, em 2015. Ele pediu licença do cargo em agosto, pouco mais de um mês após os episódios de violência no clássico entre Vasco e Flamengo, que servem de base para a ação movida pelo MP. Segundo Horta, que se declarou rompido com Eurico, seu licenciamento ocorreu para que pudesse concorrer à presidência contra o atual mandatário.

O MP acusa a diretoria do Vasco de infringir o artigo 37 do Estatuto do Torcedor, sobre a responsabilidade de clubes na prevenção de violência em seus eventos esportivos. Para o órgão, o Vasco coloca o público em risco ao permitir pessoas ligadas à torcida organizada Força Jovem, banida de estádios, no seu quadro de funcionários e em áreas estratégicas de São Januário - algo observado especialmente no clássico contra o Flamengo. A punição prevista no artigo em questão é a destituição de dirigentes, que o Ministério Público deseja ser definitiva. Assim, caso o MP vença a ação, tanto Eurico quanto Horta ficam impedidos de concorrer a, manter ou assumir postos na diretoria do clube.

O caminho até se chegar à punição, contudo, é complexo. O MP pediu, em caráter de urgência, o afastamento imediato da diretoria vascaína. O juiz Guilherme Schilling Polo Duarte, do Juizado do Torcedor, concedeu prazo de 10 dias (contados a partir de sexta-feira, dia 15) para que Eurico apresente defesa. Ao fim deste prazo, o juiz decidirá sobre este afastamento temporário.



Fonte: O Globo Online