Basquete: André Barbosa confirma favoritismo do Vasco no NBB, fala sobre o time e explica por que não é mais chamado de Dedé
O Vasco investiu alto para a sua segunda temporada seguida na elite após o retorno do clube ao basquete adulto. Do elenco que parou nas oitavas de final do NBB 2016/17, apenas David Jackson, Nezinho e Bruninho foram mantidos. Do Brasília chegaram Lucas Mariano, Fúlvio e Guilherme Giovannoni. Gustavo foi contratado junto ao Pinheiros. Renato estava no vice-campeão Paulistano. Já Hayes atuava no Vitória, enquanto Gui Deodato desembarcou em São Januário oriundo do campeão Bauru. Técnico da equipe cruz-maltina desde o fim do ano passado, André Barbosa - que deixou para trás o apelido "Dedé" - reconheceu que o Vasco é um dos favoritos ao título do NBB 2017/18.
Neste sábado, em São Januário, a equipe faz o seu segundo amistoso de pré-temporada. O adversário é a seleção chilena, às 17h. Na última quinta, a equipe vascaína recebeu o Basquete Cearense. Demonstrando ainda estar em fase de entrosamento, o Cruz-maltino foi derrotado por 82 a 78. Confira a entrevista com o treinador André Barbosa:
Por todo o investimento feito para esta temporada, você coloca o Vasco como um dos favoritos ao título do NBB?
Sim. Não fujo disso não. Tenho certeza de que, o que foi montado aqui e com a estrutura que estão dando para a gente, com certeza a gente vai brigar lá em cima sim.
Como foi a montagem do elenco? As contratações partiram de você ou do vice-presidente de quadra e salão, Fernando Lima?
É fundamental ter essa aproximação. A confiança que eu tenho no Fernando é recíproca. Conversamos muito desde o ano passado e fiquei feliz em poder ter essa abertura com um vice-presidente tão influente no Vasco como o Fernando. Todas as contratações foram escolhas de nós dois, e ele está de parabéns pela forma como conduziu tudo.
Quais foram as suas impressões da sua equipe nesse primeiro teste da temporada?
Eu acho que a gente está num período de experiência. Foi o nosso primeiro jogo em termos de conhecimento dos atletas. É um time novo, com muita qualidade e com muita expectativa, só que nós pegamos um adversário com uma base já formada e que já jogaram amistosos e estão treinando há mais tempo. Jogamos com pouca rotação, com sete ou oito jogadores, mas foi válido.
O Vasco teve um desempenho muito bom no último quarto do jogo contra o Basquete Cearense. É mais ou menos isso que você quer da sua equipe na temporada?
Ali no último quarto foi uma coisa mais atípica. Estávamos correndo atrás no placar, então o outro time desacelerou um pouco, e nós colocamos o Gustavo e o Deodato, que são bons marcadores, então conseguimos descer essa diferença. Mas acho que a proposta é essa, de subir a defesa e imprimir esse ritmo do último quarto.
O que esperar da sua equipe no amistoso deste sábado contra o Chile?
Não tenho muita noção do nível da equipe deles. Só sei que estão em fase de preparação para a classificatória do Mundial. Sei que vieram com 18 ou 19 jogadores, então vai ser um ótimo teste para a gente e, a cada jogo, a gente vai ganhando entrosamento.
Te chateou muito esse cancelamento do Estadual do Rio? Isso mexeu no seu planejamento?
Foi muito chato. Ficou uma coisa pendente desde o ano passado, pela maneira como terminou o Estadual de 2016. Eu não estava aqui ano passado, mas acompanhei tudo. É complicado acontecer isso em pleno século XXI. Na minha época de jogador, jogávamos para 15 mil, 20 mil pessoas com torcida dupla no Maracanãzinho. Hoje temos arenas modernas e não conseguimos colocar torcida dupla. Tem ainda a questão burocrática de aluguel de arena, Gepe... Pensando pelo lado de preparação, achei bom, porque vamos ter mais tempo de preparação para o NBB. Só que em termos de basquete do Rio, vamos perder um grande campeonato, ainda mais agora que teremos três clubes grandes na elite.
Você pediu no início da temporada para passar a ser chamado de André Barbosa e não mais Dedé Barbosa. Por que a mudança?
A questão do André é por causa do Dedé Stefanelli. Acho que fica mais fácil me chamar de André, para não ficar Dedé Barbosa e Dedé Stefanelli. Não é uma questão de encerrar o vínculo com o meu passado de jogador, quando eu era conhecido como Dedé.
Essa crise toda no basquete brasileiro, com as seleções indo mal nas competições internacionais e a CBB endividada, mexe com a cabeça de vocês?
Já vem mexendo faz tempo. Só acho injusto a maneira como estão tratando jogadores e comissão técnica atualmente. A gente pensava que estava no fundo do poço, mas não estava. Mas isso são coisas passadas, estamos pagando o preço de 20 anos de más administrações. A maneira como deixaram a CBB e a seleção para essa Copa América foi uma maneira bem injusta. Como querem resultados de uma maneira assim? Temos que dar o tempo para recuperar tudo, patrocínio, situação financeira, credibilidade, esturtura...
Passa pela sua cabeça ser técnico da seleção algum dia?
Acho que isso passa pela cabeça de todo treinador. Temos muitos técnicos candidatos no país, mas a escolha do Cesar Guidetti foi boa, ele fez por merecer e não podemos crucifica-lo, por isso tenho que ser muito ponderado para falar de seleção agora. Estou no meu terceiro ano como treinador, tenho margem para crescer, mas penso em seleção no futuro sim.
Fonte: GloboEsporte.com