Entrevista com os candidatos à presidência do Vasco da Gama – parte 1
Queridos leitores, sempre com o objetivo de ajudar na importante escolha que os sócios farão nas próximas eleições a ocorrerem em novembro, decidimos procurar os atuais três candidatos para encaminhar perguntas que acreditamos ser de todos os vascaínos.
Como, no momento, somente estes – Julio Brant, Otto de Carvalho e Alexandre Campello, se declararam candidatos, foram a estes que dirigimos nossas perguntas. Claro que se mais alguém anunciar a sua candidatura, correremos atrás de encaminhar as mesmas perguntas para em seguida publicá-las por aqui.
Aproveito também a oportunidade para agradecer pela maneira gentil que todos, sem exceção, receberam as perguntas do Panorama Vascaíno e prontamente as responderam.
Hoje publicaremos as seis primeiras perguntas e as respostas de cada um deles. Ao longo da semana, publicaremos as demais até que cheguemos às mais de 20 perguntas que fizemos.
Então, vamos a elas!
1- Quem é Otto de Carvalho?
Fui eleito para o cargo de Presidente do Conselho Fiscal do Vasco para o triênio 2015-2016-2017 e sou Grande Benemérito do Vasco. Tenho 60 anos, sou casado e pai de três filhas casadas e independentes. Trabalhei por 25 anos no mercado financeiro e hoje administro bens próprios e de terceiros.
1- Quem é Alexandre Campello?
Sou cirurgião-ortopedista, tenho 56 anos, dos quais 25 passei como médico do Vasco. Frequento São Januário desde o tempo em que as sociais possuíam bancos de madeira e em torno do campo havia uma pista de atletismo de carvão. Pós-Graduado em medicina desportiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), iniciei minha carreira no clube do coração, ainda como acadêmico, em 1984, no time de juniores, do qual faziam parte jogadores como Romário, Mazinho, Lira e o atual técnico vascaíno, Milton Mendes. Em 1986, fui alçado aos profissionais, dando início à uma vitoriosa trajetória, que teve como ponto alto os títulos estaduais de 1987, 1988, 1992, 1993, 1994, 1998 e 2003; os Campeonatos Brasileiros de 1989, 1997 e 2000; a Copa Libertadores de 1998; o Rio-São Paulo de 1999 e a Copa Mercosul de 2000.
Em 2004, por divergências com o comportamento ditatorial do atual presidente, decidi deixar a gestão, voltando a acompanhar o Vasco apenas como torcedor. Em 2008, a paixão falou mais alto, e por isso, a convite do então presidente eleito, Roberto Dinamite, retornei a São Januário como membro do departamento médico. Arrebatei mais uma taça, a da Copa do Brasil de 2011. Em 2012, percebendo que o clube tomava rumos com o qual não concordava, optei por me desligar. E, no ano seguinte, debrucei-me sobre as questões políticas, ingressando no grupo Identidade Vasco.
1- Quem é Julio Brant?
Sou o filho mais novo de uma típica família vascaína da Zona Norte do Rio. Ia a São Januário levado pelo meu avô, onde aprendi a nadar. Comemorei muitos aniversários em São Januário. Na minha infância, o Vasco foi além do futebol.
Adolescente, com meu irmão e amigos, domingo era dia de trem e Maracanã. Não tinha como não sentar atrás do gol, na Força. Comemorei muitas vitórias e títulos ali. Apesar de ser sócio dependente desde criança, me tornei proprietário em 2009, mesmo fora do país. Trabalhei na China, Japão, Portugal e África do Sul.
Fiz mestrado em administração e diversos cursos de gestão e negócios internacionais. Aprendi muito e fiz excelentes contatos. Hoje me sinto um executivo globalizado.
Em 2014, com minha vida financeira estabelecida, independente, recebi o convite do Edmundo para ajudar o Vasco liderando uma equipe e um projeto revolucionários, infelizmente por motivos conhecidos nós ganhamos mas não levamos, mas esse ano será diferente!
2- Por que o Senhor se considera a melhor opção para ocupar a presidência do Vasco da Gama? Qual o seu diferencial em relação aos demais candidatos?
Otto de Carvalho (OC): O Júlio e o Campello me parecem dois jovens muito bons e competentes que podem muito agregar para o Clube, mas não conhecem o Vasco a fundo. Comecei minha trajetória política no Vasco em 1976 participando da eleição Agathyrno x Medrado Dias, onde o Agathyrno foi reeleito. Meu sogro, Estelio Mercante, foi o presidente do Conselho Deliberativo nesse mandato e me levou para a vida política do clube. Como já era sócio, fiz parte do Conselho Deliberativo pela primeira vez naquela ocasião.
O meu diferencial em relação aos demais candidatos é que tenho ótima entrada no Conselho de Beneméritos que representa metade do Conselho Deliberativo. Qualquer mudança no Vasco passa pela aprovação do Conselho Deliberativo. É unanimidade que devemos mudar o estatuto do Clube e para isso acontecer a reunião deve ser qualificada com 2/3 dos conselheiros, o que é impossível caso o presidente não tenha ótimo relacionamento com os membros do Conselho de Beneméritos.
Alexandre Campello (AC): Me considero um profundo conhecedor do Vasco. Tenho ótimo trânsito pelos corredores de São Januário, onde recebo o carinho de sócios, Beneméritos, Grandes Beneméritos, funcionários e torcedores. Tenho vasta experiência profissional e um compromisso com a ética e com a transparência, que me credenciaram para ser o pilar da união de diversos grupos de oposição, alguns até então com posições políticas diferentes, em torno de um projeto grandioso de resgate do Vasco. Um projeto que recoloque o clube em seu devido lugar, de destaque no cenário nacional. Um projeto que faça o torcedor vascaíno, sofrido após quase duas décadas de administração desastrosa, voltar a sorrir.
Julio Brant (JB): Não podemos considerar uma pessoa. Não existe um "salvador da pátria". Acredito na excelente equipe que está comigo. O grupo Sempre Vasco é muito bom, executivos de grandes empresas e áreas. Ao longo dessa jornada eleitoral, vários profissionais, de outros grupos ou de forma isolada, estão se juntando ao nosso time. O nosso projeto possui sólidas bases nas melhores práticas de gestão. Reunimos as qualidades que o Vasco precisa: juventude, experiência, renovação, currículo profissional, paixão pelo Vasco e nosso passado não nos condena.
3- Quais são os principais pontos da sua proposta de plano de administração do clube?
OC: Precisamos trazer o Vasco para a modernidade. O novo estatuto deve distribuir melhor o poder decisório entre os poderes do clube, além de ter mecanismos para melhorar a transparência nas finanças e processos internos.
Penso num novo organograma onde as decisões estratégicas não sejam tomadas por uma pessoa, mas sim por um colegiado. Penso que devemos ter um quadro profissional operando abaixo de cada vice-presidência, além de alçadas bem definidas crescendo de diretoria, executivos profissionais, vice-presidente, presidente e Conselho Deliberativo.
AC: O legado a ser deixado por nossa gestão se traduz em nove prioridades estratégicas: resgate do relacionamento com a torcida e sócios; equilíbrio financeiro; futebol competitivo; gestão moderna e profissional; transparência; resgate da imagem do clube; valorização do patrimônio; expansão das receitas comerciais e autossuficiência dos esportes olímpicos e amadores.
JB: Precisamos resgatar o Vascaíno, o torcedor precisa participar, seja sendo sócio, indo aos jogos, consumindo o clube. O sócio de fora do Rio irá votar pela internet, 70% de nossa torcida está fora do Estado do Rio, precisamos dar atenção a estes apaixonados. O modelo de gestão será profissionalizado (conselho e governança) com transparência, todos saberão para onde o dinheiro veio e para onde vai. Fortaleceremos a marca em busca da credibilidade. Vamos buscar patrocinadores e parcerias que enxerguem o valor e o potencial do Vasco. Atuaremos, fortemente, em 4 áreas chaves do clube: Futebol, Gestão / Governança, Comercial / Marketing e Finanças.
4- Como espera resolver a situação financeira do clube?
OC: O problema financeiro do Vasco é de curtíssimo, curto, médio e longo prazo e não será resolvido milagrosamente. A matemática é simples: temos que arrecadar mais e cortar custos urgentemente. A marca do Vasco é muito sub-utilizada e portanto existe uma margem grande para crescimento.
O dinheiro mais barato para o clube é a adesão ao programa de sócio. Com certeza daremos atenção especial ao programa de sócios com uma meta ousada de alcançar mais de 100mil sócios contribuintes. O Vasco tem 70% da sua torcida fora do Rio, então não é desconto em ingresso que incentivará o torcedor de fora do estado a se tornar sócio. Vamos buscar esse contato mais intenso com nosso torcedor espalhado pelo Brasil.
Acreditamos que com a maior transparência das finanças do Clube e participação do sócio no dia a dia, a torcida comprará essa briga junto com a diretoria.
Quero citar o movimento do "Vasco Dívida Zero" que ajudou o clube a abater inúmeras dívidas e fica aqui meu compromisso de incentivo máximo por parte do Clube a este lindo projeto. Projetos desse tipo serão altamente incentivados pela minha administração.
AC: Uma de nossas propostas é de reestruturar toda a parte que diz respeito ao programa de sócios, que hoje é o menor do Rio. Um programa de sócios bem feito, transparente, contemplando diversas categorias, será uma excelente fonte de receitas para o clube. Hoje, as receitas do Vasco são quase que exclusivas – 80%, se não me engano -, do direito de transmissão da TV, então há uma necessidade de explorar melhor outras fontes de receita como o marketing, o licenciamento, a área comercial
. Temos que buscar um aumento dessas receitas e diminuir os gastos, controlar os gastos, trabalhando o orçamento com planejamento, gerindo bem os recursos. O dinheiro do Vasco tem que ser mais bem gasto do que tem sido.
JB: Com muito trabalho interno, nos processos, nas receitas e custos atuais, e na imagem do clube. Quantos vascaínos nós não conhecemos que afirmam que só irão virar sócios quando mudar o presidente? Então temos uma receita represada aí no plano de sócio, mas isso não bastará no primeiro ano de mandato. Já estamos estruturando um fundo para podermos tocar o clube de imediato, receita nova e em paralelo buscando novos parceiros, novos patrocínios. Em reuniões com possíveis patrocinadores e parceiros, estamos sendo bem recebidos e nossa proposta elogiada. Temos tudo para fazer um ótimo trabalho.
5- Quais são os seus planos para São Januário?
OC: São Januário é nossa casa e é um dos estádios mais charmosos do Brasil. Antes de pensar em ampliação ou reforma precisamos melhorar os acessos ao estádio. Existem alguns estudos e projetos para realizar essa melhoria em grande escala.
Para melhorias pontuais como foi a reforma do ginásio, pensamos em fazer crowdfundings, que se mostrou um sucesso e realmente não dá para entender o motivo de não o fazer. Nossa ideia é trazer os vascaínos para a vida no clube.
AC: Acreditamos que São Januário precisa ser modernizado. Queremos melhorar não apenas o entorno, mas também deixar o estádio e suas dependências mais confortáveis para o torcedor. Queremos melhorar a experiência de quem sai de casa para assistir a um jogo do Vasco. Dar atenção ao nosso estádio certamente será uma das prioridades da gestão que pretendemos implementar.
JB: São Januário é nossa casa, amamos o estádio, sua história e tudo que ele representa. Vamos transformar São Januário no estádio mais legal do mundo, pois será um estádio retrô, ou seja, arquitetura antiga, de 1927, fachada e história respeitadas, mas extremamente confortável. As sociais, até o setor VIP, será uma área só, um setor com muito conforto. Novos assentos, nova marquise, sem os pilares, novos bares, restaurante, banheiros e acesso. Na arquibancada, precisamos setorizar o estádio. Colocaremos cadeiras no setor do meio e deixaremos as arquibancadas atrás do gol como é hoje, no concreto. Este setor terá preços populares e também com conforto e dignidade, principalmente ao público feminino, de terceira idade e acessibilidade. São Januário entrará no roteiro de visitas da RioTour, seremos ponto turístico da cidade, do país. Teremos visitas guiadas, aulas de história in loco, em parceria com escolas e, num futuro breve, nosso museu, onde ficarão nossos troféus, estátuas e história.
6- Na sua opinião, qual deve ser a relação do Vasco da Gama com o Maracanã? Pretende utilizá-lo ou o Vasco só jogará em São Januário?
OC: O Maracanã é um estádio do povo. Conversaremos com a empresa responsável pela gestão do Maracanã e jogos de grande apelo serão realizados no Maracanã desde que as condições financeiras sejam melhores para o Clube. Como falei anteriormente, pretendemos até jogar mais fora do estado caso seja financeiramente mais viável, pois além de estarem mais próximos aos torcedores de fora do Rio de Janeiro teremos uma renda de bilheteria maior.
AC: O Maracanã é um patrimônio do Brasil, do Rio de Janeiro e dos quatro clubes grandes do Rio. O Vasco tem uma enorme identificação com o estádio, lá conquistou alguns de seus títulos mais importantes e emblemáticos. Penso que nos jogos com grande apelo e com potencial de público que ultrapasse a capacidade de São Januário, o Maracanã deva ser utilizado. Mas é preciso que, financeiramente, seja viável para o clube mandar seus jogos no Maracanã.
JB: Por termos São Januário, temos as melhores condições de negociar com o Maracanã, pois não precisamos jogar lá, numa quarta-feira as 22h com TV pro Rio contra os times pequenos. Ou seja, podemos negociar os clássicos e os grandes jogos das Copas (do Brasil, Sul Americana e Libertadores) numa condição melhor. Escolheremos aonde vamos jogar. Uma decisão do Vasco. Nosso mandado será de diálogo, e como conheço bem a maneira de negociar do controlador do Maracanã, conseguiremos um excelente contrato para o Vasco, pois o Maracanã precisa de nós e nossa história passa por lá também. Temos duas casas e assim será.
Entrevista com os candidatos à presidência do Vasco da Gama – parte 2
Segue a segunda parte das entrevistas que fizemos com os três atuais candidatos à presidência do Vasco da Gama.
7- Quais são os seus planos para o remo? E para o basquete? E para os demais esportes?
Julio Brant (JB): Por obrigação histórica e respeito aos nossos fundadores o Remo terá investimento suficiente para manter a hegemonia no estadual. Buscar receitas próprias e em projetos de captação. Temos que ser sempre os maiores campeões.
Jogamos a NBB sem patrocínio na camisa, isso é um absurdo e escancara a dificuldade da atual diretoria em captar recursos. A popularidade do basquete cresce a cada ano no Brasil, a audiência da ESPN Brasil subiu 64% nas finais da NBA e a torcida do Vasco ama o basquete. Agora, tanto o basquete quanto os demais esportes devem se sustentar, não podemos drenar recursos do futebol pros demais esportes. Vamos através da lei de incentivo montar equipes competitivas. O Vasco tem 4 projetos aprovados e zero captados, o Flamengo recebeu recentemente R$ 20 milhões através da lei de incentivo. Vamos trabalhar muito, pois patrocínio e parceiros não caem do céu.
Otto de Carvalho (OC): O Remo como esporte fundador do clube será preservado. A sede náutica está fora de São Januário e será o único esporte além do futebol a ter uma Vice Presidência própria. Existem inúmeros incentivos ao esporte amador e nossa ideia é utilizá-los ao máximo.
O Vasco possui cinco projetos aprovados na Lei de Incentivo ao Esporte e até hoje nunca arrecadou nada. É possível custear praticamente tudo através desses projetos.
Como o Vasco vive um caos financeiro, trabalharemos para que cada esporte seja autossustentável. Assim como no Remo, buscaremos Leis de Incentivo como existem no Governo Federal, Estadual, Municipal e na Confederação Brasileira de Clubes. Não é justo tirar dinheiro do futebol, que é o carro chefe do Clube, para financiar outros esportes.
Buscaremos parceiros para patrocinar esses esportes. Temos tradição no basquete e o basquete tem totais condições de se autossustentar. As escolinhas também serão incentivadas, pois além de ótima fonte de receita para o Clube também serve como fonte de atletas para o futuro.
Alexandre Campello (AC): A atuação do Vasco em esportes como o remo, basquete, natação, entre outros, sempre foi historicamente importante e deve, claro, ter continuidade. O torcedor gosta, acompanha. O que queremos é que estes esportes sejam autossuficientes, ou seja, não funcionem custeados com recursos do futebol, por exemplo. É imperativo a obtenção de patrocínios exclusivos e recursos oriundos de incentivos fiscais. Entendemos que o remo e o basquete, ainda que não consigam ser autossustentados, devem ser mantidos devido à tradição desses esportes no Vasco. Entretanto, outras modalidades devem buscar projetos que as tornem autossustentadas.
8- E o futebol: quais os seus planos para o time em 2018? Como será a sua política de contratações / aproveitamento das divisões de base?
JB: O ano de 2018 será, obviamente, um ano dificílimo. A atual administração nos entregará um clube arrasado. Vamos criar um Comitê Gestor do Futebol. Não podemos deixar as decisões nas mãos de um só, só do Vice Presidente. As decisões precisam ser debatidas, em colegiado. 5 membros debatendo e discutindo. Na montagem do elenco profissional a estratégia será usarmos 33% da base. Para que contratar refugos de outros clubes com mais de 35 anos se temos material humano na casa? E mais barato! A prioridade será o Vasco e não os empresários. Além disso teremos o mapeamento do elenco profissional para que as necessidades sejam preenchidas com jogadores que sirvam para o clube e não para o técnico, pois técnico passa e o clube fica com o jogador indicado por ele. Iremos implementar o serviço de scout – inteligência do futebol com funcionários do clube – sem nepotismo e sim por meritocracia e em paralelo a isso o mapeamento de jogadores do mercado sul-americano principalmente Sub-20.
OC: A condição financeira do Clube é um grande limitador para a contratação de jogadores, mas fazendo um trabalho transparente, sério e colegiado podemos ver que é possível montar um time competitivo num curto prazo.
Precisamos enxugar nossa folha do futebol de gira na casa dos 8 milhões. As contratações e renovações têm que ser feitas para solução de problemas e não de formas obscuras como foram feitas ano passado em que jogadores com mais de 33 anos tiveram contratos renovados por mais um ano, sendo que estes atletas não tinham mercado. Resultado: hoje estão encostados gerando somente custo para o Vasco e não deixando espaço para um garoto da base subir.
Pretendemos trabalhar com uma margem de 28 a 30 jogadores no profissional.
AC: Mesmo considerando as imensas dificuldades financeiras a serem enfrentadas por quem assumir o clube, é imperioso que o futebol caminhe bem, com base em organização da atividade profissional e da base. Faremos, aliás, uso intensivo da base – basta ver os jogos do Vasco no atual Campeonato Brasileiro para ver que temos um futuro promissor. Vamos desenvolver um projeto para viabilizar a construção de um moderno Centro de Treinamento. As principais decisões do futebol serão rigorosamente controladas por um comitê deliberativo a ser formado, proporcionando maior transparência e qualidades nas principais negociações do Vasco. Além disso, é de fundamental importância incorporar as melhores técnicas disponíveis ao clube. O Big Data já é uma realidade no futebol para tomar decisões confiáveis e estratégicas e identificar riscos e oportunidades. Por meio de diversos dispositivos, as informações serão integradas no intuito de obter estatísticas avançadas que permitem um melhor acompanhamento dos atletas por parte da comissão técnica e gestores. Visamos profissionalizar o departamento de futebol com o que existe de melhor, tanto a nível material quanto humano.
9- Como pretende administrar as divisões de base?
JB: Para a base teremos investimento pesado, a base é o centro de inovação tecnológica da empresa, precisa de toda a atenção, investimento, estrutura e profissionais bem remunerados. Precisamos revelar e vender ao menos R$ 30 milhões / ano na média, menos que isso é um absurdo para o Vasco. Na base a meta é: formar craque, ganhar título é consequência. O futsal terá papel importante, de destaque na base, e Felipe e Pedrinho serão os grandes inspiradores disso. Não teremos distinção de salários na comissão técnica nas categorias, o sub20 tem a mesma importância do sub13, por exemplo. Estas equipes terão remuneração variável por conta da venda dos atletas nos profissionais, repito: a meta é formar, título é consequência. Teremos professores de educação física na formação dos meninos, que precisam aprender a correr, saber respirar, dominar a bola, jogar em equipe, ou seja, os fundamentos básicos. Isso será nossa base, uma escola de verdade, não só de futebol, mas de vida. Gostaríamos de incluir no dia a dia dos meninos, aulas de artes marciais, provavelmente o jiu-jitsu com os irmãos Valentes (filhos do Grande Benemérito Pedro Valente), pois a disciplina e respeito aos adversários são fundamentos importantes para um atleta.
OC: A base é a solução de médio e longo prazo para o Vasco. Temos tradição de revelar grandes jogadores. Recentemente o Vasco faz jogador e estes saem do clube cedo e a preço de banana. Nossa ideia é criar um plano de carreira para os jogadores, incentivando-os a permanecerem no Vasco por mais tempo.
Nossa ideia é colocar todo o futebol debaixo da mesma vice-presidência e criar um intercambio maior de informação entre os profissionais que trabalham em todas as categorias.
Incentivaremos nossa categoria de base a jogar torneios internacionais para que quando se tornarem profissionais já tenham rodagem com a cultura de outros países.
Um projeto que não está descartado é a criação de um CT para a base em terreno cedido pela prefeitura. Existiu um terreno cedido pelo prefeito na gestão do Dinamite e perdido na gestão do Eurico. Tentaremos o contato com o atual prefeito para ver se é possível reaver este terreno.
AC: A ideia é que o Centro de Treinamento integre a base e os profissionais. Queremos acompanhar de perto os garotos. Valorizar a base é valorizar o mais importante ativo do Vasco, além de ser fundamental na montagem de um time aguerrido, que tenha identificação com a camisa do clube. Obter o Certificado de Clube Formador (CCF), respeitando determinados requisitos exigidos, também será prioritário. Dos grandes clubes do Rio, o Vasco é o único a não possuir o documento concedido pela CBF e que permite uma série de benefícios – entre eles, o de proteger os jovens atletas de interesses de outros clubes.
10- Para o Senhor como deve ser a relação do clube com as torcidas organizadas? Elas terão alguma participação na sua administração?
JB: Não tem condição de uma Torcida Organizada participar da administração do clube, nem o clube deve participar na administração da Organizada, são coisas diferentes. Queremos criar uma cultura de festa na arquibancada no Vasco. Pessoas visitam o Signal Iduna Park, estádio do Borussia Dortmund, para ver o espetáculo da torcida, teve um jogo da Champions League, que fizeram um mosaico o jogo inteiro, saiu em todos os jornais do mundo. Isso sim deve ser a relação da organizada com o clube, não de dependência. Pretendemos ter uma categoria de sócios para torcida organizada, além do torcedor pontuar, a torcida pontua e pode trocar esses pontos por bandeira, material pra bateria, um ônibus pra uma caravana e se essa torcida se envolver em brigas é cortada temporariamente ou de vez desse programa, além de facilitar na identificação. Acreditamos que a maior parte dessas torcidas são de vascaínos que querem apoiar o time, sem vandalismo e violência, com destaque para os espetáculos que dão na arquibancada. Na história nos destacamos assim, focaremos nisso. Se a Torcida quiser ajuda para viagens, ajude o clube fazendo seus integrantes sendo sócios. Queremos uma via de mão dupla, ganha-ganha.
OC: As torcidas organizadas são entidades próprias que têm na sua criação a intenção de ajudar o Vasco e qualquer pessoa seja física ou jurídica que quiser ajudar o Vasco será muito bem vinda.
Estamos estudando a criação de categorias especiais dentro do nosso plano de sócios para as torcidas organizadas.
Obviamente que não terão regalias e qualquer relação com as torcidas organizadas será transparente. Não haverá favorecimento a nenhuma torcida.
AC: Nós da Frente Vasco Livre achamos que as torcidas organizadas são um patrimônio do clube, É inestimável a contribuição das Torcidas Organizadas para a festa nos estádios. A vibração, as coreografias, instrumentos musicais, cantos, bandeiras, todo esse universo de variadas dimensões e códigos deve ser valorizado por todos os vascaínos.
É fundamental que o relacionamento do clube com as torcidas organizadas seja transparente e público. Essa relação deve ser justa, sem favorecimentos a nenhuma torcida. Queremos que essa governança esteja publicada no site do clube para que não existam dúvidas.
O ministério público e o GEPE estão apertando o cerco para torcedor organizado que gosta de brigas. Queremos que o Marketing do clube trabalhe junto com os líderes de torcidas organizadas essa nova realidade das torcidas organizadas. Tenho certeza que essa mudança no relacionamento será muito positiva para o clube.
11- Plano de sócios: o que o Senhor pretende fazer de diferente? Ou o plano atual está perfeito e não precisa de alterações?
JB: De cara permitir de maneira automática e natural, que os sócios proprietários possam pagar suas mensalidades atrasadas ou adiantar pagamentos, nada de carta pra Vice Presidente autorizar, hoje o sócio quer pagar e o clube cria dificuldade
um absurdo! O plano de sócios precisa de expansão, além de uma categoria para as torcidas, vamos voltar com o Sócio Geral, facilitando os atuais Gigantes a migrarem pro Geral com direito a voto e ser votado. Hoje o Vasco é um dos clubes que cobra mais caro para um torcedor ter direito a voto, R$1.500,00 mais as mensalidades. É inaceitável um clube popular, da zona norte, elitizar seu quadro votante. Vamos acabar com isso! Queremos expandir, aumentar a base de sócios, aumentar a taxa de conversão de torcedor em sócio, votação pela internet, aumentar os parceiros, benefícios. O sócio terá acesso ao balanço semestral do clube, o sócio poderá votar no modelo de uma terceira camisa, faremos mais Assembléias Gerais, o sócio precisa participar mais. Em resumo, o foco será: clube de vantagens, sistema de pontuação, voto e participação.
OC: O plano de sócio do Vasco é muito ruim. Não é a toa que estamos muito atrás de nossos rivais nesse quesito. Como disse, 70% da torcida está fora do Rio. Temos que conhecer nosso torcedor antes de fazer um plano de sócio.
Pretendemos criar categorias de sócios que variam do preço de 15,00 a 200,00 por mês, pois nossa torcida é muita heterogênea. É claro que os benefícios vão variar de acordo com as categorias.
Já mapeamos as cidades e estados de maior concentração de vascaínos espalhados pelo Brasil e além da alteração do plano de sócio, criaremos projetos chamada Casa do Vascaíno que serão pequenas sedes espalhadas pelo Brasil onde o torcedor poderá se associar e frequentar em dias de jogos do Vasco.
AC: O plano de sócios atual não está perfeito, pretendemos como um primeiro movimento diminuir a joia do sócio proprietário para capturar novos sócios e promover um recadastramento de sócios. Entendemos que o direito a voto aproxima o clube do seu torcedor.
Estão previstas ações para resgatar sócios inadimplentes e sócios que tiveram a matrícula cancelada por falha do clube. Está sendo trabalhada também uma categoria para sócios fora da região metropolitana do Rio de Janeiro que tem pouco acesso a São Januário, para estes existe um grupo de trabalho que está estudando os principais planos de sócios no Brasil e no exterior para que tenham benefícios específicos para os sócios que não estão próximos de São Januário.
É importante deixar claro que nenhum sócio contribuinte ou remido perderá o seu direito adquirido. Para estes que contribuem nesse período complicado do clube e para aqueles que contribuíram no passado também estão sendo previstas ações específicas. O Clube precisa reconhecer e agradecer a esse sócio.
Nossa ideia também é ampliar os parceiros e aumentar o programa de fidelidade para que a experiência de sócio seja cada vez mais vantajosa para o vascaíno.
12- Pretende propor / patrocinar alguma alteração no estatuto do clube? Se sim, qual ou quais?
JB: O Estatuto do clube é de 1979, o mundo era outro. O estatuto deve ser um organismo vivo e refletir sempre as alterações na sociedade. A ideia é criamos uma comissão no Conselho Deliberativo de 5 membros, 2 Beneméritos ou Grandes Beneméritos, 2 conselheiros da chapa eleita em primeiro lugar e 1 conselheiro da minoria. Em paralelo abriremos aos sócios que coloquem suas sugestões para esta comissão. Depois o trabalho da comissão vai pro Conselho Deliberativo e depois disso pra Assembléia Geral, pros sócios votarem item a item. Não será uma votação de sim ou não para a reforma toda, será ponto por ponto. Os itens que pensamos debater são: Aumento do poder do Conselho Deliberativo; Diminuição do poder do Presidente da Diretoria Administrativa; Aumento do numero de membros do Conselho Fiscal; Eleições diretas para Presidente da Diretoria Administrativa e vices; Unificação da lista de eleitores e elegíveis, ambos com 3 anos de vida associativa; Eleições pela internet e urna eletrônica; Reorganização das categorias de sócio; Rearranjo das 300 cadeiras do Conselho Deliberativo; Descasamento do mandato do Conselho Fiscal; Recadastramento de 3 em 3 anos entre outros. Mas lembro que a Comissão, Conselho Deliberativo e Assembleia Geral são soberanos.
OC: Esse é o meu principal diferencial em relação aos meus concorrentes. Não só proponho um novo estatuto como sou o candidato com mais chances de conseguir implantar esse novo estatuto no Vasco. Algumas propostas são eleições diretas para todos os poderes do clube (exceto Conselho de Beneméritos), melhor distribuição entre os poderes, aumento de integrantes do Conselho Fiscal, criação de uma auditoria interna ligada ao Conselho Fiscal (sem interferência da Diretoria Administrativa), criação de uma Ouvidoria ligada ao Conselho Deliberativo (sem interferência da Diretoria Administrativa), criação de comissões específicas, maior transparência nas finanças, apresentação de contas trimestrais com acompanhamento do orçamento, decisões colegiadas entre o presidente e seus vice-presidentes, entre outras mudanças.
AC: Sim, queremos mudar o estatuto do clube que na maioria de seus capítulos vige desde 1979. Desde lá, mudou muito o relacionamento entre o clube e os sócios. Primeiramente vamos adequar o estatuto a estrutura organizacional que queremos para o clube. Queremos montar uma comissão dentro do Conselho Deliberativo para trabalhar nessas questões que já estão sendo aprimoradas pelo núcleo de gestão da Frente Vasco Livre.
Entrevista com os candidatos à presidência do Vasco da Gama – parte 3
Seguem as últimas perguntas comuns encaminhadas aos três atuais candidatos à presidência.
13- O Senhor concorda com as acusações de que houve fraude nas últimas eleições? Houve "mensalão"? Se sim, como pretende combater essa prática nessa eleição?
Alexandre Campello (AC): A eleição anterior foi acompanhada pelo ministério público e o presidente em exercício, naquela ocasião, validou os 1.730 sócios que entraram em um dia. O jurídico da Frente Vasco Livre está atento a qualquer tentativa de fraude e esperamos que na próxima eleição essa polêmica não aconteça.
Julio Brant (JB): Tivemos denúncia de um Grande Benemérito e a imprensa divulgou amplamente. Temos os relatos nas redes sociais, tivemos mais de 1.000 associações em 1 dia. Estamos trabalhando na justiça para assegurarmos eleições limpas e seguras. Já tivemos sucesso em 2 ações e teremos em outras.
Otto de Carvalho (OC): Houve um movimento incomum de associação nos meses fevereiro, março e abril de 2013, no entanto foi apresentado uma denuncia e nada foi comprovado. Fizeram um recadastramento dos sócios, mas o resultado deste recadastramento nunca foi apresentado, então é um pouco difícil afirmar qualquer coisa.
Nossa proposta é fazer um recadastramento o mais rápido possível e após esse recadastramento manter o cadastro limpo. Na lista apreendida pela justiça em fevereiro deste ano existiam mais de 184 mil nomes. Isso mostra a bagunça que é o cadastro do Vasco.
Na mudança de estatuto trazemos a responsabilidade pelo cadastro para o Presidente da Assembleia Geral, que além de garantir a lisura do processo eleitoral do Vasco, será o responsável pelo acompanhamento mensal da lista de sócios. Na nossa proposta de estatuto obrigamos o recadastramento a cada triênio sendo um ano antes do pleito.
14- Relação com as emissoras de TV: pretende mudar algo nessa relação?
AC: Sim, como toda relação comercial do clube, que precisa ser acompanhada mais amiúde, se houver alguma oportunidade de ampliar as receitas de TV, Radio, Transmissão pela internet, seja no futebol, basquete ou outro esporte nós vamos brigar para maximizar nossas receitas com transmissão de jogos.
JB: O Vasco tem um contrato assinado, cumpriremos os contratos celebrados. Os 3 primeiros anos de mandato, provavelmente será com o contrato atual. Não temos informações sobre o contrato, inclusive o CADE investiga os detalhes do mesmo. E ao que parece, depois desse contrato, já existe um acordo para que seja um modelo parecido com a Premier League, para deixar mais justa a distribuição de cotas de TV. Vamos lutar para o melhor contrato possível do clube e ouvir outras emissoras, é importante não ficar preso a uma. Vamos conversar com Palmeiras e São Paulo, que também recebem menos que Flamengo e Corinthians. O caminho é mudar a imagem do Vasco, pois isso atrairá mais mídia e mais retorno pro parceiro e pra TV.
OC: O atual presidente assinou com a televisão até 2024, então o clube está amarrado até lá. É um absurdo a Lei permitir que isso seja feito, pois nesse quesito infelizmente não temos muito como mexer. Posso garantir que nossa relação com a imprensa vai melhorar, pois entendemos que o dialogo sempre é a melhor solução do que fechar treinos e expulsar jornalistas.
Melhoraremos a sala de imprensa e reservaremos horários específicos dos treinos para que os jornalistas acompanhem, além de participação dos sócios via mídia digital, que hoje é um mercado que cresce muito.
15- Como será a relação do Vasco da Gama com a Federação de Futebol do Rio de Janeiro na sua administração? E com os demais clubes cariocas? E com a CBF e os demais clubes brasileiros?
AC: Todo o relacionamento com as federações (FERJ, CBF e CONMEBOL) será diferente, queremos participar de todas as discussões para melhoria do futebol brasileiro, o Vasco enviará representante em todos os eventos das federações. O Vasco é um clube que sempre esteve na vanguarda e na minha gestão não será diferente. Eu penso que o relacionamento com os demais clubes deve ser feito dentro do cavalheirismo, vamos praticar a fidalguia nesse relacionamento com dirigentes e atletas dos outros clubes. Obviamente, sempre colocando os interesses do Vasco em primeiro lugar, mas respeitando os interesses coletivos. É dessa forma que o Vasco será respeitado por todos.
JB: Temos que ter uma boa relação com os clubes, não queremos declarar guerra a ninguém, nem a federação, desde que respeitem o Vasco e não tentem prejudicar o nosso clube. Relação de diálogo, o Vasco e seus interesses em primeiro lugar, depois o melhor pro futebol Carioca e brasileiro.
OC: Nossa ideia é manter o dialogo aberto com todas as entidades. Enviaremos um representante a todas reuniões da Federação e CBF, sempre defendendo os melhores interesses do Vasco. Hoje tenho uma boa abertura com o Rubens Lopes e com pessoas da CBF, então não acredito que teremos problemas nesse sentido.
Com os demais clubes buscaremos sempre uma conversa, pois podem existir ações em conjunto, por exemplo a busca por novos parceiros, como acontece com a Brahma que realiza ações com todos os clubes do futebol carioca.
16- Qual é a sua opinião sobre o atual presidente, Eurico Miranda?
AC: Eu convivi como Eurico por vinte anos. Para ser justo devemos reconhecer o seu valor no primeiro momento, como vice-presidente de futebol. Naquela ocasião, mais jovem e dinâmico, autoritário como sempre, tinha ao lado o equilíbrio do Presidente Calçada, que o balizava. Assim transformou o futebol do Vasco e conquistou vários títulos.
Já como presidente do Clube, menos dinâmico e desatualizado, o autoritarismo e método centralizador o fez desconstruir sua imagem vitoriosa. Não se modernizou na gestão e incluiu uma administração pautada pelo nepotismo, uma receita infalível para o insucesso. Afastou do Clube inúmeros Vascaínos de valor, com capacidade e que se opunham as suas metodologias. Matou uma geração política no Vasco, que ou foram expulsos ou hostilizados dentro de São Januário nestes últimos 15 anos. Talvez o seu maior malefício ao Vasco.
JB: O Eurico foi um grande Vice Presidente de futebol, mas como presidente os números estão aí.
OC: É uma pessoa que já está na história do Vasco pela sua participação na vida política do Clube. Eu conheci o Eurico na oposição, pois eu era situação em 1977 e ele oposição. Posso garantir que sou um dos poucos no Vasco que vi Eurico ser oposição.
A imagem dele está muito arranhada e não é à toa que não conseguiu nenhum patrocínio novo nesse mandato, até a TIM voltou pois já era patrocinadora na época do Roberto. Precisamos urgentemente mudar a cara da diretoria do Vasco e isso passa pela imagem do seu presidente. O Eurico ainda administra como nos anos 90 e isso não cabe mais no momento de hoje.
17- Qual é a sua opinião sobre o candidato Julio Brant?
AC: É um vascaíno que pode contribuir muito para o clube. Queremos a união com a Sempre Vasco e espero que consigamos chegar num processo de unificação.
OC: Julio é outro rapaz que tem muito a ajudar o Vasco, mas também ainda não provou a que veio. Fez parte do Conselho neste triênio e não conseguiu liderar os 30 conselheiros da oposição. Não conseguiu liderar não porquê não tenha capacidade, mas porque não tinha conhecimento de como as coisas funcionam dentro do Vasco.
Hoje o Julio não tem a entrada com o Conselho de Beneméritos, necessário para realizar a mudança que todos querem para o Vasco.
Acho que é um cara que pode contribuir, mas ainda precisa vivenciar mais coisas dentro do Vasco antes de assumir uma responsabilidade desse tamanho.
18 – Qual é a sua opinião sobre o candidato Otto de Carvallho?
AC: Sua experiência na atuação política do clube tem que ser reconhecida. Queremos a união com o grupo dele, Ao Vasco Tudo, da mesma forma espero que consigamos chegar num processo de unificação.
JB: O Otto terá um papel importantíssimo nesta eleição, pois faz parte da junta eleitoral, precisamos dele para eleições justas e limpas. Recebo o Otto de braços abertos na oposição, assim como todo euriquista que percebe que o modelo atual de administração precisa mudar. Assim como o Campello, o fato de se colocar a disposição da instituição é um gesto louvável, quanto mais vascaínos a disposição do clube melhor.
19- Qual é a sua opinião sobre o candidato Alexandre Campello?
JB: Pessoalmente, estive com ele uma vez. Ao se colocar a disposição da instituição, merece meu respeito.
OC: Campello foi funcionário do Vasco em dois momentos. Não o conheço muito bem, mas parece ser um excelente médico. Acho que tem muito a contribuir para o Vasco, mas um cargo da importância de presidente da Diretoria Administrativa tem que ser ocupado por pessoas que conheçam o clube, desde o estatuto, passando pelas sedes até as pessoas. O Campello nunca foi conselheiro do Clube e talvez nem conheça o procedimento dentro do Conselho. Qualquer pessoa que venha para participar da política do Vasco não pode começar pelo cargo mais importante, tem que vir construindo dentro do clube seu nome e conhecimento até chegar lá. Isso acontece em todos os lugares, por que no Vasco seria diferente?
Amanhã, as perguntas individuais a cada candidato e seus recados finais aos vascaínos.
Não percam!
Entrevista com os candidatos à presidência do Vasco da Gama – parte 4
Além das perguntas comuns a todos eles publicadas até aqui, fizemos também algumas perguntas individuais.
Perguntas ao candidato Alexandre Campello:
1- Circula por São Januário a informação de que o Senhor torceria para o Flamengo. Procede? O que o Senhor tem a dizer sobre isso?
Isso é uma grande bobagem. Na verdade, essa informação não circula por São Januário, e sim entre os que se sentem ameaçados por mim. Se fosse verdade, acha que já não teria aparecido alguma foto minha com a camisa do rival?? Nem uma montagem foram capazes de fazer (risos). Sou descendente de português, vascaínos desde sempre, e muito orgulhoso por ter transmitido essa paixão para os meus filhos também.
2- Na sua opinião há alguma chance de as oposições se unirem formando uma chapa única? Por que não compareceu ao encontro marcado pelas demais candidaturas para tratar desse assunto? O Senhor abriria mão de sua candidatura para outra que julgasse com mais chance de vencer a situação?
Duas coisas são importante ser frisadas. Estamos atentos vendo os diversos apelos de união na fan page da Frente Vasco Livre, encaramos esses apelos com seriedade e responsabilidade. Vamos conversar com todos os grupos na bilateralidade para alcançar esse objetivo. É um compromisso da Frente Vasco Livre.
Outra coisa que é importante frisar que somos o grupo que primeiro trabalhou pela união da oposição. Basta ver que a Frente Vasco Livre reúne sete destas correntes: Identidade Vascaína, Cruzada Vascaína, Pro Vasco, Vira Vasco, Desenvolve Vasco, Time da Virada e Imortais. Pretendemos continuar conversando com todos os outros grupos no sentido de unificar. Dizem que somos contra pesquisa para definir um candidato, o que não é verdade. A questão é que pesquisa não é algo simples de ser feito. A pesquisa tem sempre o problema da margem de erro que se baseia em hipóteses nem sempre verificáveis pelo público. O cadastro do Vasco também não contribui para a seleção de amostra, uma vez que muitos sócios remidos não foram recadastrados em 2014.
Na última reunião colocamos a possibilidade de fazer uma Convenção como se fosse um primeiro turno da Oposição Vascaína, como alternativa a pesquisa. A Convenção atinge o foco que é da oposição e a pesquisa já parte de um propósito declarado que ela pode ser usada por eleitores da situação para distorcer o resultado.
Entendemos que a convenção apresenta algumas vantagens em relação a pesquisa. A convenção captura o grau de engajamento do eleitor que é uma variável fundamental nas eleições. A convenção é um grande evento publicitário para a oposição. A convenção oferece uma plataforma para que o eleitor conheça com mais exatidão as propostas e as diferenças entre os candidatos. E a convenção garante o Voto Secreto a pesquisa não.
Uma coisa importante deve ser ressaltada, tanto a pesquisa quanto a convenção precisam da lista nominal de sócios eleitores atualizada para o próximo triênio. O momento agora é para os candidatos apresentarem as suas propostas para a comunidade vascaína e tentarem definir essas regras para a unificação.
3- Alguns sócios reclamam sobre o fato de figurarem na sua candidatura pessoas que já compuseram a diretoria na administração de Roberto Dinamite. O que o Senhor tem a dizer sobre isso?
O fato de uma ou outra pessoa ter participado de uma gestão que em algum momento não foi eficaz não significa que as pessoas não tenham qualidade. O grupo que vai entrar e ocupar esse espaço é um grupo completamente diferente, a começar pela presidência. Nesse momento o que Vasco mais precisa é de união. O Vasco operou muitos anos à meia força devido a brigas políticas. Para ter um Vasco unido é preciso superar as diferenças de quem um dia foi Dinamite e de um dia quem foi Eurico também. Isso é colocar o Vasco em primeiro lugar. Queremos essa união em torno de um projeto moderno de gestão que estamos construindo e convidamos todos a participar e conhecer. Temos caras novas, profissionais gabaritados em suas respectivas áreas de atuação no mercado. Todos com muita vontade de ajudar o Vasco a chegar, enfim, ao século XXI.
4- Qual recado gostaria de dar aos sócios votantes nesse momento?
Os sócios são inteligentes e já perceberam que o tal respeito foi uma grande bravata do atual presidente. O Vasco hoje, infelizmente, tem uma administração ultrapassada em todos os aspectos. Não estou aqui prometendo milagres. O que o Vasco precisa é de proposta e trabalho, que é o que estamos fazendo. Nos reunimos três, quatro vezes por semana, criando grupos, buscando quem possa trabalhar nesse ou naquele núcleo, quer seja no marketing, quer seja na gestão, na área jurídica, no esporte olímpico e amador. O Vasco precisa todos os vascaínos e de muito trabalho, e não de uma pessoa ou de dois ou três que acham que vão resolver. O Vasco tem solução e tem pressa. É hora de mudar!
Perguntas ao candidato Otto de Carvalho:
1- Causou espanto o seu rompimento com o grupo do atual presidente do clube, movimento aliás que vimos com outros dirigentes (por exemplo: "Zé dos Táxis", Paulo Reis, etc.). Quando e por que o Senhor rompeu com a situação?
O caos da administração do Dinamite trouxe o Eurico de volta para o Vasco. Ocorre que nessa volta o Eurico se comprometeu comigo e outros que faria uma gestão diferente. Ouviria mais seus vice presidentes, teria mais transparência na gestão, entre outras promessas. No entanto a história mudou logo que ele entrou.
Hoje represento um poder independente do Clube e tenho condições de fazer alguma coisa. Como vascaíno tenho a obrigação de defender o Clube. A minha lealdade não é a nenhuma pessoa específica, ela é devida ao clube. Algumas pessoas dentro do Vasco confundem lealdade com submissão. Muita gente dentro do Vasco está altamente insatisfeito com a gestão do atual presidente, mas por medo ou falta de coragem não conseguem sair de onde estão. Nas costas do Eurico falam mal o tempo todo, mas na frente não conseguem manter a posição.
Hoje estou brigando por eleições limpas e mesmo que não ganhe as eleições, estarei com minha consciência tranquila de que dei o meu melhor para o Clube. Nesses 50 anos de sócio do Vasco me orgulha muito estar ajudando o Vasco nesse processo eleitoral histórico.
2- Algumas pessoas alegam que o Senhor na verdade é uma "jogada" do atual presidente para dividir os votos da oposição, e que na verdade seria parte da situação. O que o Senhor tem a dizer sobre isso?
Realmente não tenho muito a falar. Tomei uma posição de muita coragem, pois recebo críticas do pessoal da situação e da oposição. Quero deixar bem claro que sou Vasco e acho um absurdo esse apartheid dentro do clube.
Quem diz uma coisa dessa não pode conhecer o Clube. Minha única intenção é dormir com minha consciência tranquila que fiz o que achei melhor para o clube. Estou brigando muito por eleições limpas e mais ainda pela união da oposição. Se eleito, minha prioridade será unir o Vasco.
3- Outras pessoas o acusam de, na sua atuação como Presidente Conselho Fiscal, ser totalmente alinhado à situação. O que o Senhor tem a dizer sobre isso?
Como falei anteriormente, o Eurico prometeu algumas coisas que não foram cumpridas. No primeiro ano votamos a conta da gestão do Roberto de 2014 com a promessa de que as coisas melhorariam para o próximo exercício e que o Vasco precisaria estar com as contas aprovadas para entrar no PROFUT e estar apto a receber o dinheiro da CBC. Em 2015 as promessas continuaram e foi dado mais um voto de confiança, pois havia a desculpa de que o clube foi encontrado de maneira deplorável (e foi mesmo).
Agora a situação é diferente porque todas as promessas se esgotaram e não existem mais desculpas para este balanço apresentado de 2016. O meu parecer das contas esclarecerá qualquer dúvida neste sentido.
4- Qual recado gostaria de dar aos sócios votantes nesse momento?
O Vasco precisa de união. Não é só união da oposição para vencer a eleição. Precisamos unir o Vasco. A união só acontece por vontade política dos seus gestores. Não adianta fazer promessas que não serão cumpridas nem vender sonhos ou intenção. Prometo trabalho, transparência, decisões colegiadas, participação dos sócios e muita vontade de mudar o Vasco. O Vasco precisa do vascaíno. O momento é calamitoso e somente uma mudança com responsabilidade é capaz de salvar o Vasco. Convido a todos a vir nos conhecer e deixo aqui meu canal aberto a todos. O Vasco Tem Jeito. Ao Vasco Tudo!
Perguntas ao candidato Julio Brant:
1- Algumas pessoas alegam que nunca o viram no clube, que o Senhor só apareceu agora na vida política do clube. O que o Senhor tem a dizer sobre isso?
Até 2014 eu era um sócio anônimo, ia aos jogos e como milhares, não era percebido, era mais um torcedor na multidão. Por isso dizem que não me viam em São Januário. Somos mais de 20 milhões de torcedores, São Januário cabe 20 mil, será que todos reconhecem os frequentadores do estádio? Na social e na arquibancada? Nunca fiz parte de nenhuma administração do clube, por isso esse anonimato também.
2- Outras pessoas alegam que o Senhor, apesar de declarar que aceitaria abrir mão de sua candidatura em favor de outro com mais chances de vencer a eleição, na verdade não o faria por conta de dever favores ao Senhor Olavo Monteiro de Carvalho, porque o mesmo haveria lhe arranjado um emprego. O que o Senhor tem a dizer sobre isso?
(RISOS) Qual a relação de uma coisa com outra? Por que o Olavo teria interesse na minha candidatura? Isso é totalmente descabido. Não trabalhei em nenhuma das empresas do Olavo ou de sua família e nunca fui indicado por ele para cargo algum. Para deixar claro: caso nossa chapa não se mostre viável, retiramos a candidatura para que o melhor nome vença. O Vasco em primeiro lugar. E seguiremos a disposição do grupo que tiver mais chance, se precisarem de nós, de nossos projetos, contatos é só chamar. Não queremos atrapalhar ninguém. Essa foi a grande lição da última eleição: se manter dividindo a oposição, com nenhuma chance de vitória, atende aos interesses da situação. Abriremos mão, sem pedir NADA em troca, cargo algum, nenhuma contrapartida. Vasco acima de tudo. Se nos convidarem, ótimo, ajudaremos.
3- Qual é o seu relacionamento com o ex-jogador Edmundo? Haverá algum papel para ele na sua administração?
Temos um ótimo relacionamento. O Edmundo é uma pessoa sensacional, um vascaíno como nós, até mais emotivo que muitos imaginam. Ele quer o bem do Vasco. Hoje, ele tem um contrato com a Fox, mas quem não gostaria de ter uma pessoa com portas abertas e conhecimento de futebol que o Edmundo tem? Na final da Champions League ex-jogadores, torcedores, de vários lugares do mundo foram falar com Edmundo, ele é um cara que pode e quer ajudar o Vasco em vários aspectos. Se puder e quiser, será uma honra tê-lo no grupo de gestão de futebol.
4- Qual recado gostaria de dar aos sócios votantes nesse momento?
Que o sócio vá votar, pense no Vasco, num clube que deseja para os seus filhos, para sua família. Reflita sobre os últimos 16 anos do Vasco e se querem continuar assim. A renovação é necessária, o Vasco precisa voltar a ser protagonista de forma positiva e vamos recuperar isso. E aos não sócios, participem da politica do Vasco, se engajem, divulguem nossas ideias, participem dos eventos, mandem suas ideias e projetos, vamos reconstruir o Vasco juntos! Queremos um Vasco forte e respeitado.
Fonte: Panorama Vascaíno