Comemoração de Paulo Vitor vira febre entre os garotos da base
Quinta-feira, 07/09/2017 - 11:12
Fique de olho em Paulo Vitor. Aos 18 anos, o atacante é uma das boas revelações lançadas no time profissional este ano, e, apesar da pouca idade, já se tornou uma referência para os mais jovens. Recentemente, dois atletas, um do time sub-12 e outro do sub-13, imitaram a comemoração "Fica de Olho" inventada por PV.

Além de boas exibições no time principal, com direito a golaço contra o Vitória, Paulo Vitor foi artilheiro com 13 gols na conquista do título do Carioca sub-20. Cheio de personalidade, ele definiu seu estilo:

Levo a vida na ousadia e alegria.

Com um sorriso no rosto, ele topou conhecer os atacantes Matheus, do sub-13, e Gabriel, do sub-12, os meninos que imitaram sua comemoração.

- A comemoração surgiu logo no início do ano. Começou a rolar uma brincadeira no vestiário, aí me disseram: "No próximo jogo fica de olho, hein". Aí fiz um gol e comemorei desse jeito. Gostaram e eu acabei adotando. Vou levar para o resto da vida. No primeiro treino no profissional já fizeram a comemoração no recreativo - contou Paulo Vitor.

Matheus disse que se inspira em PV por achar que tem um estilo de jogo parecido, além do gosto por marcar gols.

- Eu já tinha visto ele fazer a comemoração, aí teve um jogo que eu marquei três gols, e no terceiro eu resolvi improvisar e fazer igual ao Paulo Vitor. Eu me inspiro nele. Está sempre fazendo gol e ajudando o time. Ele teve velocidade, protege bem a bola e finaliza muito bem. Cara a cara nunca perde. Acho que somos parecidos (risos), mas tenho que melhorar muito para chegar nos pés dele. Um dia eu chego lá.

Gabriel foi incentivado a imitar Paulo Vitor e gostou da ideia. Foi ainda mais especial pelo fato de a comemoração ter sido feita em uma vitória sobre o Flamengo, na Gávea.

- Quando eu vi a comemoração dele achei legal. Aí me falaram: "Faz, faz". Resolvi fazer. Aí fiz um gol contra o Flamengo lá na Gávea e comemorei assim. Ainda não conhecia ele, só de ver passar aqui no Vasco.

Orgulhoso, Paulo Vitor disse ter ficado muito feliz de se descobrir como referência para atletas um pouco mais jovens do que ele. E aproveitou para dar conselhos.

- Não imaginava. Fiz a comemoração sem esperar nada em troca, mas é muito gratificante ver ele se espelharem. Fico muito feliz. O conselho que dou é que é preciso treinar, se aperfeiçoar que um dia o sonho deles vai se realizar. Cheguei ao clube com 8, 9 anos de idade. O pessoal mais velho me abraçou, e agora tento fazer isso por eles.

Confira e entrevista completa com Paulo Vitor:

Ano de mudança radical na vida

Futebol, em frações de segundos, muda tudo. Pode mudar para coisas boas ou negativas. Só tenho a agradecer a Deus e ao Vasco, que abriu as portas para mim. Trabalhar para continuar nessa pegada e melhorar ainda mais.

Planos a curto prazo

Voltar o mais rápido possível (se recupera de uma lesão na coxa e está em fase de recondicionamento físico) e ajudar o Vasco a seguir os objetivos.

Mudança de posição

Eu comecei a jogar assim no sub-17 com o Marcus Alexandre. No início, eu não aceitei muito. Mas quando comecei a me adaptar, começaram a sair os gols. Nos juniores, voltei para o lado. Quando o Marcus foi para os juniores, me colocou de volta na posição que ele determinou. E começaram a sair os gols de novo. Me adaptei muito rápido. Ali não tem mistério. Sou um jogador que tem a facilidade de jogar em outras posições. Isso ajuda bastante. Só tenho a agradecer a ele por ter achado essa posição. Que eu possa continuar fazendo trabalho bonito.

Confesso que nos primeiros treinos eu senti um pouco. Mas depois eu me adaptei, porque é outra forma de jogar. É mais adaptação. Depois que vê os atalhos, vai embora e só trabalhar e continuar.

Baixinho e artilheiro como Romário

É um grande ídolo. Cara que conseguiu várias marcas e que tem personalidade muito forte. Me inspiro muito nele, vejo vídeos dele. Não vou ser igual ao Romário, né? Mas vou ser o Paulo Vitor um dia. Fico vendo os vídeos dele, as posições dentro da área, aparecendo como elemento surpresa. isso é muito importante. Espero bater um papo com ele um dia. Mas tenho personalidade própria. Romário é Romário. Paulo Vitor é Paulo Vitor.

Jogou contra Zé Ricardo na base? Deu muito trabalho para ele?

Já. Não posso falar (o saldo). Todas as vezes que joguei contra o Flamengo, não lembro de ter perdido. De cinco jogos, fiz em quatro.

Velocidade, a principal arma

Essa é a grande diferença nos meus jogos. É essencial. A gente sai sempre na frente do zagueiro. Continuando treinando firme, fazendo bom trabalho. Isso vai ser sempre. É a diferença de um atacante de velocidade jogar nan posição.

Infância em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio

Cresci lá, até hoje vou. Não saio de lá. Tenho amigos, família... Fico um tempinho sem ir lá, aí dá logo vontade de ver como está lá.

Do que sente mais falta?

Aquele futebol na rua, né? Futebol valendo refrigerante. Coloca chinelo, garrafinha. A gente aprende muita coisa. Nunca vou esquecer da minha infância. Também passei a maior parte no clube. Sinto falta. Na vida tem que abrir mão de outras coisas. Isso vai ficar na minha memória.

Personalidade/ golaço contra o Vitória

Eu, como garoto novo, caminhando no profissional, sobrou aquela bola, movimentei, a primeira coisa na cabeça foi jogar por cima. Tinha outras opções, driblar ele. Para ter aquilo ali tem que personalidade mesmo, porque se errar dá ruim. Graças a Deus pude fazer o gol. Fiquei muito feliz no momento.



Fonte: GloboEsporte.com