Após uma semana conhecendo o elenco, Zé Ricardo começará a montar o Vasco na segunda-feira para a partida contra o Grêmio, no próximo sábado. O treinador indicou que não fará muitas mudanças na escalação em relação à vitória contra o Fluminense. Seu maior desafio será mudar a identidade cruz-maltina no Campeonato Brasileiro, independentemente das peças que usar.
Explica-se: o Vasco de Milton Mendes tinha um estilo oposto ao que Zé Ricardo usou no Flamengo. o time cruz-maltino, nestas 21 rodadas, se notabilizou por ser uma equipe de força, marcação e transições rápidas. Não à toa, tinha dificuldade quando precisava propor o jogo. E ficar com a bola e jogar no ataque é justamente a intenção de Zé.
- Tem que encontrar equilíbrio. Acredito que o futebol tem que ser trabalhado de forma integral, buscando melhorar defensivamente e ofensivamente. Queremos fazer um grupo que se doe o tempo todo, diminua os espaços do adversário e tenha a bola para jogar. Essa é a ideia. Não é da noite para o dia - analisou o treinador.
Mas, como fazer isso com um elenco que treinou os últimos cinco meses para realizar praticamente o oposto? Para Zé, isso passa justamente pela avaliação das características dos jogadores para entender o que podem oferecer.
- Isso envolve vários aspectos, várias características. Algumas semelhanças podem ocorrer neste ponto (em relação ao que fez no Flamengo). É outro grupo, outro clube. A gente sempre observa a característica do elenco para potencializar ao máximo cada atleta e, a partir disso, fazer uma equipe coesa, participativa, inteligente. Estamos tentando incluir mais coisas no repertório dos atletas.
As opções de Zé
A princípio, Zé não deve mudar na escalação do Vasco. As saídas de Gilberto e Jean acontecerão por suspensão. No meio-campo, porém, está justamente uma possibilidade de mudança: o técnico tem montado o time com Wellington e Bruno Paulista, nenhum dos dois particularmente conhecido pela marcação, mas com mais mobilidade e visão de jogo do que Jean.
No Flamengo, Zé buscou por muito tempo um jogador capaz de atuar pelos lados, mas variar para dentro para ajudar na criatividade. O Vasco oferece diversas opções - Wagner, Nenê, Mateus Vital - neste sentido, assim como pontas de velocidade, bastante explorados pelo treinador: Paulo Vitor, Paulinho, Yago Pikachu, Guilherme...
Seja como for, não se deve esperar um Vasco completamente diferente de início. Levará tempo para o time se ajustar às demandas de Zé Ricardo - e ele às características do grupo. O interessante será perceber como o Cruz-Maltino poderá sair de um time de contra-ataque para uma equipe de posse de bola. Cabe ao treinador provar que é possível.
Fonte: GloboEsporte.com