Atritos com elenco e perdas de Douglas Luiz e de São Januário foram os principais problemas de Milton Mendes no Vasco
Quem assumir como técnico do Vasco terá de construir uma relação diferente daquela que Milton Mendes teve com o elenco. Na sua despedida, houve um esforço por parte da diretoria e do próprio treinador para ressaltar a manutenção de um bom relacionamento entre comissão técnica e jogadores. Porém, entre o discurso e a realidade há uma boa diferença. A notícia da demissão foi recebida sem surpresa pelos atletas. Houve até quem manifestasse internamente alívio com a saída do treinador.
Além das dificuldades no relacionamento diário, as mudanças constantes na escalação e na formação tática desagradavam alguns jogadores. Na derrota para o Bahia, por exemplo, o treinador mexeu na equipe mais uma vez, promoveu a estreia do esquema 3-5-2, mas abandonou a ideia ainda no intervalo, depois de sofrer dois gols.
Nesta segunda-feira, Eurico Miranda garantiu que não faria qualquer mudança se os resultados agradassem. O problema é que não era o caso. O Vasco está há cinco partidas sem vencer e, nas últimas oito rodadas do Brasileiro, triunfou apenas uma vez. O reflexo disso foi uma queda vertiginosa na tabela. Na 11ª rodada, o Vasco estava na sexta colocação, na zona de classificação para a Libertadores. Depois da derrota para o Bahia, caiu para 16º, apenas dois pontos e uma posição acima do rebaixamento.
No total, foram 28 partidas do Vasco sob o comando de Milton Mendes, com 11 vitórias, seis empates e 11 derrotas. Ele foi contratado para treinar o time no lugar de Cristóvão, no fim de março. No começo do Campeonato Brasileiro, com a alternância de vitórias e derrotas, ainda conseguiu manter a equipe na parte de cima da tabela. Entretanto, alguns fatos novos, fora de seu controle, pesaram para a queda de rendimento do time.
Um deles foi a saída de Douglas, negociado para o Manchester City, da Inglaterra. O volante era o melhor jogador do Vasco em 2017 e o principal responsável pela ligação entre a defesa e o ataque. Seu último jogo foi o empate em 2 a 2 com o Coritiba, em jogo válido pela 11ª rodada, justamente quando o time alcançou a melhor posição na tabela.
Outro elemento que dificultou a vida de Milton Mendes na Colina foi a perda do mando de campo, decorrente dos problemas ocorridos em São Januário no clássico contra o Flamengo, no começo de julho. Atuar no estádio vinha sendo uma arma da equipe na competição.
- Não tenho dúvidas de que a punição contribuiu para não termos os resultados que esperávamos. Ela nos causou prejuízos grandes. O financeiro, conseguimos superar, mas o esportivo, não. Nosso foco continua sendo a Libertadores - garantiu Eurico Miranda.
Fonte: Extra Online