Confira transformações que levaram a Colina Histórica a virar a Barreira do Vasco
Década de 1930. O Vasco era um clube jovem, no auge de seus 30 anos, e havia acabado de erguer São Januário, então o maior estádio da América do Sul. O apelido de Gigante da Colina existia porque a sede cruz-maltina ficava num terreno elevado em relação à Baía de Guanabara. Naqueles anos, porém, a colina sumiu definitivamente da passagem: deu lugar a casas populares que formariam a Barreira do Vasco.
Nesta segunda-feira, o Vasco completa 119 anos. A região de São Januário virou bairro com nome do clube. A Barreira segue do lado e mantém uma relação próxima. O Cruz-Maltino tem projetos sociais na comunidade, e cerca de 90 funcionários do clube são moradores do local.
O departamento infanto-juvenil do Vasco, por exemplo, tem convênio com a Unidade de Polícia Pacificadora da Barreira e com o clube Rotary de São Cristóvão para atender as crianças com vagas nas escolinhas de futebol, futsal, judô e caratê. Cerca de 140 meninos e meninas, ao todo, estão em São Januário.
A escola municipal João de Camargo, que funciona na Barreira, por exemplo, teve o terreno doado pelo Vasco na década de 1960.
A origem da Barreira do Vasco
Mas, na década de 1930, o que havia ali era apenas parte da Colina. O GloboEsporte.com conseguiu com o Centro de Memórias do Vasco fotos que revelam os primórdios de São Januário, ainda com a antiga colina ao fundo. Outras imagens aéreas mostram o terreno que viria a ser a Barreira ainda desabitado.
O terreno foi doado pelo então presidente Getúlio Vargas à Igreja Católica, para que fossem construídas casas populares. O restante da colina que imortalizou o apelido do Vasco teve de ser aterrado e nivelado para isso.
Antes, o terreno onde hoje fica a Barreira dava num pequeno morro, visto na primeira foto desta matéria. Do alto, se vislumbrava a Baía de Guanabara, e o mar chegava até a Rua Prefeito Olimpio de Melo, antiga rua Alegria. Na época, o mar era muito mais próximo de São Januário do que atualmente.
Posteriormente, a comunidade recebeu levas de moradores nas décadas subsequentes, até se transformar hoje, numa espécie de apêndice do Vasco. Em dias de jogo em São Januário, os bares, quase todos ornados com escudos do clube, recebem os torcedores nas horas que antecedem as partidas. Uma relação que, se ainda não é centenária, faz parte da história do clube.
Nesta segunda-feira, o Vasco comemorará seus 119 anos com uma sessão solene na sede náutica da Lagoa, às 20h (de Brasília). Os festejos seguem ao longo da semana, com a exposição de camisas históricas do clube, na sexta.
Fonte: GloboEsporte.com