Novo sistema do Vasco tem influências do Chelsea e da Seleção da Holanda; confira
Sábado, 19/08/2017 - 11:39
Pela primeira vez neste Campeonato Brasileiro, o Vasco vai começar uma partida com três zagueiros. Isso não significa que o torcedor verá a todo momento a equipe no 3-5-2 diante do Bahia, na Fonte Nova, no domingo.

A aposta de Milton Mendes é numa versão atualizada do esquema tático, que ressurgiu com força na Europa na última temporada e virou inspiração para o técnico cruz-maltino.



O "mutante" Chelsea

Em voga no Brasil no início do século, o 3-5-2 e suas variações caíram em desuso a partir da valorização do 4-2-3-1, o novo esquema da moda. Entretanto, na última temporada europeia, o Chelsea foi campeão inglês após seu novo técnico, Antonio Conte, abolir a convenção e apostar nos três zagueiros.

A nova versão, porém, é diferente. Exige-se mais funções por parte dos atletas. Os alas, por exemplo, não têm a tão propagada liberdade para atacar que era justificativa para usar o esquema, por exemplo, na seleção brasileira campeã do mundo em 2002. Pelo contrário: além de defenderem numa linha de cinco zagueiros, eles também precisam virar pontas.

- O 3-5-2 é um modelo que eu sempre gostei. Gosto muito do futebol holandês. O Van Gaal e o Mourinho, para mim, são os melhores taticamente da atualidade. O Conte, italiano... A escola italiana é muito rígida na tática. Acho interessante essa mescla do futebol tático italiano com as variações da escola holandesa e as transições rápidas do futebol inglês.



Variação holandesa

Foi esta mobilidade que inspirou Milton. O responsável por mudar o esquema será Breno, que atuará como zagueiro na defesa e como volante no ataque. Uma troca constante que ganhou força com a Holanda comandada por Louis van Gaal na Copa do Mundo de 2014. Na época, Blind fazia as vezes de lateral e zagueiro, por exemplo. Kuyt, por sua vez, foi ala, meia e atacante ao longo do torneio.

- O importante é o treinador conhecer a característica do jogador, encaixar o modelo. Talvez mudar o esquema sem mudar o jogador. Na Copa do Mundo, o Kuyt (da Holanda) começou de ala, passo a meia e acabou de centroavante.



Olho na Premier

Outra referência de Milton é o futebol inglês. As transições rápidas tão cobradas pelo técnico desde que chegou ao Vasco foram detectadas por ele na Premier League. É dali que ele busca um jogo mais veloz que facilite o time cruz-maltino na hora de atacar.

- Gosto que minha equipe tenha posse de bola, movimentação e transições muito rápidas. A construção devagar tem o adversário postado, é mais difícil. Quando a equipe transita mais rapidamente, a probabilidade é maior de pegar o adversário.

E o Vasco?

E como esperar que essas influências resultem no Vasco? Além de Breno, três jogadores devem ser impactados com a mudança. Os laterais Gilberto e Ramon terão maior responsabilidade ofensiva e terão a incumbência de dar opção pelas alas. Paulinho, por sua vez, terá mais liberdade por dentro, em vez de jogar aberto.

- A função do Paulinho é de meia de armação e construção. Um meia-atacante que finaliza, chega com rapidez pelo lado. Como o Mateus e o Wagner. São jogadores que podem ocupar esse espaço, porque, usando os alas, já não precisamos de extremos, mas de homens por dentro.

Milton começou a treinar o Vasco com três zagueiros nas semanas que antecederam o Campeonato Brasileiro. Depois, chegou a descartar utilizar o sistema. Agora, com Breno e Anderson Martins no elenco, mudou de ideia. A partida contra o Bahia será o ponto de partida para saber se a nova formação pode mudar a história do time na competição.

Fonte: GloboEsporte.com