Para quem gosta do bom futebol, independentemente de torcida, nada melhor que ver duas equipes buscando a vitória e criando várias jogadas de gol. Pena que nem sempre isso acontece pelo estado ruim de alguns gramados, além do excesso de faltas, ceras, catimbas e atitudes antidesportivas ocorridas em campo, algumas vezes por instrução dos próprios treinadores, diminuindo significativamente a qualidade e, sobretudo, a duração do espetáculo.
No Brasileirão, o tempo de jogo das 190 partidas realizadas até a metade do campeonato foi de 304h51m57s. No entanto, o período de bola rolando foi de 171h42m37, o que representa 56,3 % do total. Na média, cada confronto do primeiro turno teve 96m16 de duração, sendo que apenas 54m13 de disputa efetiva, incluindo já os acréscimos. Tal duração está quase seis minutos (5m47) abaixo dos 60 recomendados pela Fifa.
Dentro deste contexto, só 23 duelos (12,1%) se enquadrariam no perfil indicado como ideal pela entidade máxima do futebol mundial. Destaque para Botafogo 1 x 2, Palmeiras, no Engenhão, pela 18ª rodada, que teve 68m36 de bola rolando, o que equivale a 71,8% do tempo total de jogo (1h35m31). Na segunda posição aparece Atlético-PR 1 x 1 Flamengo, na terceira rodada, com 67m14, seguido por Ponte Preta 0 x 3 Bahia, pela 13ª rodada, que registrou 67m10.
Outras 62 jogos (32,7%) tiveram tempo de bola em jogo entre 55m03 e 59m51, enquanto 60 confrontos (31,6%) registratam período de disputa de bola entre 50m03 e 54m48. Tivemos ainda 44 duelos (23,1%) em que bola rolou entre 40m54 e 49m57. Apenas uma partida (0,5%) do primeiro turno teve menos de 40 minutos de bola rolando: Sport 4 x 0 Atlético-GO (38m29), pela 15ª rodada, disputado com o campo da Ilha do Retiro bastante encharcado em virtude das fortes chuvas que atingiram Pernambuco na época.
Se analisarmos o tempo de bola rolando como um todo nos 19 jogos de cada um dos 20 clubes da Série A, as partidas do Cruzeiro foram as que fluíram mais. Das 30h17 que duraram os confrontos da Raposa, em 18h22 não houve qualquer tipo de interrupção, o que corresponde a 61% do total. Na sequência aparecem Atlético-PR (30h32 / 18h04), Grêmio (30h27 / 18h01), Ponte (30h18 / 17h50) e Corinthians (30h29 / 17h54) , todos com 59%. Por outro lado, nos duelos de Coritiba (30h31 / 16h14), Fluminense (30h48 / 16h21) e Chapecoense (30h31 / 16h03) ao longo do primero turno, o período efetivo sem paralisações ficou restrito a 53%.
Ao compararmos o tempo de jogo com a duração de bola rolando, de acordo com o mandante dos duelos nas 19 rodadas, as partidas do Cruzeiro (14h27 / 8h43), juntamente com as do Atlético-PR (14h24 / 8h40) e Ponte Preta (14h30 / 8h40) são as que apresentam melhor desempenho. Juntando as nove atuações que cada uma destas equipes fez em casa, o período real de disputa nestes confrontos representou 60% do total. Logo atrás vêm Grêmio (14h15 / 8h27), Corinthians (16h03 / 9h30) e Bahia (14h27 / 8h27), ambos com 59%. Assim como no levantamento geral, a Chapecoense (16h05 / 8h22) é o time cujas partidas fluem menos quando tem o mando de campo a favor. A explicação pode estar no fato de o Verdão do Oeste ser o clube mais faltoso do campeonato, com 357 infrações - média de 18,8 por jogo -, sete a mais que o Palmeiras, vice-líder neste quesito, com 350.
Fonte: GloboEsporte.com