Sem apoio da torcida, Vasco deixa pontos escaparem contra o Santos
Segunda-feira, 17/07/2017 - 10:01
O Vasco recebeu o Santos neste domingo sem seu treinador - Milton Mendes está suspenso; sem seu principal atacante - Luis Fabiano se recupera de lesão; e sem sua grande revelação - Douglas foi vendido ao Manchester City. Mas o que o time mais sentiu falta no empate em 0 a 0 no Estádio Nilton Santos foi de sua torcida.

Por causa das confusões no clássico contra o Flamengo no fim de semana anterior, o STJD havia determinado a interdição de São Januário e a diretoria de competições da CBF determinou a realização da partida no estádio do Botafogo, com portões fechados alegando questões de segurança.

O apoio da torcida em São Januário vinha sendo o grande trunfo Cruz-Maltino para se manter na parte de cima da tabela do Brasileirão - atualmente é oitavo, com 20 pontos. O Vasco tem o terceiro melhor percentual de ocupação de estádio (69%, atrás de Corinthians e Palmeiras). Em média, o público presente era de cerca de 15 mil.

Até a rodada anterior, como mandante, o Vasco havia obtido cinco vitórias e sofrido apenas duas derrotas (71,4% de aproveitamento). Como visitante, foram quatro derrotas, um empate e um triunfo (22,2% de aproveitamento).

Por outro lado, foi a recorrência de incidentes em seu estádio (houve brigas entre torcedores e confrontos com a PM nas partidas com Corinthians, Avaí e Flamengo) culminou com as medidas cautelares que tiraram do Vasco seu principal trunfo. O julgamento do episódio contra o Fla é nesta segunda-feira.

Na rodada anterior, após uma semana turbulenta e sabendo que não poderia mais se garantir apenas como mandante, o Vasco se superou e venceu a primeira fora de casa com direito a goleada sobre o Vitória no Barradão, 4 a 1.

Silêncio nas arquibancadas, pouca inspiração no campo

Mas neste domingo, em sua primeira experiência como mandante de portões fechados na casa alugada ao Botafogo, não conseguiu se impor. Em São Januário, o clima de caldeirão feito pela torcida costuma empurrar os jogadores, o chamado gás a mais. E o elenco atual do Vasco é um dos que mais sabia usar esse fator a seu favor.

No Nilton Santos, porém, o silêncio nas arquibancadas se refletiu na falta de inspiração em campo. Tanto por parte do Vasco, quanto por parte do Santos, diga-se de passagem. Em um duelo tecnicamente abaixo da média, a falta de reações das arquibancadas tornou a partida ainda mais sonolenta. O silêncio dava ares de jogo-treino.

Muitos chutes, pouca posse de bola

Os jogadores vascaínos até se esforçaram - tentaram 17 finalizações, mas poucas foram em direção ao gol. Thalles foi quem mais tentou. Quase marcou em duas cabeçadas e ainda arriscou um forte chute de fora da área que deu trabalho para o goleiro João Paulo.

Nenê era um dos mais "pilhados". Correu, buscou jogo e até na bronca ficou com Pikachu em uma cobrança de falta. O camisa 10, porém, também não conseguiu ser o fator diferencial de outras ocasiões. De positivo ficaram as atuações dos laterais Ramon e Madson. Novamente titulares, os dois mostraram boa consistência defensiva e ainda se apresentaram ao ataque em algumas ocasiões.

Já no quesito posse de bola, o Vasco deixou a desejar. Teve apenas 39%, contra 61% do rival, número baixo para quem é mandante e tem a "responsabilidade" de propor o jogo. Com a expulsão de Daniel Guedes aos 38 do 2º tempo, o Cruz-Maltino assumiu o controle da partida, ensaiou uma pressão, mas não conseguiu tirar o zero do placar.

Dependendo do resultado do julgamento desta segunda-feira, o Vasco poderá ter que jogar nesta mesma situação - de portões fechados e longe de São Januário - por muito tempo ainda, com risco de ser assim até o fim do Brasileirão. E caso isso aconteça, terá que superar a atuação deste sábado e se reinventar como mandante para não ter dor de cabeça na competição.

O Vasco encara o São Paulo na quarta-feira no Morumbi e depois pega o Atlético-MG, domingo, no Mineirão. Seu próximo desafio no Rio de Janeiro é apenas no fim do mês, contra o Atlético-PR. Até lá, o Cruz-Maltino saberá melhor como e onde fará o dever de casa.



Fonte: GloboEsporte.com