Otto Carvalho fala sobre candidatura e pede eleições transparentes
Sábado, 01/07/2017 - 07:28
Otto de Carvalho Júnior tenta correr por fora no disputado ano eleitoral do Vasco. Seu nome era pouco conhecido do torcedor até vir à tona a notícia de que o presidente do Conselho Fiscal da gestão Eurico Miranda voltou-se contra o dirigente e resolveu concorrer à presidência. Candidato da chapa Ao Vasco Tudo, tenta manobra administrativa que garanta eleição limpa.

Por que ser presidente?

Vou fazer 50 anos de sócio em 2018 e, por ser presidente do Conselho Fiscal, sei perfeitamente a situação em que o Vasco se encontra. O clube tem dificuldades financeiras de curto, médio e longo prazo. O Vasco precisa do resgate de sua imagem. Eurico é um personagem e realmente acha que somente ele é capaz de presidir o Vasco. Em 40 anos tivemos quatro presidentes. Não houve renovação política e todos os vascaínos têm parcela de culpa nisso.

Quando decidiu romper com Eurico Miranda?

Já no primeiro ano, ele nos deu um balanço muito criticado. Naquele momento, o Conselho Fiscal precisava entender a dificuldade em que ele recebeu o clube, mas sempre pedimos mais transparência. Antes de me lançar candidato, participava das reuniões da diretoria e pude ver o tratamento dele na parte executiva. Veio o último balanço, só vi o parecer da auditoria externa, e muita coisa ficou para ser feita.

Chegou a falar com ele?

Conversamos por duas horas. Ele ficou muito surpreso, disse que conhecia o irresponsável do mal e que eu era o irresponsável do bem. Ele me perguntou se eu poderia ganhar dele e eu disse que era difícil, mas que era uma eleição, tudo pode acontecer. Ele disse que nunca tinha visto um aliado fazer isso e que, no dia seguinte ao anúncio da minha candidatura, ele reafirmaria à imprensa que era candidato. Isso nunca aconteceu. Ele gosta de dizer que nunca perdeu uma eleição, mas já perdeu sim. Se ele perceber que vai perder esse ano, não vai nem concorrer.

É possível ter um candidato único de oposição?

Sim, a boa vontade tem de existir por parte de todos os candidatos. Em termos de eleição, eu sou a novidade. O Júlio Brant, que foi segundo lugar na eleição passada, era o líder da oposição, fez 30 conselheiros, e esses 30 não conseguiram ficar juntos. Ja no caso do Alexandre Campello, alguns que estão com ele já tiveram participação efetiva na direção do Vasco.

E quanto à eleição em si, o que mais te preocupa?

A questão do local não é o mais importante para mim. Quero eleições transparentes, estou brigando por isso, e sou partidário de que os assuntos do Vasco sejam resolvidos no clube. Quero a definição da lista de votos dentro do Vasco, para que tenhamos uma eleição bonita, correta.

E a de 2014, foi correta? (A chapa de Eurico, da qual Otto fazia parte, foi acusada de bancar novos sócios para votar no atual presidente)

Muito se fala do mensalão. Não sei se houve pagamento, o que eu sei é que entrou dinheiro no clube. Se é justo ou não, efetivamente se fez sócios. O problema é que com certeza esses sócios, a maioria não continua pagando. As pessoas importantes do Vasco precisam ter decência para fazer uma eleição direita. Uma instituição centenária não tem condição de ter uma eleição? É uma vergonha.

O presidente do Conselho Fiscal pode fazer algo a respeito disso?

Eu, pelo Conselho Fiscal, vou ter atuação dentro do conselho fiscalizador da eleição. Aguardo um documento para me entregarem. Eu protocolei no dia 14 o pedido de um documento que mexe com a eleição. Provavelmente ele não vai ser entregue. Se não entregarem, posso procurar outros caminhos.

Que documento é esse?

Solicitei o histórico analítico por categoria de sócio, mês a mês, de um ano antes de quando for fechar a lista de votantes para cá. Vou comparar a quantidade de sócios votantes da lista com o valor que o clube arrecadou. Esses números precisam bater. Se houver discrepância, alguma coisa aconteceu. Ainda não recebi e isso poderia ser disponibilizado em uma semana. Temos de dar esse exemplo, de que o Vasco pode resolver suas questões.



Fonte: Extra Online