Milton Mendes terá que resolver dilemas do esquema tático, entrada de Nenê e posição de Douglas Luiz
Passaram-se seis rodadas do Campeonato Brasileiro, e os 50% de aproveitamento do Vasco na competição mostram como o time ainda oscila para encontrar o ajuste fino capaz de fazer o rendimento deslanchar. Na vitória por 2 a 1 sobre o Sport, foi possível tirar algumas lições que podem ser valiosas para a equipe no restante da temporada: desde a importância técnica de Nenê até escolhas que não se mostraram produtivas em campo. Confira:
1) Cobertor curto
Preocupado com a exposição da defesa, Milton Mendes reforçou a marcação no meio-campo. Colocou dois volantes especialistas em destruir, Jean e Wellington, e liberou Douglas.
De fato, o Vasco sofreu pouquíssimos riscos. Mas, sem muita inspiração, sofreu para criar jogadas nos primeiros 45 minutos. Douglas teve dificuldade para se achar em campo, e Mateus Vital pouco apareceu.
Esta é uma questão a ser resolvida por Milton: como manter a defesa segura, mas não perder ofensividade?
2) Um dilema chamado Nenê
A resposta passa diretamente por Nenê. O veterano é a principal referência técnica do time, e voltou a mostrar isso ao entrar no intervalo e melhorar a produção ofensiva – Wellington foi o substituído. Importante nas bolas paradas, ele também criou jogadas e participou do segundo gol.
Por outro lado, Nenê ainda apresenta dificuldades para recompor. Não por falta de tentativa. Ele se esforçou bastante para fechar o lado esquerdo da defesa. Em diversos momentos, porém, demorou para se posicionar. Falta cacoete e, no momento, capacidade física, como reconheceu Milton.
- Ele tem consciência tática. Ajudou muito hoje. O que estava faltando para o Nenê é que ele vinha numa continuidade grande de jogos, não tinha descanso, treinava pouco. Perde força, massa magra, uma série de coisas. Nos preocupamos com ele e queremos o melhor dele.
3) Douglas e sua posição de origem
O Vasco cresceu de produção com a entrada de Nenê, mas também por outro fator. Teve um de seus principais jogadores de volta à posição original. No primeiro tempo, Douglas atuou aberto pela direita, embora Milton garanta que ele não tenha jogado como ponta.
- Ele não jogou na ponta. Jogou no meio, caindo pela direita. Ele tem muita qualidade de passe, controle, posse de bola, mudança de jogo. O que eu pretendia era que ele encorpasse o meio-campo, que tivéssemos jogadores com qualidade e também pegada.
Sem render tanto na função, Douglas atuou mais centralizado na reta final do primeiro tempo. Mas no segundo voltou a atuar como segundo volante e melhorou. Tomou as rédeas da saída de bola, distribuiu bons passes e fez um gol.
4) A formação
Na coletiva, Milton reafirmou que o modelo principal de jogo do Vasco é o 4-2-3-1 com variantes. Segundo ele, o 3-6-1 utilizado no fim do jogo só será escolhido durante as partidas, em virtude da necessidade do time.
A manutenção do 4-2-3-1 incide nas questões acima. Onde Nenê pode entrar? Mateus Vital vem jogando bem centralizado, na posição do agora camisa 20. Pelas pontas a exigência física e tática é maior. O ataque é comandado por Luis Fabiano. Seria a reserva a melhor alternativa para que o meio-campista renda ao máximo para a equipe?
Por outro lado, é nesta formação que Douglas se sente mais confortável para atuar, onde colecionou boas prestações. E como reforçar a marcação neste modelo? Respostas para Milton buscar nos próximos jogos.
Fonte: GloboEsporte.com