O técnico Milton Mendes não terá vida fácil com a decisão de manter Nenê no banco de reservas. O meia não esconde de ninguém sua insatisfação e tem ao seu lado boa parte do apoio popular. Isto ficou comprovado no clássico do último fim de semana contra o Fluminense, em São Januário, quando foi reverenciado antes, durante e depois de a bola rolar. Com o gol da vitória marcado pelo jogador aos 47 min do segundo tempo, o treinador agora carrega o peso de tais componentes para o duelo deste domingo, contra o Grêmio, em Porto Alegre (RS).
O veto a Nenê foi duro, mas tem surtido efeito. Se na estreia no Campeonato Brasileiro, com o meia em campo, o Vasco foi goleado pelo Palmeiras por 4 a 0, nos outros dois em que ele esteve como suplente o Cruzmaltino triunfou. Venceu o Bahia por 2 a 1, quando sequer entrou em campo, e diante do Tricolor, quando foi utilizado a partir da metade do segundo tempo e fez o terceiro, no resultado positivo por 3 a 2.
Respaldado pela diretoria e vindo de uma decisão dura, quando deu sinal positivo para a rescisão de contrato do ex-capitão Rodrigo, Milton Mendes deixa claro que jogarão aqueles que justificarem:
"O Nenê é um jogador como os outros. Eu não individualizo, treinador não olha para o rosto, mas para o corpo e rendimento. Não é porque tem mais nome que vai jogar. Rendimento importa para mim, minhas decisões são em cima disso. O Nenê, como os outros que estão fora, está à espera de oportunidade. Entrou, deu a vitória e foi bem. Mas é um processo".
Apesar de entrado bem e ter feito o gol da vitória, a tendência é a de que Nenê permaneça no banco de reservas contra o Grêmio.
Permanência incerta
Embora tenha renovado seu contrato ano passado até dezembro de 2018, Nenê tem o cumprimento total deste vínculo como algo incerto. Internamente, muitos acreditam que uma boa proposta para ambas as partes selará o fim da trajetória do meia em São Januário. A barração recente, inclusive, tem deixado o jogador cabisbaixo.
Rodrigo, capitão do Vasco durante quase toda a passagem do atacante pelo clube, é um dos amigos mais próximos de Nenê no clube, com a relação se estendendo às esposas. Quando falou pela primeira vez sobre seu desligamento, o zagueiro deixou claro acreditar que o parceiro será o próximo a seguir o mesmo caminho.
Pela parte de Milton Mendes e da diretoria, porém, não há um desejo atual de que ele saia.
"É um cara extraordinário, é um líder. Tenho lido algumas coisas que ele vai embora, mas disse antes de sair a entrevista: 'Você não vai sair. Por mim, não sai'. Ele é um craque, que não vive melhor momento. Ele está relacionado para o jogo, é um líder que todos confiamos. No dia seguinte que ganhamos, com ele fora, disse que não abdicava dele. É um jogador que eu conto", disse Milton na véspera do clássico com o Fluminense.
Ainda durante a semana passada, o gerente de futebol Anderson Barros, um dos principais alvos de Rodrigo, deixou no ar que caso a saída aconteça, partirá do jogador. "O Nenê chama atenção. Tem relevância técnica, profissional. Ele não chama atenção só do São Paulo, mas de outros clubes. O Vasco conta com ele. Qualquer coisa contrária seria uma decisão que partiria dele", declarou o dirigente.
Fonte: UOL