Depois de assinar um pré-contrato com a Odebrecht e ter deslocado mais de trinta pessoas para começar a trabalhar em obras emergenciais no Maracanã, a empresa francesa Lagardère desitiu da compra da concessão do estádio. Alegou "falta de confiança no governo".
A empresa cita a falta de estabilidade no processo, uma vez que o governo voltou atrás da transferência de concessão da Maracanã S.A. para a Lagardère e decidiu por nova licitação.
Em audiência pública recentemente, o governo admitiu que analisava todas as possibilidades e isso acendeu o alerta na matriz da empresa, em Paris, que deu o aval para a saída do negócio.
"A instabilidade que a Casa Civil criou ao admitir voltar atrás no processo que ele escolheu como ideal. Isso depois de mais de um ano, centenas de documentos e garantias, quando o pré-contrato entre as empresas já estava assinado e tínhamos 30 pessoas no estádio há 20 dias. Esse fato repercutiu muito mal na França que determinou que saíssemos do processo de compra, por não haver mais confiança no governo", diz a nota.
Concorrente original da primeira licitação do estádio, da qual a Odebrecht saiu vitoriosa, a Lagardère era a única remanescente da disputa atual pela compra da concessão.
O consórcio GL Events/CSM, parceiro do Flamengo, clube cujo contrato com o Maracanã terminou em dezembro de 2016, havia deixado a concorrência. O rubro-negro não admitia trabalhar com a Lagardère. Por sua vez, a empresa francesa descartou do consórcio a BWA, empresa "inimiga" do Flamengo.
Apesar de ter desistido da compra da concessão, a Lagardère recebeu o aval de seu departamento jurídico e analisa se vai tentar ganhar nos tribunais a chance de administrar o estádio pelo fato de ter sido segunda colocada na licitação vencida pela Odebrecht.
A empresa já havia se comprometido a honrar o contrato do Fluminense com o Maracanã, a pagar R$ 200 milhões de investimento em melhorias ao longo do contrato e a assumir o pagamento de outorgas de R$ 6 milhões, vencidas e a vencer.
Fonte: O Globo Online