Vasco quer aproveitar vantagem de ter calendário menor que adversários
Sábado, 06/05/2017 - 08:33
Até o fim de 2017, o torcedor do Vasco terá a oportunidade de assistir ao time em campo mais 38 vezes, todas pelo Campeonato Brasileiro, totalizando 57 partidas no ano (sem computar os três jogos do torneio amistoso da Flórida). Em comparação com as temporadas desde 2000, será o menor número, principalmente por causa da eliminação ainda na terceira fase da Copa do Brasil, contra o Vitória.

Até agora, o Vasco disputou 19 jogos oficiais em 2017, menos do que todos os seus rivais do Rio, por exemplo. O Fluminense, que está, além do Carioca, na Copa do Brasil, Primeira Liga e Sul-Americana, é o recordista: 26 partidas. Flamengo e Botafogo, que estão na Libertadores e entram na Copa do Brasil nas oitavas de final, estão com 24 e 23, respectivamente. O Rubro-Negro ainda está na briga na Primeira Liga.

Normalmente os clubes brasileiros usam o número de partidas das equipes da Europa para tentar provar que o calendário é desgastante para os jogadores. Este ano, no entanto, o Vasco está na contramão desta lógica. O time fará, por exemplo, menos jogos do que o Real Madrid, que pode chegar a 59 na temporada 2016/2017 se confirmar sua classificação para a final da Liga dos Campeões. A Juventus, outro favorita a chegar na decisão, completaria 56, bem perto do total dos cruz-maltinos.

O sentimento em São Januário é de lamentação pelas eliminações na Copa do Brasil e Carioca, mas o calendário mais leve também é visto como uma oportunidade. Será possível fazer um planejamento melhor e dar aos atletas uma melhor recuperação física entre uma partida e outra.

- Sendo 30 ou 60 jogos, temos que entrar para ganhar sempre, respeitando todo mundo e nos valorizando também. A resposta da recuperação está ligada ao que acontece nos jogos. Muitas vezes a recuperação é feita no campo, no trabalho tático seguinte ao jogo. Podemos não jogar bem, mas trabalhar muito e correr muito é nossa obrigação - afirmou o técnico Milton Mendes.

O goleiro Martín Silva, no entanto, lembrou que este é só um dos aspectos a serem levados em consideração no Brasileiro. Ele destacou que estar em boa condição física não é garantia de bom resultados. É preciso transformar em desempenho.

- Vamos ter mais tempo de recuperação entre um jogo e outro, mas não sei se teremos um resultado positivo apenas por causa disso. Depende do que vamos fazer dentro de campo. Temos que saber aproveitar, principalmente na reta final, quando o cansaço bate mais forte - disse o uruguaio.

Profissionais da área de preparação física comemoram

Flávio Trevisan, preparador físico da equipe, acredita que será possível cumprir melhor as etapas entre uma partida e outra, sem atropelos nos treinamentos.

- No Brasil, o número de jogos normalmente é muito grande, e com viagens longas. O atleta acaba jogando, recuperando e tendo que jogar de novo. Falta o upgrade no treino. Diminuindo a carga de jogos, temos a condição de o atleta estar 100% recuperado e pronto para um novo estímulo - afirmou.

Gerente científico do Vasco, Alex Evangelista prevê que, em consequência da quantidade menor de partidas, menos jogadores vão frequentar o Caprres, local onde os atletas fazem o tratamento de lesões.

- É importante ter um número menor de jogos para recuperarmos antes de voltar a jogar. Acreditamos que teremos menos lesões. São menos viagens também, o que nos dá a chance de utilizar mais o Caprres e dar treinos com intensidade.

O Vasco inicia sua participação no Campeonato Brasileiro no dia 14 de maio, contra o Palmeiras, em São Paulo.



Fonte: GloboEsporte.com