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ENTREVISTA COM FABÍOLA MOLINA


Ficamos em dúvida sobre quem deveria ser o primeiro entrevistado da NETVASCO. Queríamos alguém que encarnasse como ninguém o espírito vascaíno, mas ao mesmo tempo procurávamos um atleta que representasse a nova filosofia do Vasco, de investir
pesado nos esportes amadores a ponto de se tornar a maior potência olímpica do mundo. Uma rápida consulta a alguns de nossos freqüentadores acabou com nossa dúvida com velocidade de recorde mundial: a escolhida foi FABÍOLA MOLINA, que com seu carisma arrebatador já conquistou toda a Nação Vascaína. Curta a entrevista!

Fabíola Molina: vascaína até as unhas. Alguém duvida?

NETVASCO: Quando você está competindo pelo Vasco, passa pela sua cabeça que você está defendendo um Clube de possui mais de 20 milhões de torcedores Brasil afora? Isso aumenta de alguma forma a sua responsabilidade?

FABÍOLA MOLINA: A gente percebe a grandeza do nosso Clube sempre que saímos nas ruas de uniforme e vários vascaínos vêm dar uma força para a gente. Isso é muito legal. Em todo lugar que vamos tem sempre alguém torcendo. Acho que isso é mais um estímulo do que uma responsabilidade.

NETVASCO: Muita gente critica o Projeto Olímpico do Vasco dizendo que o Clube só contrata atletas já consagrados, em vez de investir nas categorias de base. O que você tem a dizer sobre isso? Você vê o Clube investindo em novos valores na Natação? Os atletas famosos da Natação costumam se encontrar com os pequenos nadadores do Clube e incentivá-los?

FABÍOLA MOLINA: O Vasco faz um trabalho maravilhoso no esporte amador, que o Governo não faz e outros clubes deveriam fazer também. O esporte depende dos "astros", dos atletas de ponta, mas é claro que é importante o apoio nas categorias de baixo. O trabalho também é feito, mas se vê menos resultado (lógico), ou o resultado é mais a longo prazo e as pessoas não vêem isso. Eu sempre que posso estou em contato com os atletas mais novos do Vasco.

NETVASCO: Essa política dos grandes clubes investirem em esportes como Natação, Atletismo etc está extrapolando a rivalidade das torcidas também para o âmbito do Esporte Amador. Nós vimos, durante as Olimpíadas, vascaínos que torceram contra o Fernando Scherer, por ele ser do Flamengo, e flamenguistas torcendo contra o Gustavo Borges por ele ser do Vasco. Como você vê esse comportamento? Você já chegou a ser hostilizada por torcedores de outros clubes, depois que passou a nadar pelo Vasco? Da mesma forma, você recebe demonstrações explícitas de apoio dos vascaínos, nas ruas?

FABÍOLA MOLINA: Eu acho que o ser humano e o atleta tinham que vir antes de qualquer coisa. Nós somos todos brasileiros e atletas, e deveria haver um respeito pelo que fazemos, independente das cores que defendemos quando estamos no Brasil. Temos que torcer para que possamos melhorar e crescer sempre. Como eu disse na primeira pergunta, vários vascaínos nos dão força quando nos encontram nas ruas.

 
Fabíola no pódio, na Copa Rio
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Fabíola vence o Troféu Brasil 99

NETVASCO: Os desfiles, homenagens e demais eventos promovidos pelo Vasco tentam dar a impressão de que os atletas do Vasco formam uma grande família. Até que ponto você convive com os atletas do Vasco de outras modalidades no seu dia-a-dia? Você costuma ir a jogos do Vasco no Vôlei, Basquete ou Futebol, por exemplo?

FABÍOLA MOLINA: Como eu não morava no Brasil (me mudei para o Rio agora em novembro, depois das Olimpíadas), não tinha muitas oportunidades de ir a todos os jogos, mas sempre que estava aqui e tinha um jogo ia, em S. Cristovão, ou no Maracanã. também gosto de vôlei e tenho uns amigos vascaínos do vôlei. Tenho bastante contato também com as meninas do tênis (ja éramos amigas antes), e sigo sempre que posso os outros esportes também. Adoro a gente ser essa grande família, e acho que eventos como desfiles, confraternizações sao muito importantes para o atleta.

NETVASCO: Hoje em dia, é comum ver nos campos de futebol alguns atletas que, ao marcarem gols e ganharem títulos, exibem camisas e faixas com referências a Deus e a Jesus. Pelo que podemos ver, a sua relação com a espiritualidade é bem mais discreta. Como é esse seu lado espiritual? O que é exatamente o grupo "Athletes in Action", do qual você participa?

FABÍOLA MOLINA: Eu cresci numa família católica e até hoje optei por essa escolha. O lado espiritual é muito importante para mim, participo de grupo de jovens, da renovação carismática, e tento crescer cada vez mais na fé. O grupo "Athletes in Action" era um grupo de que eu fazia parte lá nos EUA, durante a faculdade, e um grupo cristão voltado para os atletas, onde aplicamos os conceitos cristãos na nossa vida de esportista. Eles foram muito importantes na minha caminhada.

NETVASCO: Durante as Olimpíadas, atletas brasileiros que durante quatro anos recebem pouca ou nenhuma atenção da mídia, da torcida e do Governo são transformados da noite para o dia em "salvadores da pátria", passando a receber pressões de todos os lados. Você tem alguma mágoa em relação a isso?

FABÍOLA MOLINA: É uma pena que só lembrem dos atletas às vésperas do Jogos Olímpicos e criem uma expectativa muito grande em cima da nossa performance. É revoltante eles não nos apoiarem, e na hora da grande competição, eles esperarem que compitamos de igual para igual com as grandes potências mundiais.

Fabíola com Inge de Bruijn, duas vascaínas campeãs

NETVASCO: Sobre o seu desempenho nas Olimpíadas: além do problema respiratório que você teve, alguma coisa prejudicou sua performance? Aquele impasse todo relacionado à sua ida ou não aos Jogos Olímpicos teve alguma influência (positiva ou negativa)?

FABÍOLA MOLINA: Um resultado vem de vários fatores, e além do problema respiratório que eu tive (uma gripe e nariz entupido), teve também um erro na estratégia da prova, onde meu treinador e eu não nos entendemos na passagem dos 50 metros. Além da programação ter interferido um pouco também. Eu poli (descansei) para junho, fiquei duas semanas esperando a convocação e depois tive que dar outro pico em setembro...

NETVASCO: Ainda sobre as Olimpíadas: Na Natação, mais do que em qualquer outro esporte, é só um atleta começar a ter bons resultados que já passa a ser acusado de ter se dopado. Estas "acusações" vêm muitas vezes de leigos e da imprensa não-especializada, que não têm a menor idéia de como é a rotina de treinamento dos atletas, que na maioria das vezes conseguem os resultados à custa de muito sofrimento. Como vocês, da Natação, lidam com essa verdadeira injustiça? Afinal, se um jogador de futebol faz 5 gols em um jogo, é chamado de craque. Se um jogador de basquete faz 50 pontos num jogo, é considerado um gênio. Se um atleta da Natação bate 5 recordes mundiais... todo mundo desconfia dele.

FABÍOLA MOLINA: Também existem os "craques" na Natação, mas, infelizmente, hoje em dia, realmente o doping está sendo muito usado (mas é escondido). Então todo mundo desconfia, pois é uma coisa muito fora do normal. Existem uns absurdos que até nós, nadadores, que sabemos na rotina dura de treinos e vivemos isso todo dia, desconfiamos.

NETVASCO: É inegável a sua empatia não só entre os vascaínos mas com o público em geral. Além do seu carisma natural, você acha que o fato de ter estudado Artes Cênicas te ajudou a ter mais desenvoltura, auto-confiança etc no trato com o público e com a mídia?

FABÍOLA MOLINA: Eu sempre fui uma pessoa feliz, tenho uma família maravilhosa, que me ensinou muitas coisas, então primeiro eu devo à minha família, que me educou dessa maneira. Mas é que eu adoro as pessoas mesmo, eu sinto uma energia muito grande nas pessoas, então eu também cultivo isso. E com certeza a faculdade e minha experiência nos EUA ajudaram muito.

 
Fabíola vence o Troféu Finkel
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Fabíola com o Vasco na cabeça

NETVASCO: Hoje em dia, qualquer pessoa famosa acaba mais cedo ou mais tarde participando de uma novela ou apresentando algum programa na TV (mesmo que às vezes não tenha lá muito talento...). E você, que é formada em Teatro? Tem planos de investir na carreira, no futuro? O que a atrai mais: teatro, cinema ou TV?

FABÍOLA MOLINA: Como eu me formei em Teatro, eu tenho mesmo um sonho de trabalhar na TV, no teatro e no cinema. Não sei a ordem ainda, as coisas acontecem de acordo também com a nossa disponibilidade, então quem sabe a televisão não venha primeiro.

NETVASCO: Você comentou algumas competições de Natação das Olimpíadas para o Sportv. Hoje em dia, com as TVs a cabo, é grande a quantidade de atletas e ex-atletas que viram comentaristas ou estrelas de programas relacionados ao esporte que praticam ou praticaram. Você pretende investir em alguma coisa desse tipo?

FABÍOLA MOLINA: Sim, tenho alguns contatos e vou atrás disso. Não é o que eu sempre quis fazer, mas acho que posso aprender bastante e ter chances para novas oportunidades.

NETVASCO: Já consagrada como a principal nadadora do Brasil na atualidade, como você vê o trabalho de renovação na natação feminina nacional? Quais nadadoras você apontaria como as principais promessas da natação brasileira?

FABÍOLA MOLINA: A natação feminina no Brasil precisa de muito apoio, de um programa, de um trabalho que desenvolva e motive as meninas. Se não tiver isso, vai ser sempre assim, uma aqui, outra ali, e por esforço próprio. Temos vários talentos como a Rebeca Gusmão, a Flávia Delaroli, a Nayara Ribeiro, a Ana Carolina Muniz e a Monique Ferreira, sem contar a Tatiana Lemos (que já é um pouco mais velha, mas com muito tempo de natação ainda) que podem que se destacar muito ainda a nível internacional se for feito um trabalho sério com elas.

Fabíola com Eurico Miranda

Todas as fotos foram tiradas do site oficial da Fabíola Molina. Não deixe de visitá-lo no endereço www.fabiolamolina.com.br!



Originalmente publicado em 2001 - revisado em 01/05/2007



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